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Frota de Salvador ganha mais 70 ônibus com ar-condicionado

sábado, 9 de outubro de 2021


Mais 70 novos ônibus climatizados vão integrar a frota do transporte coletivo de Salvador a partir desta semana. Os veículos foram apresentados em cerimônia realizada nesta terça-feira (5), na área ao lado do Centro de Convenções de Salvador, na Boca do Rio, com as presenças do prefeito Bruno Reis e do secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller.

Do total, 40 unidades serão operadas pela empresa OTTrans e as outras 30 pela Plataforma. Os veículos, que ainda possuem acessibilidade e são equipados com motor Euro 5, que emite menos poluentes na atmosfera, vão atender a chamada Bacia C, englobando a região da Estação Mussurunga e orla e que, anteriormente, era operada pela antiga concessionária CSN. Atualmente, 199 ônibus com ar-condicionado circulam na capital baiana.

A operação desses 70 veículos – de um total de 169 que chegarão à cidade ainda este mês – começará a partir de quinta-feira (7), após realização de todos os ajustes necessários para circulação. Dentre os itens estão padrões de emplacamento, instalação das câmeras de monitoramento, GPS, validador, programação visual de placas de itinerário frontal e lateral, adesivo com valor da tarifa, adesivo de ponto cego e adesivação interna de assentos preferenciais.

O prefeito destacou que, durante o ano de 2020, o maior desafio, além da pandemia, foi o transporte público. “De janeiro para cá, tomamos uma difícil decisão sobre a intervenção na CSN. E, após chegar a um acordo, saímos da intervenção para a execução direta. É difícil uma Prefeitura realizar uma intervenção direta e execução de parte do sistema de transporte. Tivemos que comprar peças para manutenção e combustíveis. Nenhuma empresa tinha interesse em assumir a gestão da Bacia C, devido ao risco de sucessão empresarial e do passivo na ordem de R$400 milhões. Com isso, durante seis meses assumimos a execução direta, até que, na última semana, depois de afastado o risco de sucessão empresarial, distribuímos as linhas para os outros dois consórcios. Precisávamos oferecer condições melhores aos moradores dessa área da cidade, pois foram os mais prejudicados pela crise da CSN”, relatou Bruno Reis.

Renovação e esforço – A entrega dá continuidade à política de renovação da frota de ônibus com ar-condicionado na cidade. Os 169 veículos que, até o fim de outubro, estarão circulando em Salvador vão corresponder a 37% da frota climatizada. O chefe do Executivo municipal ainda ressaltou o esforço realizado por Salvador em comparação a outras cidades do país, que também enfrentam crise no transporte público agravado pela pandemia de Covid-19.

“Fazer a troca de 169 ônibus não é fácil. Nenhuma outra cidade no Brasil adquiriu tantos ônibus como Salvador está fazendo. No Brasil houve mais de 300 movimentos de paralisação e greve de rodoviários por falta de ajustes ou salários. Em linhas gerais, o diesel aumentou 80% este ano, os insumos que compõem a manutenção dos veículos aumentaram de forma exponencial. Até o custo dos próprios ônibus aumentou. Também ocorreu queda no número de passageiros transportados. Até 2020, Salvador transportava 28 milhões de passageiros. Na pandemia foram 10,8 milhões. Agora que a Covid-19 está passando, subimos para 17 milhões de passageiros”, informou Bruno Reis.

Além dos novos ônibus, os consórcios alugaram 150 veículos usados que já estão circulando na cidade, substituindo os ônibus da antiga CSN. As duas empresas estão assumindo de forma emergencial a Bacia C, enquanto é concluída a licitação definitiva, que leva uma média de 6 a 7 meses. Dentre as atribuições, a nova empresa gestora terá que colocar uma frota nova com ar-condicionado.

“Salvador nunca havia colocado um real no transporte público. A tarifa remunerava o sistema e, hoje, não remunera mais. Os R$4,40 da passagem não fecham a conta para o sistema ficar de pé. É uma operação cara. Em todo lugar do mundo tem subsídio para o transporte público. Aqui no Brasil não. Entre 2020 e 2021, colocamos R$206 milhões no serviço, com a intervenção e execução realizada na CSN. No entanto, não temos condições de subsidiar o transporte público. Agora, com a operação das linhas para as outras duas empresas, paramos de custear mensalmente o transporte público na cidade”, ressaltou o prefeito.

“O transporte público mudou sua lógica. Tradicionalmente tínhamos o sistema convencional. Depois veio o Stec (transporte complementar), metrô, está chegando o BRT e o monotrilho. Quem tinha o costume de pegar apenas o ônibus para o destino final, passará a utilizar outros modais com conforto e rapidez. Teremos uma cidade totalmente conectada, do Subúrbio ao centro da cidade”, finalizou Bruno Reis.

Informações: Prefeitura de Salvador

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Moovit apresenta relatório sobre transporte público em 2022

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Moovit, uma empresa da Mobileye e o aplicativo de mobilidade urbana mais utilizado no mundo, lança a versão atualizada do seu Relatório Global sobre Transporte Público. O levantamento foi feito com a análise de milhões de viagens por transporte público planejadas com o Moovit ao longo de 2022 em cem grandes metrópoles – dez delas no Brasil. Além da avaliação dos dados, o relatório traz também uma pesquisa de opinião com os usuários do app. 

A pesquisa quis saber o que incentivaria passageiros a usarem mais o transporte público. Para 24%, a maior demanda é o aumento na frota para reduzir o tempo de espera. Em seguida aparecem passagens mais baratas com 21%, e cronogramas mais confiáveis com 16%.

Esta edição do relatório também mostra como os passageiros passaram a usar transporte público após a fase mais aguda da pandemia de COVID 19. A pesquisa mostra que 17% dos passageiros diminuíram o uso de usar ônibus, trens e metrôs nos últimos dois anos. E 9% passaram a se locomover de outra forma, sem usar transporte público.  

Dez regiões metropolitanas brasileiras fazem parte do relatório: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A pesquisa foi respondida por 33 mil usuários dessas cidades em novembro de 2022. Todos os dados são anônimos.

Confira algumas das conclusões do relatório, que pode ser visualizado na íntegra aqui:

Três cidades brasileiras ficam entre as dez com o maior tempo médio de viagem: Rio de Janeiro (67 min); Recife (64 min) e São Paulo (62 min);
Recife tem o maior tempo médio de espera no país

Recife tem o maior tempo médio de espera no país, com 27 min, seguido por Belo Horizonte, com 24 min, e Brasília e Salvador empatadas, com 23 min;

39% das viagens em Brasília percorrem mais de 12 km, o que é considerado uma longa distância;

Porto Alegre é a única cidade brasileira em que mais da metade das viagens (53%) são diretas;

O uso combinado de bicicletas compartilhadas com transporte público cresceu 7% em relação ao último relatório. 

“Há 3 anos, a COVID impactou fortemente o uso de transporte público. Nosso relatório mostra que as pessoas voltaram a se locomover em 2022, trazendo novos desafios para quem opera e administra os sistemas de transporte. Esperamos que o Relatório Global sobre Transporte Público seja uma ferramenta que ajude operadores e governos na tomada de decisões para ter uma operação eficiente que atenda às necessidades dos passageiros”, afirma Yovav Meydad, vice-presidente de marketing e expansão do Moovit.

O Relatório Global sobre Transporte Público está disponível para qualquer pessoa que deseje utilizar assim como comparar dados das cidades analisadas. As informações são distribuídas sob licença Creative Commons e podem ser utilizadas em artigos, reportagens, estudos bem como trabalhos acadêmicos, com crédito para o Moovit e link para www.moovit.com. 

Dados do Relatório Global sobre Transporte Público

Tempo de Viagem
– O Rio de Janeiro é a quarta cidade no mundo em tempo médio de viagem, com 67 minutos;

– Três cidades brasileiras ficam entre as dez com o maior tempo médio de viagem: Rio de Janeiro (67 min); Recife (64 min) e São Paulo (62 min);

– 12% das viagens no Rio têm pelo menos 2h de duração;

– As viagens curtas, com menos de 30 min, cresceram em todo o país em relação a 2020.

Distância Percorrida

– Brasília tem a maior distância média no Brasil, com 12,41km. É também a sexta maior em todo o relatório;

– 39% das viagens em Brasília percorrem pelo menos 12 km;

– Rio de Janeiro tem a segunda maior distância média no país, com 11,42km; 33% das viagens passam por pelo menos 12km.

Tempo de Espera

– Recife tem o maior tempo médio de espera no país, com 27 min, seguido por Belo Horizonte, com 24 min, e Brasília e Salvador empatadas, com 23 min;

– 55% dos passageiros em Recife esperam mais de 20 min pelo transporte; 

– Curitiba é a cidade com a maior porcentagem de esperas curtas (menos de 30 min): 17%;

– Tempo médio de espera diminuiu em seis cidades das dez cidades do levantamento.

Baldeações

– 27% das viagens em Curitiba têm três baldeações ou mais. É terceira cidade no mundo, atrás da Cidade do México (29%) e Paris (28%); 

– Porto Alegre é a única cidade em que mais da metade das viagens são diretas (53%);

– Recife tem o maior tempo média de espera de todas as cidades – 27 min.

Informações: Portal do Transito
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Em Salvador, Começou a valer a segunda etapa do bilhete único no transporte coletivo

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Começou a valer desde ontem, dia 1º, a segunda etapa do programa Bilhete Único. Nessa fase, serão beneficiados os passageiros que pegam dois ônibus no mesmo sentido independentemente de região dentro de um prazo máximo de duas horas. Eles pagarão apenas uma passagem pelas duas viagens utilizando o Salvador Card.

O prefeito ACM Neto afirmou que a terceira etapa do benefício, ampliando o intervalo para que o passageiro pegue o segundo ônibus em mais uma hora, vai ser implantada logo após a concessão das novas empresas de ônibus que irão operar na cidade, cujo edital já foi lançado. Para Neto, é a maior conquista para o transporte público de Salvador dos últimos anos. “É uma conquista enorme que passa a valer a partir de hoje. Trata-se de mais um compromisso de campanha cumprido e da maior conquista do transporte público em Salvador nos últimos anos”, salientou. 



Logo cedo, equipes da Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (Semut) e da Transalvador orientaram a população e fiscalizaram a ampliação do Bilhete Único na Estação de Transbordo do Iguatemi. O secretário José Carlos Aleluia acompanhou pessoalmente a operação. No modelo inicial do programa Bilhete Único, a cidade foi dividida em quatro regiões: Orla, Centro, Miolo e Subúrbio. Na primeira etapa do programa, tinha direito ao benefício apenas quem se deslocava de uma região para outra. Agora, o benefício foi ampliado. Quem pegar, por exemplo, um ônibus de Itapuã até a Pituba e outro com destino à Barra, todas localidades da orla, pagará apenas uma passagem se o fizer num intervalo de duas horas. O benefício não vale para viagens de ida e volta. Para ilustrar, se o passageiro for de Itapuã até a Pituba e fizer o percurso de volta ao local de origem, ele pagará duas passagens normalmente.  
   
Nova fase triplica número de usuários
Com a nova fase do programa, que antes contemplava apenas quem se deslocava para diferentes regiões da cidade, a Prefeitura triplica seu número de usuários do sistema por mês, passando de uma estimativa de 50 mil para 150 mil. O uso do Salvador Card, emitido pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), é exigido pois permite o controle do número de tempo das viagens. Vale lembrar que, aos domingos, além do Bilhete Único, o usuário conta com o benefício do Domingo é Meia. Ou seja, com R$1,40 ele pode pegar dois ônibus no mesmo sentido pagando apenas uma passagem. Para solicitar o Salvador Card, basta ir a um dos 110 postos de venda e pagar o valor de duas passagens.

A implantação da segunda fase do Bilhete Único  “vai representar uma redução de 50% no gasto dos usuários do Salvador Card”, afirmou o secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia. Segundo o secretário, no mês de janeiro, quem utilizava o transporte durante a semana e aos domingos antes da implantação do Domingo é Meia de do Bilhete Único, tinha um custo de R$ 5,60, sendo que agora paga apenas R$1,40 aos domingos e R$ 2,80 durante a semana.

Informações da Semut apontam que, com a nova fase do programa, a prefeitura triplica seu número de usuários do sistema por mês, passando de uma estimativa de 50 mil para 150 mil. Só serão beneficiados com o programa apenas usuários do  Salvador Card. “O programa veio para melhorar a vida dos usuários do transporte público. Essa é mais uma importante conquista do prefeito, que tem priorizado a garantia de um melhor sistema de transporte para a população”, pontuou o secretário Aleluia.  

por Leidiane Brandão
Informações: Tribuna da Bahia
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Obras do BRT Salvador começam no primeiro semestre de 2015

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

As obras do sistema de BRT (Bus Rapid Transit) ou Transporte Rápido por Ônibus de Salvador terão início no primeiro semestre de 2015. A informação é do secretário de Urbanismo e Transporte de Salvador (Semut), Fabio Mota, em audiência pública realizada no Centro Cultural da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira, 16.

Segundo Mota, as obras devem começar pela construção de quatro complexos de viadutos no trecho entre a Lapa e o Iguatemi, que ajudarão a otimizar a mobilidade urbana na cidade. Eles devem ficar prontos até dezembro de 2016.

Segundo o secretário, serão dois complexos nas proximidades do Parque da Cidade, um na Lucaia, um na avenida ACM, próximo ao Hiperposto, e um mergulho na Praça Newton Rique (Iguatemi), ligando o local à avenida Tancredo Neves.

As obras serão financiadas pelo BNDES, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e por recursos da Prefeitura de Salvador, que terá gastos de cerca de 180 milhões oriundos das licitações das empresas de ônibus, realizadas este ano.

Enquanto os viadutos não ficam prontos, Mota informou que, a partir de janeiro, 700 novos ônibus estarão em atividade, com o intuito de amenizar os problemas de transporte público da cidade.
"Compreendo os problemas. Não é preciso ser secretário para notar a deficiência do transporte público em Salvador", disse ele, ao ouvir críticas da população e dos representantes do fórum "A Cidade Também é Nossa".

Plano de otimização
O novo sistema de transporte público de Salvador, conforme foi discutido na audiência, ainda terá um plano de otimização de mobilidade urbana.

Entre os objetivos do plano estão alterar, criar e extinguir linhas que não oferecem boa utilização do serviço à população. As mudanças terão como prioridade um melhor planejamento do transporte público em cima dos locais e períodos de maior demanda dos usuários.

Entre as exigências dos representantes da população estão ônibus com 100% de acessibilidade e novas medidas de segurança, a exemplo de veículos de GPS, com ventilação forçada e acesso de entrada pela frente. 

O encontro foi liderado pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB) e reuniu na bancada, além do secretário Fabio Mota, do Sindicato dos Rodoviários, do fórum "A Cidade Também é Nossa" e da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador).

Mariana Mendes, com informações de Luan Santos
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Tarifa de ônibus de Salvador sobe para R$ 5,20

domingo, 12 de novembro de 2023

A passagem de ônibus do transporte público de Salvador vai passar a custar R$ 5,20 a partir de segunda-feira (13), conforme informou o prefeito de Salvador, Bruno Reis, nesta sexta-feira (10), durante coletiva de imprensa no Palácio Thomé de Souza.

Segundo o Bruno Reis, a nova tarifa vale para 2023 e 2024. Assim, a tarifa só deve ser revista em 2025. Salvador, de acordo com a prefeitura, tem cerca de 14,9 milhões de passageiros utilizando o transporte público municipal.

Como justificativas para a elevação do preço, Bruno Reis listou fatores como o aumento das despesas, a Covid-19 e o aumento de tributos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Além disso, questionou a falta de subsídio federal para o transporte público.

"Aqui no Brasil não existe essa filosofia de dar subsídio federal. Esperávamos um conjunto de estímulos e incentivos fiscais que não vai ocorrer. Pelo contrário: aqui na Bahia o ICMS é o maior do Brasil" comentou o gestor.

O prefeito ainda anunciou que será enviado à Câmara Municipal de Salvador um projeto que autoriza a concessão de um subsídio de R$ 205 milhões, pago pela prefeitura, para o setor de transportes.

De acordo com Bruno Reis, o valor será dividido entre R$ 190 milhões para as concessionárias do serviço de transporte público coletivo de passageiros por ônibus convencional e R$15 milhões para os permissionários do subsistema de transporte especial complementar – STEC.

Sobre a renovação da frota municipal, Bruno Reis anunciou a compra de 130 novos ônibus convencionais EURO6 com ar-condicionado até abril de 2024, além de mais 58 veículos para o BRT.

Além disso, a prefeitura vai seguir com o processo de renovação da frota a partir da aquisição de mais 375 veículos com ar condicionado, sendo 75 elétricos. Com isso, a expectativa é de que o sistema tenha mais de 50% da sua frota renovada até o próximo ano.

Veja o histórico da tarifa de ônibus em Salvador

2017: R$3,60
2018: R$ 3,70
2019: R$ 4,00
2020: R$ 4,20
2021: R$ 4,40
2022: R$ 4,90
2023: R$ 5,20

Informações: g1 Bahia

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Mobilidade urbana desafia grandes cidades como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os problemas de mobilidade urbana no Brasil se repetem há anos: excesso de veículos nas ruas, transporte coletivo deficitário e em alguns casos precário, execução lenta de obras de infraestrutura e falta de ações conjuntas entre municípios da mesma região metropolitana. De uns tempos para cá, no entanto, a situação está se agravando. Com o bom momento da economia brasileira e o estímulo da indústria automotiva, ficou mais fácil comprar um veículo. Já chega a 47% o total de domicílios no País que possuem automóveis ou motocicletas para atender o deslocamento dos seus moradores. Em 2008 o número era de 45,2%, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que prevê elevação desse porcentual. Esse movimento vai na contramão do que defendem especialistas de trânsito. Segundo eles, se não houver investimentos volumosos no transporte coletivo, a mobilidade deve ficar cada vez mais comprometida e a cena urbana frequente será a dos congestionamentos.

Ao mesmo tempo, as principais capitais estão diante de uma oportunidade única, ao ter pela frente dois grandes eventos que podem mudar esse cenário. Com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, o País deve receber bilhões em investimentos, dos quais uma boa fatia para a infraestrutura de transportes. Os principais projetos envolvem ampliação e construção de novas vias e principalmente a implantação do sistema Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um estrutura que permite o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Das 12 cidades-sede da Copa, nove têm projeto nesse sentido. As propostas, segundo fontes consultadas pela Agência Estado, não vão resolver todos os problemas, mas podem diminuir de forma considerável os gargalos da mobilidade urbana.

A cidade de São Paulo é de longe o maior exemplo do excesso de veículos nas ruas, com sua frota de 6,9 milhões ante uma população de 11,2 milhões - uma média de um veículo a cada 1,6 habitante. Em 2010, essa saturação causou em média congestionamentos de 99,3 quilômetros nos horários de pico. Os desafios da mobilidade nas grandes cidades, no entanto, não são causados só pela multiplicação dos carros nas ruas. Em Salvador e no Rio de Janeiro, a configuração das vias é espremida entre os morros e o mar, o que dificulta a fluidez do trânsito e impõe soluções de engenharia distintas.

Lentidão na execução de obras de infraestrutura é um outro entrave. São Paulo e Cidade do México, por exemplo, começaram na mesma época a construção do metrô, no início da década de 1970. Hoje, a capital mexicana possui uma malha quatro vezes maior em extensão.

Além disso, há uma forte demanda por transporte coletivo de qualidade, o que, na visão de especialistas, significa atender itens como conforto, pontualidade, frequência e cobertura do trajeto aliados a uma tarifa condizente. Sem essas condições, a população prefere migrar para o transporte individual.

A implantação do BRT é o principal projeto de mobilidade urbana apresentado pelas cidades-sede da Copa para aliviar os gargalos. A proposta consiste em um sistema de ônibus que trafegam em corredores exclusivos e possuem embarque e desembarque ágil, sem degraus (a plataforma fica no mesmo nível do ônibus), maior número de portas e cobrança da tarifa fora do veículo, antes do embarque. O modelo foi implantado com sucesso em Curitiba e exportado para Bogotá, na Colômbia. De acordo com especialistas, como a demanda por transporte coletivo é alta nas cidades, o BRT corre o risco de já nascer operando no limite. O ideal, nesses casos, seria a implantação do metrô, mas que tem um custo final mais alto.

CURITIBA

Pioneira em projetos de transporte urbano, Curitiba luta para continuar como cidade de referência nessa área. Para isso, tenta fazer com que a população diminua o uso do carro. "O automóvel não é sustentável dentro de uma sociedade moderna", afirma Marcos Isfer, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo planejamento de transporte e trânsito.

Para se ter uma ideia, a capital paranaense registrava em outubro de 2010, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), 1,1 milhão de veículos, dos quais 845.774 automóveis e 109 mil motos, para uma população de 1,7 milhão de habitantes (Censo 2010 do IBGE). "Há uma excessiva motorização individual. Você exclui crianças e idosos e tem quase um carro para cada dois habitantes. Além disso, o sistema de transporte público está sobrecarregado. Muita gente da região metropolitana usa o transporte de Curitiba", diz Fábio Duarte, professor do programa de Gestão Urbana da PUC-PR.

Para ele, uma das soluções seria a criação de "órgãos gestores de escala metropolitana com poder de decisão", a fim de que Estado e municípios adotem medidas conjuntas para melhorar o transporte público. "Hoje tenta-se resolver no nível municipal um problema que tem escala metropolitana."

A Urbs planeja implantar até a Copa de 2014 o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), um conjunto de obras, equipamentos e softwares para gerir o trânsito e o transporte coletivo de Curitiba. O SIM, por exemplo, terá o Controle de Tráfego em Área (CTA). "Sensores vão acionar o sinal verde quando o ônibus estiver se aproximando do semáforo. Isso prioriza o transporte público e diminui o tempo de viagem dos ônibus", segundo a Urbs

Também haverá o Circuito Fechado de Televisão (CFTV), com acompanhamento em tempo real do tráfego das principais vias. Assim, em painéis luminosos, os motoristas vão receber as informações de como se encontra trânsito nas quadras seguintes.

Novas tecnologias vão beneficiar os usuários de ônibus - são 2,4 milhões transportados por dia útil, em um sistema integrado com tarifa única que atende 93% da demanda, segundo a Urbs. Está prevista uma operação para permitir com que a pessoa saiba em quanto tempo o ônibus vai chegar ao ponto e em que local o veículo se encontra. Existe também a expectativa de introduzir a bilhetagem eletrônica, para que o usuário recarregue o cartão de transporte dentro do ônibus. E serão instaladas câmeras nos veículos e em terminais para proporcionar mais segurança.

A Urbs destaca que desde 2005 todas as obras de reforma ou implantação de equipamentos públicos são feitas de acordo com as normas de acessibilidade. "No sistema de transporte o índice de acessibilidade passou de 42%, em 2004, para 86%, em 2010, e a meta é chegar a 100% até 2012." O órgão também informou que Curitiba tem atualmente cem quilômetros de ciclovias e pretende investir em sua ampliação. "Está em fase final de elaboração um plano diretor cicloviário."

SÃO PAULO

São Paulo tem problemas de mobilidade proporcionais ao porte de sua população de 11,2 milhões de habitantes e, principalmente, da sua frota de veículos (6,9 milhões). A média é de um veículo a cada 1,6 habitante, o que já denota uma alta proporção entre motores e pessoas. Os analistas de trânsito chamam esse fenômeno de "individualização dos transportes", cenário caracterizado pelo excesso de veículos nas ruas e pelos congestionamentos frequentes. Tanto que, hoje, a velocidade média de deslocamento na maior cidade brasileira é de 16 km/h, a mesma de uma carroça

A principal explicação para esse atraso está no desenvolvimento vagaroso da rede de transportes coletivos - ônibus, lotação, trem e metrô. Na capital paulista, a proporção da população que usa esses meios para sair de casa é de apenas 36%, a mesma de 20 anos atrás, de acordo com uma pesquisa da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) que levantou dados de 1987 e 2007. Em Barcelona, cidade considerada modelo nesse quesito, são cerca de 70%. "Sofremos de uma histórica falta de investimentos nos modais coletivos. Hoje, pagamos o preço caro da ilusão da ''sociedade do automóvel''", critica Maurício Broinizi, coordenador da Rede Nossa São Paulo, instituição de defesa de direitos civis.

Os problemas não resolvidos ao longo de décadas desembocaram na adoção de medidas coercitivas. Em 2010, a Prefeitura de São Paulo restringiu o tráfego de caminhões entre as 5 e 21 horas nas marginais e nas principais vias da zona sul. Em 2009, as restrições foram impostas à circulação dos ônibus fretados. Ao mesmo tempo, cresceu a quantidade de equipamentos para fiscalização. Os 530 radares espalhados pela cidade conseguem flagrar, além das restrições já citadas, o desrespeito ao rodízio municipal de veículos e a invasão de faixas exclusivas para ônibus por automóveis.

De acordo com a prefeitura, essas iniciativas, associadas a um novo trecho do rodoanel e a novas estações do metrô, reduziram a média de congestionamento nos horários de pico em 2010 para 99,3 km. O número ficou abaixo dos 100 quilômetros pela primeira vez desde 2007.

Apesar de melhorias para o trânsito no curto prazo, as medidas restritivas são consideradas insuficientes por analistas. De acordo com o Broinizi, é necessário um conjunto de medidas de curto, médio e longo prazo para mudar a situação. Sua proposta, junto com outras organizações da sociedade civil, está em um documento chamado "Plano de Mobilidade e Transporte Sustentável", já aprovado pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Vereadores paulistana. O plano de ação pede mais agilidade na construção do metrô e de uma série de corredores expressos de ônibus (BRTs). Além disso, também recomenda a descentralização dos serviços públicos e centros funcionais, com o objetivo de desconcentrar o tráfego.

RIO DE JANEIRO

A geografia do Rio de Janeiro premia a cidade como uma das mais belas do mundo. No entanto, por estar entre o mar e montanhas, a capital fluminense oferece um desafio constante em relação à mobilidade urbana. Some-se a isso seguidos anos de ausência de planejamento e de prioridade no sistema de transporte, principalmente o coletivo. Um dos resultados desse descaso está em estudo divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Considerando as regiões metropolitanas, o Rio de Janeiro possui o menor porcentual de trabalhadores que se deslocam diretamente para o trabalho com tempo inferior a 30 minutos: apenas 43,9%.

O doutor em Engenharia de Transporte e professor de Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense (UFF), Walber Paschoal, afirma que falta transporte público para atender a demanda. "E o pouco que é oferecido, é de má qualidade." Segundo ele, um entrave na questão da mobilidade também passa pela atenção à "convergência radial" do Rio. "A configuração da cidade é a seguinte: existe um centro comercial e a maioria das viagens converge para aquele ponto. Para esse tipo de situação, o ideal, mostram estudos, é investir em transporte de massa para desafogar as vias", explica.

O secretário municipal de Transportes do Rio, Alexandre Sansão, diz que o porcentual da população que se utiliza de transporte público é de 70% entre as viagens motorizadas, ante um índice de 50% verificado em São Paulo. "Nossa maior tarefa para melhorar os índices de mobilidade é dar eficiência ao transporte coletivo, tanto em velocidade operacional quanto em adequação entre oferta e demanda." Ele admite que há uma oferta de ônibus excessiva nos bairros da zona sul e escassa em regiões mais distantes, como a zona oeste. "Nossa tarefa é reverter esse quadro."

Paschoal concorda, mas mostra certa precaução com promessas: "Há anos é preciso mudar esse quadro, e o poder público insiste em investir em novas vias, em aumentar a largura delas. Essas ações atendem pontualmente, mas a longo prazo voltam os congestionamentos."

Como solução para os principais gargalos de locomoção, Paschoal enumera um planejamento em três pontos. Primeiro, de estratégia, o que significa fazer um diagnóstico da qualidade com que os meios de transporte operam na capital fluminense. Depois, uma ação tática. Com os dados estratégicos em mãos, implantar simulações para observar o impacto que intervenções propostas teriam no sistema de transporte. Por fim, um planejamento operacional. "Acompanhar os efeitos resultantes das ações de estratégia e tática."

Sansão lembrou que a Prefeitura do Rio promoveu em setembro de 2010 a primeira licitação do sistema de passageiros de ônibus de sua história. Em vez de 47 empresas, o sistema passou a ser operado por quatro consórcios. Para ele, o novo marco jurídico permitirá a gestão integrada de uma rede de transporte hierarquizada e com integração tarifária. "O Bilhete Único, que garante a realização de duas viagens (ônibus mais ônibus) ao custo de apenas uma tarifa (R$ 2,40) já está em vigor e vai mudar o padrão das viagens realizadas no município."

Para os Jogos Olímpicos de 2016, Sansão afirma que o Rio contará com quatro corredores de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Serão eles: Transcarioca, TransOeste, TransOlímpica e Avenida Brasil.

Para Paschoal, o governo passará a dar mais atenção ao sistema de transporte com a Copa de 2014 e a Olimpíada. "Vai melhorar a mobilidade. Mas logo, logo estará tudo congestionado de novo", diz, tendo décadas de ausência de planejamento como respaldo para sua previsão.

BRASÍLIA

Cidade planejada, Brasília deveria ser hoje exemplo na mobilidade urbana. Não é. A capital brasileira, com 2,5 milhões de habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE, enfrenta os mesmos problemas que outras capitais de mesmo porte. "Há um rápido adensamento da cidade e do entorno sem controle do uso e ocupação do solo, carência de um sistema viário eficiente e falta de políticas integradas entre os governos federal, distrital e municipal", afirma o secretário dos Transportes, Paulo Barongeno.

O arquiteto e urbanista Valério Medeiros cita que a "forte setorização (bairros distante uns dos outros), resultante do desenho de Brasília, contribui para dificultar a dinamização do espaço". Ele lembra que a cidade detém o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, distinção que impede certas mudanças em sua arquitetura.

Medeiros afirma que, além de buscar a integração entre meios de transporte e incentivar a população a diminuir o uso do automóvel, é preciso trabalhar com uma gestão metropolitana. De acordo com ele, além dos cerca de 30 municípios em torno do plano piloto - o projeto urbanístico - há cidades até de Goiás que sofrem influência de Brasília. "Existe a necessidade de uma postura metropolitana, que considere movimentos diários entre todas as cidades. Os municípios crescerem não é um problema. É só necessário que esse crescimento seja acompanhado por políticas públicas."

A Secretaria dos Transportes informa que está em execução o Plano de Transporte Urbano (PTU), a fim de implantar uma "nova concepção de operação do sistema de transporte público coletivo, fundamentada na ideia de integração entre itinerários ônibus/ônibus e ônibus/metrô". O órgão também aponta que trabalha com um projeto cicloviário para Brasília e destacou as obras no Lago Sul e no Lago Norte que preveem sinalização e o "compartilhamento harmônico" das vias entre bicicletas e veículos.

Medeiros vê com bons olhos os projetos de ciclovia, pois, segundo ele, Brasília já possui uma das maiores malhas de ciclovia do País. "O terreno (da cidade) é suave, sem grandes subidas e descidas." O urbanista só lamenta o "preconceito" que algumas pessoas têm em relação ao ônibus e à bicicleta, como se utilizá-los denotasse perda de status. "É preciso uma mudança de cultura."

A obra de maior impacto em Brasília para a Copa do Mundo de 2014 será a implantação de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um trem urbano com menos capacidade e velocidade que os trens do metrô, porém menos poluidor e barulhento. A verba para a construção do VLT, que custará R$ 263 milhões e vai ligar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek ao Terminal da Asa Sul, estão garantidas, segundo o governo.

SALVADOR

Salvador perdeu o título de capital brasileira para o Rio de Janeiro em 1763. Passados 247 anos, a capital baiana quer se reerguer e chegar longe, tornando-se "Capital do Mundo". Este é o título do projeto apresentando em 2010 pela Prefeitura de Salvador, que pretende investir em infraestrutura e mobilidade urbana com o objetivo de preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014. O desafio, porém, será desafogar o trânsito e garantir acesso de transporte público a todos os cidadãos.

Salvador tem os mesmos gargalos das maiores cidades do País, como excesso de carros, aglutinamento da região metropolitana e escassez de transporte de massa. Além disso, a topografia da cidade é acidentada, com praias e morros, cidade alta e cidade baixa, o que dificulta ainda mais o deslocamento. "O trânsito em Salvador é como um caminho de água. Ele escoa das partes mais altas e estreitas para os vales, de maior fluidez. Só que isso tem sobrecarregado as principais vias, que ficam nos vales", explica a pesquisadora Ilce Marília de Freitas, do Departamento de Transportes da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Para evitar congestionamentos de veículos, é necessário aumentar a eficiência do transporte coletivo de Salvador, que transporta apenas 1,7 passageiro por quilômetro, enquanto o ideal seria entre 2,5 e 5 passageiros por quilômetro, segundo Ilce. A ineficiência se deve a falhas na cobertura do itinerário dos ônibus, baixa frequência das viagens e tarifa (R$ 2,30) considerada cara pela população de baixa renda. Isso explica porque 25% a 30% da população se deslocam a pé todos os dias, um índice alto. "Andar a pé ou de bicicleta é bom, mas não serve para grandes distâncias", diz Ilce.

O pacote "Salvador, Capital do Mundo" reúne mais de 20 projetos de mobilidade, entre eles a ampliação da Avenida Paralela, uma das principais vias da cidade, e a construção de duas novas avenidas. O principal projeto é a implantação do sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), inspirado no modelo de Bogotá, na Colômbia. O BRT soteropolitano prevê 20 km de vias, tráfego em corredores exclusivos e ligação com o aeroporto e com a zona metropolitana.

Orçado em R$ 570 milhões, ele faz parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e deve ficar pronto em 2013, segundo a prefeitura. "O sistema foi escolhido porque é três vezes mais barato que o metrô e aproveita condições de infraestrutura da cidade", afirma Renato Araújo, chefe da Superintendência de Trânsito e Transportes do Salvador.

Para a pesquisadora da UFBA, o sistema é bem-vindo, mas não resolverá sozinho o problema, pois Salvador demanda transporte de grande capacidade, como o metrô. Nesse quesito, a evolução é lenta: após oito anos de obras, a primeira etapa do metrô (Lapa-Acesso Norte) ficará pronta em 2011.

RECIFE

Pernambuco quer aproveitar a Copa de 2014 para dar ênfase na qualidade do transporte público na região metropolitana de Recife. Com isso, pretende incentivar a população a usar ônibus e metrô e a diminuir o uso do automóvel. A meta é melhorar a mobilidade urbana. O secretário das Cidades do Estado de Pernambuco, Dilson Peixoto, explica que o objetivo é necessário porque as ruas do Recife já estão "fartamente" ocupadas, e a frota de veículos cresce mais de 7% ao ano. "Para piorar, por ser antiga, a cidade possui ruas estreitas e qualquer razoável obra viária tem um custo muito alto de desapropriação."

Peixoto, que acumula o cargo de presidente do Grande Consórcio Recife, responsável por gerenciar o transporte público da capital e região metropolitana, admite que hoje não há qualidade no ônibus e no metrô. "O transporte público tem capilaridade, mas não tem qualidade. É preciso garantir eficiência, conforto e pontualidade para incentivar as pessoas a usá-lo, deixando o carro em casa."

Para a Copa, uma das metas do governo é construir o Terminal de Metrô Cosme e Damião. Com 39,5 km de extensão e 28 estações, a rede de metrô do Recife é atualmente composta pela linha Centro e pela linha Sul. O terminal ficará na linha Centro, entre as estações Rodoviária e Camaragibe. A obra permitirá que passageiros que cheguem à rodoviária tenham acesso à linha BRT Leste-Oeste, ainda em fase de projeto.

A Leste-Oeste terá a implantação de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos, e vai ligar a Avenida Caxangá à Cidade da Copa, onde serão realizados os jogos, em um trecho de três quilômetros, em São Lourenço da Mata. Nesta região, o BRT fará o atendimento tanto ao terminal integrado e estação do metrô de Camaragibe quanto ao futuro terminal e estação de metrô de São Lourenço.

Nos mesmos moldes será o BRT Norte-Sul, que vai conectar Igarassu, o terminal Joana Bezerra e o centro do Recife. Com 15 km de extensão, terá conexão com os projetos Corredor da Via Mangue e Corredor Caxangá Leste-Oeste. Este abrigará faixa exclusiva de ônibus, ligando a Avenida Conde da Boa Vista à Caxangá, com meta de beneficiar 900 mil pessoas e 27 mil veículos que circulam pela via. Aquele será uma via expressa de 4,5 km com corredor exclusivo de tráfego de veículos para a zona sul da cidade. O projeto também contempla uma ciclovia.

O consultor em transporte urbano Germano Travassos afirma que o "Recife está caminhando para ter uma rede (de transporte) tão densa quanto à de Curitiba". A capital do Paraná é pioneira no País em projetos nessa área e vista como referência. "A região metropolitana do Recife foi a que mais avançou (no País) em termos de ações integradas." O governo espera que essas obras deem qualidade ao transporte público e melhorem a mobilidade urbana. Travassos, no entanto, diz que pouco que tem sido feito para dar conforto e segurança para quem usa ciclovias. "Não temos muito o que apresentar a não ser boas intenções no quesito bicicleta."

BELO HORIZONTE

Belo Horizonte é uma das capitais onde o transporte público mais perdeu espaço nesta década. O número de carros, motos, ônibus e caminhões nas ruas da capital mineira cresceu 84% em nove anos. O salto foi de 706 mil veículos em 2001 para 1,3 milhão em 2010, de acordo com dados da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). Entre todas as categorias, o maior crescimento foi visto na frota de transportes individuais: motos (114%) e carros (38,8%). Os ônibus aparecem em terceiro lugar (24%).

O fenômeno é avaliado por analistas de trânsito como o resultado de políticas públicas que privilegiaram, ao longo dos anos, o transporte individual em vez do coletivo. Aumentaram drasticamente os congestionamentos nas ruas, o que configurou um "atentado à mobilidade urbana".

"Com esse crescimento da frota, não há investimento público em túneis e viadutos que suporte a demanda", afirma Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans. Ele conta que, ao mesmo tempo em que a cidade viu expandir sua frota nas últimas duas décadas, o transporte coletivo perdeu muita qualidade, o que acelerou a migração para o transporte individual. "O transporte coletivo ficou insustentável", diz.

Para o presidente da BHTrans, a melhora na mobilidade urbana depende do renascimento dos transportes públicos na matriz de tráfego. Hoje, na capital mineira, 55% dos deslocamentos são feitos por transportes coletivos (ônibus e trens). "Nossa meta é chegar a 70% até 2030, como na cidade de Barcelona", afirma Cesar. "No início da década de 90, esse índice já alcançou 65%, mas foi perdendo participação para os carros".

A Copa do Mundo de 2014 pode acelerar o cumprimento da meta. Belo Horizonte foi a primeira cidade a fechar com o governo federal recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados a melhorias da mobilidade urbana. Até 2014, serão investidos R$ 1,23 bilhão nas obras que incluem o sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês) nas avenidas Presidente Antônio Carlos, Dom Pedro I, Dom Pedro II, entre outras, além da ampliação da Central de Controle de Tráfego da BHTrans. Em outra vertente, a cidade também aposta em um ambicioso projeto de 345 quilômetros de ciclovias, o segundo maior do Brasil, atrás somente de Porto Alegre, com 495 km.

Na opinião do professor Nilson Tadeu Nunes, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os BRTs - principais projetos das cidades brasileiras para a Copa - são muito úteis. "Não dá para permitir a concentração em apenas um meio de transporte", diz. Por outro lado, correm o risco de iniciar o funcionamento já no limite da capacidade. Em algumas vias, segundo Nunes, a demanda já supera 40 mil passageiros por trecho a cada hora. O ideal para este fluxo é o transporte por trens urbanos, mas, por falta de recursos, elas não entraram no pacote de infraestrutura para a Copa.

PORTO ALEGRE

Entrar em Porto Alegre pode ser uma tarefa difícil. Sair também. A dificuldade de acesso à capital gaúcha se explica pelos gargalos viários logo no entorno da metrópole, de acordo com avaliação do professor Luis Antonio Lindau, do Laboratório de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Na zona norte, o problema está na saturação da rodovia BR-116, principal passagem para veículos de passeio e carga entre a capital gaúcha e a região metropolitana. A rodovia federal recebe cerca de 120 mil veículos por dia, uma saturação que obriga os motoristas a reduzir a velocidade para 40 km/h em vários trechos.

Na sequência da rodovia fica outro gargalo - a ponte do Rio Guaiba - que liga Porto Alegre ao sul do Estado. A ponte, de 1960, sofre constantes problemas técnicos para içar o trecho por onde passam navios. "Tem vezes que ela sobe e não desce, parando o trânsito", conta o professor. Segundo ele, a tecnologia de içamento está ultrapassada e não serve mais para o cenário atual, em que o fluxo de veículos na região é consideravelmente maior.

Hoje, a solução para os dois pontos de afogamento da mobilidade urbana dependem de grandes obras de infraestrutura. No eixo norte, o prolongamento da Rodovia do Parque, da BR-386 até a BR-290, deve ficar pronto em dois anos, e criará uma rota alternativa entre a região do Vale dos Sinos e parte da zona metropolitana com destino à capital. Já a conexão com o sul do Estado depende de uma outra ponte, que não condicione o tráfego a interrupções, segundo Lindau.

Dentro de Porto Alegre, o excesso de veículos (frota estimada de 542 mil) e motos (72 mil) é o principal problema, associado a corredores de ônibus lotados. A situação tende a se agravar com o crescimento anual da frota estimado em 5%, o equivalente a 30 mil carros e motos a mais por ano. "A motorização será mais forte na periferia, onde os aumentos recentes da renda familiar têm possibilitado à população a compra de veículos", afirma Lindau. "O uso do carro não é um mal em si. O problema está no uso em excesso e nos horários de pico", ressalva.

O único jeito de escapar à paralisia está no investimento pesado em transportes coletivos e alternativas complementares. Nesse quesito, o cenário é otimista. A Prefeitura de Porto Alegre tem dois projetos ambiciosos. O primeiro deles é o de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um tipo de corredor expandido, com estações fechadas, veículos maiores e faixas exclusivas para o tráfego. Até a Copa de 2014, estão previstas 11 estações, em vias como as avenidas Bento Gonçalves, Assis Brasil e Protásio Alves. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre, o BRT associado a outras intervenções urbanas, como túneis e viadutos, vai desafogar o trânsito no centro da cidade.

A prefeitura também aposta no maior projeto de ciclovias do Brasil. O Plano Diretor Cicloviário, já sancionado, quer expandir a rede atual de 7,9 km de ciclovias para 495 km. Desse total, a prefeitura espera entregar 14 km nas Avenidas Ipiranga e Serório em 2011. "Não pensamos a bicicleta apenas como lazer. Buscaremos integrar as ciclovias ao transporte público, para que o cidadão possa utilizar a bicicleta e ônibus para deslocamentos", afirma a EPTC. (Reportagem de Renan Carreira e Circe Bonatelli)
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Salvador terá mil ônibus novos até a Copa, após licitação do setor de transporte

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Há mais de 50 anos o sistema de transporte público de Salvador opera de forma irregular. O serviço não é regulamentado e não há contrato de concessão.

As empressas de ônibus são permissionárias. Ontem à tarde, durante entrevista coletiva, o secretário José Mattos, da Secretaria Municipal dos Transportes Urbanos e Infraestrutura (Setin), anunciou a consulta pública do edital de licitação para o sistema, que permitirá a cidade ter mil ônibus novos circulando até a Copa de 2014. 

“No momento em que nós publicarmos o edital, nós damos 45 dias de prazo para que as empresas possam preparar as suas propostas para apresentar para prefeitura. A partir daí nós vamos ter o julgamento e, se correr tudo bem, se não houver nenhum recurso por parte das empresas que venham participar, nós acreditamos que teremos tudo pronto em 90 a 120 dias.

Aí assinaremos um contrato formal com as empresas ganhadoras deste processo. Ainda este ano elas poderão vir a operar. A nossa ideia é que haja a renovação da frota e que até a Copa do Mundo nós tenhamos, aproximadamente, mil ônibus novos em Salvador”, declarou, na oportunidade, José Mattos.
 
“Gradativamente, a cada ano, as empresas serão obrigadas a colocar ônibus novos, para que Salvador possa ter um equipamento de qualidade e conforto para a população”, acrescentou o secretário. A Licitação Pública do Sistema de Transporte Coletivo de Salvador decorre da Audiência Pùblica ocorrida em 08/02/2012, conforme determinação/orientação do Ministério Público Estadual. Hoje são cerca de 2.600 ônibus rodando em Salvador. Com a regulamentação do setor, mil coletivos considerados velhos serão retirados de circulação e substituídos por novas unidades.
Conforme o secretário, a ação do Setps – Sindicato das Empresas de Transportes – que trâmita na Justiça há alguns anos, já foi julgada e não cabem mais recursos por parte da prefeitura. “Esta ação impedia que a licitação fosse aberta. Nós estamos buscando  entendimento com o Setps, pra fazer um acordo na Justiça e, com isso, a gente possa liberar a possibilidade de licitar o sistema de trasnsporte público de Salvador. Nós temos a convicção e a certeza que este entendimento será feito nos próximos dez dias e a licitação sairá ainda no mês de junho”,  ressaltou José Mattos.
 
Com o serviço de transporte público regulado, a cidade será dividida em três áreas para exploração por parte das empresas vencedoras da licitação: as regiões do subúrbio, orla e da Paralela. “Vamos fazer uma ampla reformulação do sistema de transporte público e implantar vias exclusivas, inclusive na Vasco da Gama, onde estamos fazendo uma obra de macrodrenagem e, no futuro breve, teremos o sistema BRT, ligando a Estação da Lapa até o Iguatemi”, adiantou.  
 
Quanto à greve dos rodoviários, o secretário José Mattos, fez um apelo à categoria para que não sejam radicais, no descumprimento de uma determinação judicial, para que 60% da frota seja mantida no horário de pico e 40% nos horários de menor movimento. “Isto está acontecendo e nos entristece.

Eles têm o direito de greve, fazer paralizações, reivindicar, mas não têm o direito de prejudicar a população e não cumprir uma determinação da Justiça. A prefeitura não pode intervir porque esta é uma relação privada, entre empregado e empregador.

A nós cabe tentar mostrar que esta situação é de um serviço público essencial, que não pode sofrer descontinuidade por que representa um prejuízo incalculável, não só para a população como para a economia. Que eles cumpram a determinação judicial e continuem reivindicando e esperando que a Justiça defina e medie este impasse entre eles e os empregadores”, concluiu.
Fonte: Tribuna da Bahia
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Aplicativo Moovit para transporte coletivo começa a rodar em Salvador

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Salvador tem cerca de 2,8 milhão de habitantes e, na cidade, 7,5 mil ônibus transportam 1,1 milhão de passageiros. Um aplicativo voltado para esse público começa a operar em Salvador. 

É o Moovit, que mostra em tempo real o horário de chegada das conduções e indica as melhores alternativas de transporte e rotas.

O Moovit permite que os usuários do transporte público que possuam smartphones compartilhem informações sobre ônibus, trens e metro de forma rápida, fácil e interativa a partir de informações geradas pela comunidade de usuários. Apenas em andar com o aplicativo conectado, o usuário já está contribuindo, anonimamente, com as informações em tempo real.

Além disso, outro diferencial e um dos recursos mais utilizados no aplicativo é o “planejador de viagens”.  Com este, os usuários podem receber as melhores opções de rotas para chegar ao seu destino e, ainda, ser guiados passo a passo durante todo o percurso.

Como funciona

Após baixar o aplicativo - que é grátis - os usuários terão a oportunidade de compartilhar suas informações, tais como: se o transporte público que estão usando está lotado ou não, se está atrasado, bem como a lista de opções de linhas de transporte à disposição no ponto desejado.  

O objetivo é reportar fatos que influenciam o transporte dos passageiros, como a posição da condução e os atrasos, entre outras informações.

A tecnologia usada pelo aplicativo permite que os usuários fiquem sabendo exatamente quanto tempo as diferentes opções de transporte demorarão a chegar, tendo a oportunidade de ir para o ponto de ônibus no horário certo, em vez de ficar esperando. 

Como usar

Assim que você inicia o aplicativo em seu smartphone, ele mostra os arredores do local onde você está, incluindo todas as estações de transporte público ao seu redor, e outros usuários Moovit.

Se você clicar em uma das bandeirinhas que mostram os pontos de ônibus, metrô ou trem abre-se um "pop up" mostrando quais os tipos de transporte e quais linhas atendem a região, seus horários, atualizações em tempo real e onde os veículos estão no mapa. Ao aproximar a imagem, o aplicativo mostrará mais resultados.

O Moovit tem também um botão chamado "planejador de viagem" - onde é possível inserir sua origem e seu destino, apertar em "pesquisar" e obter então as melhores opções na tela. Você pode customizar o planejador de viagens de acordo com o tipo de deslocamento que deseja - por exemplo: se você prefere andar mais a pé,  o aplicativo mostrará uma rota com esta opção e vice-versa.
Para verificar os horários de chegada e os próximos horários de uma linha específica, os usuários podem clicar em "Horários" para acessar facilmente essas informações, incluindo próximos horários de chegada, em tempo real, quando disponíveis, e informações sobre a rota.

Ao começar sua viagem, clique no botão "começar viagem" e você irá navegar com o Moovit por toda sua viagem, se quiser. O aplicativo mostrará como se deslocar no mapa, fornecerá instruções durante sua viagem, atualizará o que está à frente, sugerirá alternativas no caso de atrasos, e também dará alerta, como “desça na próxima estação”.

Em paralelo a todas essas ações, você pode contribuir e reportar dados ao sistema durante sua viagem, compartilhando informações como: se o transporte está lotado ou vazio, se é adaptado para cadeirantes, se possui ar condicionado e até mesmo se  atrasos foram ocasionados por acidente.

Ao compartilhar informações, os usuários podem ajudar outros usuários a criar um mapa das condições do transporte público em Salvador em tempo real. Quanto mais pessoas usarem o Moovit, mais precisos serão os dados e mais eficazes serão as informações.

Os dados recebidos dos usuários e as informações sobre o transporte público, acessíveis a todos na região - como horários de ônibus, metrô, etc. - são integrados ao aplicativo e vão formando um banco de dados que é atualizado 24 horas por dia, 7 dias por semana. 

Veja vídeo sobre no Moovit
O Moovit foi fundado em 2011 em Israel por 3 experts em tecnologia, engenharia e transportes públicos. Desde o seu lançamento em 2012, o app está em mais de 30 cidades em 10 países como Inglaterra, Itália, Espanha, Holanda e Estados Unidos. 

Informações: Tribuna da Bahia
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Uso de bicicleta como transporte público é aposta certa para melhorar saúde e mobilidade

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Alguns dos maiores problemas atuais em todo o mundo: mobilidade urbana, aquecimento global, escassez de combustíveis fósseis e problemas de saúde associados às epidemias de obesidade e do sedentarismo. Uma única solução que ataca  todos esses males: bicicleta. Isso mesmo, o uso da ‘magrela’ é cada vez mais estimulado pelo mundo afora porque a um só tempo é remédio para melhorar a mobilidade nos grandes centros urbanos e combater a poluição, restringir o uso de combustíveis fósseis e acabar com o sedentarismo e a obesidade.

Fina e elegante, a bicicleta ocupa menos espaços nas ruas que os automóveis. Quanto maior o número de carros maior a queima de combustíveis e, consequentemente, da geração de gases que causam o aquecimento global.

Já o movimento das rodas das bikes é fruto do gasto calórico de seus usuários, que, com a atividade aeróbica, perdem peso e melhoram os sistemas respiratório e cardíaco.

Em Salvador, o uso do “camelo”, embora cada vez maior (confira os números na página ao lado), ainda é visto como uma moda exótica. Mas a tendência é que, à medida que avance, o Movimento Salvador Vai de Bike, iniciado em 2013, sob a liderança da prefeitura da cidade, mude a cultura local, fazendo da bicicleta um modal de transporte cada vez mais forte. 

IntegraçãoEsse avanço, contudo, depende de um passo crucial ao qual o movimento já se dedica: a integração com outros modais do transporte público. É essa integração que garante a adesão à bicicleta nas cidades  já avançadas na troca do carro pela ‘magrela’. Em Amsterdã, Holanda, há centenas de estacionamentos públicos para bicicletas.

Em muitos deles, há espaços com sinalização de quantas vagas existem em cada corredor, como acontece hoje no Salvador Shopping. E são milhares de vagas em cada um deles, o que retira uma preocupação do trabalhador: localizar um ponto seguro para deixar sua bike. Tóquio, capital do Japão, seguiu esse exemplo e já tem estacionamentos em diversas partes da cidade.

Em grandes cidades europeias - Paris (França), Londres (Inglaterra), Berlim (Alemanha), Barcelona (Espanha) e outras - é permitido carregar a bicicleta em viagens de metrô ou bonde, menos nos horários de pico. Com isso, aquele trecho do percurso com ladeiras pode ser vencido com uma carona em outro modal.

Além disso, quando a opção é por uma bicicleta pública - a exemplo das ‘laranjinhas’ de Salvador - há pontos de compartilhamento nas entradas da estações de metrô ou bonde.

Plano Inclinado
Alguns desses exemplos já são repetidos em Salvador. O Elevador Lacerda e os Planos Inclinados Liberdade e Gonçalves começaram ontem a aceitar carregar usuários com bicicletas em suas viagens. Essa autorização vale para todos os dias da semana em que o equipamento funcione.

Para o secretário do Escritório Municipal de Projetos Especiais (Empe) e coordenador do Movimento Salvador Vai de Bike, Isaac Edington, essa integração proporcionada pelos ascensores de Salvador vai derrubar o mito de que o uso de bicicletas na cidade é limitado por causa da topografia acidentada do município, dividida entre Cidade Alta e Cidade Baixa.

“É uma iniciativa que facilita muito a vida das pessoas que já usam a bicicleta cotidianamente. Ou seja, o fato de termos essa topografia incrível e belíssima, Cidade Alta e Cidade Baixa, não é mais motivo para não andar de bicicleta em Salvador”, acredita Isaac.

Ônibus
Paralelamente, o movimento vai continuar com as ações de incentivo sobre o uso da bicicleta. Segundo Edington, uma das iniciativas nessa área é a construção de uma parceria com o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Seteps) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) para um curso de capacitação de motoristas de ônibus para harmonizar a relação entre eles - motoristas - e ciclistas no compartilhamento das vias da cidade. Parcerias também vão ser estabelecidas com empresas, para que elas incentivem seus colaboradores a se deslocarem de bicicleta.

Outra novidade, seguindo a linha colaborativa, é a realização de pesquisas para basear decisões de melhorias da infraestrutura cicloviária de Salvador, incluindo a instalação de paraciclos e bicicletários e de novas ciclofaixas.

A ideia do Empe é a de abrir mil novas vagas de estacionamento de bicicletas até março do ano que vem. Também está no radar do órgão um projeto para estimular cada vez mais o uso da bicicleta nas comunidades. Um deles é apontado como pioneiro no Brasil cujo objetivo é o de incentivar o uso de bikes dentro das próprias comunidades, seja para deslocamento, seja para trabalho.

Por Flávio Oliveira
Informações: Correio 24 Horas



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