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Curitiba é a primeira cidade brasileira a receber o prêmio Sustainable Transport Award

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


O prefeito Beto Richa recebeu em Washington, na noite desta terça-feira (12), o prêmio Sustainable Transport Award 2010, pela implantação da Linha Verde. É a primeira vez que uma cidade brasileira recebe o prêmio do Institute for Transportation and Development Policy (ITDP).
“Mais que um incentivo, este reconhecimento amplia nossas responsabilidades com a construção de uma sociedade sustentável, questão que não será equacionada sem um transporte de massa caracterizado pela excelência de sua qualidade”, disse Richa em seu discurso de agradecimento, em solenidade no Hotel Hilton, no Centro da capital americana.
O Prêmio Transporte Sustentável, oferecido anualmente aos melhores projetos de transporte público do mundo, é organizado pelo ITDP, dos Estados Unidos, e por uma comissão com mais oito instituições internacionais, entre elas o Centro da ONU para Desenvolvimento Regional.
“A premiação coroa o trabalho de várias gerações de curitibanos na área de transporte urbano, trabalho que teve novo impulso, agora, com a Linha Verde”, disse Richa. “Este reconhecimento internacional comprova que Curitiba se mantém como uma referência mundial em soluções urbanas inovadoras.”
O prefeito disse que a permanente modernização do transporte coletivo continua sendo um compromisso fundamental de Curitiba, inclusive com a adoção de novas tecnologias de rodagem que ampliem as possibilidades da matriz original do sistema. “Isso sem nos afastar do conceito que associa transporte público, sustentabilidade e qualidade de vida.”
“Com a Linha Verde, Curitiba dá continuidade a uma tradição de transporte sustentável. Curitiba é um dos primeiros e melhores exemplos de transporte urbano eficiente e plano de uso de solo com foco na sustentabilidade ambiental”, disse Enrique Penalosa, presidente do Institute for Transportation and Development Policy
“A remoção da antiga rodovia BR 116 era sonho dos curitibanos e chegou a ser cogitada por planejadores urbanos visionários já nos anos 1960″, afirmou Beto Richa. “A Linha Verde virou uma realidade no desenvolvimento da cidade e no avanço do transporte público de Curitiba.”
“Os membros do comitê do prêmio ficaram impressionados com a Linha Verde, um corredor de transporte moderno, em conjunto com linhas de tráfego, ciclovias, calçadas e parque linear, formando uma avenida completa”, disse Enrique Penalosa, ex-prefeito de Bogotá e também vencedor, em 2005, do Sustainable Transport Award.
“Curitiba lançou a pedra fundamental para a inovação no transporte público. Todos reconhecem que a cidade merece a indicação para o prêmio”, disse Kathryn Phillips, especialista em políticas de transporte do Environmental Defense Fund, em Sacramento, na Califórnia.
“A indicação de três importantes cidades da América Latina (Cali, Curitiba e Guadalajara) reafirma o papel de liderança adotado por esta região para desenvolver sistemas de transportes mais limpos e mais eficientes”, disse Sergio Sanchez, diretor executivo do Clean Air Institute. “Estes exemplos devem incentivar outras cidades da América Latina e de outros lugares a continuar construindo cidades mais competitivas, ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade do ar e reduzem a emissão de gases.”
Linha Verde: a Linha Verde é o sexto corredor de transporte de Curitiba, cuja construção teve início em 2007. Seu sistema viário foi entregue em dezembro de 2008 e o sistema de transporte público, em maio de 2009, isto tudo no primeiro trecho, de 9,4 km, do Pinheirinho ao Jardim Botânico. O projeto completo prevê 18 km ligando os bairros Pinheirinho e Atuba.
A Linha Verde foi implantada na antiga BR 116, que foi transformada em avenida e corredor de transporte. A avenida tem dez faixas de tráfego, incluindo canaletas de uso exclusivo do transporte. As pistas ao lado das canaletas são vias rápidas. As pistas ao lado das rápidas são as locais, para acesso ao comércio e aos bairros. Há duas faixas para estacionamento.
O corredor de transporte da Linha Verde permitiu a implantação de novas linhas de ônibus.
A primeira delas foi a Pinheirinho-Centro, com uma redução de 17% no tempo de viagem. Esta linha tem os primeiros ônibus da América Latina a circular apenas com biocombustível,?à base de soja que, por não ter mistura de óleo diesel, é definido pelos técnicos como B100. Anteriormente, Curitiba já havia testado misturas de 5% e 20% de combustível orgânico, os chamados B05 e B20, experiências que levaram ao projeto do B100.
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Moovit apresenta relatório sobre transporte público em 2022

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Moovit, uma empresa da Mobileye e o aplicativo de mobilidade urbana mais utilizado no mundo, lança a versão atualizada do seu Relatório Global sobre Transporte Público. O levantamento foi feito com a análise de milhões de viagens por transporte público planejadas com o Moovit ao longo de 2022 em cem grandes metrópoles – dez delas no Brasil. Além da avaliação dos dados, o relatório traz também uma pesquisa de opinião com os usuários do app. 

A pesquisa quis saber o que incentivaria passageiros a usarem mais o transporte público. Para 24%, a maior demanda é o aumento na frota para reduzir o tempo de espera. Em seguida aparecem passagens mais baratas com 21%, e cronogramas mais confiáveis com 16%.

Esta edição do relatório também mostra como os passageiros passaram a usar transporte público após a fase mais aguda da pandemia de COVID 19. A pesquisa mostra que 17% dos passageiros diminuíram o uso de usar ônibus, trens e metrôs nos últimos dois anos. E 9% passaram a se locomover de outra forma, sem usar transporte público.  

Dez regiões metropolitanas brasileiras fazem parte do relatório: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A pesquisa foi respondida por 33 mil usuários dessas cidades em novembro de 2022. Todos os dados são anônimos.

Confira algumas das conclusões do relatório, que pode ser visualizado na íntegra aqui:

Três cidades brasileiras ficam entre as dez com o maior tempo médio de viagem: Rio de Janeiro (67 min); Recife (64 min) e São Paulo (62 min);
Recife tem o maior tempo médio de espera no país

Recife tem o maior tempo médio de espera no país, com 27 min, seguido por Belo Horizonte, com 24 min, e Brasília e Salvador empatadas, com 23 min;

39% das viagens em Brasília percorrem mais de 12 km, o que é considerado uma longa distância;

Porto Alegre é a única cidade brasileira em que mais da metade das viagens (53%) são diretas;

O uso combinado de bicicletas compartilhadas com transporte público cresceu 7% em relação ao último relatório. 

“Há 3 anos, a COVID impactou fortemente o uso de transporte público. Nosso relatório mostra que as pessoas voltaram a se locomover em 2022, trazendo novos desafios para quem opera e administra os sistemas de transporte. Esperamos que o Relatório Global sobre Transporte Público seja uma ferramenta que ajude operadores e governos na tomada de decisões para ter uma operação eficiente que atenda às necessidades dos passageiros”, afirma Yovav Meydad, vice-presidente de marketing e expansão do Moovit.

O Relatório Global sobre Transporte Público está disponível para qualquer pessoa que deseje utilizar assim como comparar dados das cidades analisadas. As informações são distribuídas sob licença Creative Commons e podem ser utilizadas em artigos, reportagens, estudos bem como trabalhos acadêmicos, com crédito para o Moovit e link para www.moovit.com. 

Dados do Relatório Global sobre Transporte Público

Tempo de Viagem
– O Rio de Janeiro é a quarta cidade no mundo em tempo médio de viagem, com 67 minutos;

– Três cidades brasileiras ficam entre as dez com o maior tempo médio de viagem: Rio de Janeiro (67 min); Recife (64 min) e São Paulo (62 min);

– 12% das viagens no Rio têm pelo menos 2h de duração;

– As viagens curtas, com menos de 30 min, cresceram em todo o país em relação a 2020.

Distância Percorrida

– Brasília tem a maior distância média no Brasil, com 12,41km. É também a sexta maior em todo o relatório;

– 39% das viagens em Brasília percorrem pelo menos 12 km;

– Rio de Janeiro tem a segunda maior distância média no país, com 11,42km; 33% das viagens passam por pelo menos 12km.

Tempo de Espera

– Recife tem o maior tempo médio de espera no país, com 27 min, seguido por Belo Horizonte, com 24 min, e Brasília e Salvador empatadas, com 23 min;

– 55% dos passageiros em Recife esperam mais de 20 min pelo transporte; 

– Curitiba é a cidade com a maior porcentagem de esperas curtas (menos de 30 min): 17%;

– Tempo médio de espera diminuiu em seis cidades das dez cidades do levantamento.

Baldeações

– 27% das viagens em Curitiba têm três baldeações ou mais. É terceira cidade no mundo, atrás da Cidade do México (29%) e Paris (28%); 

– Porto Alegre é a única cidade em que mais da metade das viagens são diretas (53%);

– Recife tem o maior tempo média de espera de todas as cidades – 27 min.

Informações: Portal do Transito
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Gasolina mais cara faz pessoas trocarem carro por ônibus, prova estudo

domingo, 5 de junho de 2022

É razoável imaginar que, com o aumento do preço dos combustíveis, muitas pessoas deixem de se deslocar de carro e recorram ao transporte público. Pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) resolveram investigar a questão de forma mais aprofundada e criaram modelos matemáticos que permitiram provar essa relação com base na realidade de Curitiba.


Segundo os cálculos dos pesquisadores, os ônibus de trânsito rápido (BRT) da capital paranaense lidam com um aumento de 5 mil passageiros mensais cada vez que o litro da gasolina sobe R$ 0,10.

As conclusões foram publicados na revista Sustainability, referência internacional em pesquisas interdisciplinares sobre sustentabilidade ambiental, cultural, econômica e social. O estudo reuniu informações relativas a um intervalo de dez anos. Dois modelos matemáticos foram criados e aplicados para analisar as variações no preço dos combustíveis, nas tarifas do transporte público, no número de passageiros e no volume de veículos nas ruas entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019.

Segundo o pesquisador Luis André Wernecke Fumagalli, do Grupo de Pesquisas em Cidade Digital Estratégica da PUC-PR e um dos autores do estudo, as pessoas levam em conta diversos fatores quando definem como vão se deslocar. Entre os fatores, estão a duração da viagem, a segurança e o conforto. O custo também exerce influência determinante. "Se os preços do combustível e da tarifa do transporte público ficarem estáveis, a tendência é que as pessoas mantenham sua opção."

As variações no número de passageiros foram apuradas a partir do histórico das seis linhas do BRT de Curitiba, que cruzam e conectam a capital paranaense em várias direções e representam quase 30% do total de usuários transportados diariamente na cidade.

O estudo revela que cada carro na rua representa, em média, 25 passagens a menos vendidas no transporte público da capital paranaense. Fumagalli observa que muitas pessoas fazem sua escolha conforme a situação de momento. "O proprietário não vende o carro e começa a andar de ônibus. Ele deixa na garagem. E aí, quando ele volta a achar que vale mais a pena usar o carro, ele para de se locomover por transporte público."

Esse cenário, no entanto, geralmente não ocorre com o motociclista. De acordo com Fumagalli, aqueles que adquirem uma motocicleta tendem a não voltar a usar o transporte público. Diante desse movimento, o volume de motocicletas nas ruas vem aumentando consideravelmente.

Gestão estratégica
Obter conclusões que contribuam para pensar uma gestão estratégica da cidade foi uma das principais preocupações dos pesquisadores. Para Fumagalli, a partir dos dados levantados, é possível discutir melhores práticas para a administração pública, envolvendo, por exemplo, a alocação de recursos.

"O município precisa investir no transporte público, na estrutura viária, na gestão do trânsito para acomodar, por exemplo, as motocicletas. Com maior número de motocicletas nas ruas, normalmente, ocorrem mais acidentes. No caso do transporte público, o número de passageiros é cada vez menor. E o serviço precisa ser viável economicamente”, observa o pesquisador.

Ele ressalta que não se pode imaginar que tirar pessoas dos ônibus é bom. “Com menos passageiros, a passagem vai precisar ser mais cara para manter o funcionamento [do transporte público. E carro demais também é problema, porque passa a ter muito engarrafamento."

Um dos desafios dos municípios é avaliar como o aumento do preço dos combustíveis impacta na sustentabilidade do transporte público. Isso porque o serviço passa a ter simultaneamente mais despesas, para abastecer os veículos, e maior arrecadação, com o aumento do número de passageiros que passam a deixar o carro na garagem. Para os pesquisadores, não é possível fazer generalizações, já que cada cidade lida de forma diferente com o sistema de transporte público. Ainda que a operação seja realizada por concessionárias privadas na maioria das grandes cidades, muitas vezes, elas recebem subsídios municipais.

"Em Curitiba, quando o preço do combustível sobe, há uma compensação feita pela prefeitura. Eventualmente, alguns aumentos acabam sendo repassados para o usuário nos reajustes da tarifa, mas não é algo linear", pontua Fumagalli. Segundo o pesquisador, a série histórica das tarifas revela que estas não acompanham a frequência de aumentos do preço dos combustíveis.

Por saúde e economia, brasilienses têm trocado o carro pela bicicleta

Para permitir o aprofundamento das análises, o estudo terá continuidade. A próxima etapa pretende incluir as bicicletas na equação.

De acordo com Fumagalli, a bicicleta é uma solução ecológica e sustentável do ponto de vista ambiental, mas a ampliação das ciclovias pode acabar gerando impactos sociais e econômicos, se resultar, por exemplo, na subtração de passageiros de ônibus. "O desafio de gerenciamento é encontrar uma união ótima entre o ônibus, o carro, a bicicleta, que se complementam", conclui.

Informações: Diário de Pernambuco
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Política Nacional de Mobilidade Urbana é debatida em Curitiba

sábado, 14 de abril de 2012

Autoridades nacionais de trânsito e transporte e gestores do setor de todo o Estado estão em Curitiba debatendo a nova política nacional de mobilidade urbana, que vigora a partir desta sexta-feira (13). As discussões acontecem no 4º Encontro de Secretários e Dirigentes do Transporte Público no Paraná, que acontece no Espaço Rotary, na Urbs.

O evento é organizado pela Regional Paraná da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e conta com a participação do presidente da ANTP, Ailton Brasiliense Pires e do diretor do órgão, Carlos Mantovani Néspoli.

“Esse encontro é uma grande oportunidade para o debate e a avaliação de proposições e soluções em cidades de médio e grande porte, em áreas como mobilidade, segurança e qualidade de vida nesses centros urbanos”, disse a diretora da Regional Sul da ANTP, a engenheira Rosangela Battistella.

A realização do encontro coincide com a entrada em vigor, oficialmente, da Lei Federal número 12.587/2012, a nova legislação para melhorar a mobilidade urbana nos grandes centros.
Na abertura do fórum o presidente da Urbs, Marcos Isfer destacou a ANTP como antiga e tradicional parceira da Prefeitura de Curitiba na discussão e o aprimoramento das ações do transporte coletivo, adotadas pela capital desde 1974, quando começou a funcionar o Sistema de Ônibus Expresso.

Ao comentar a Lei da Mobilidade Urbana, Isfer lembrou que o ir e vir nos centros urbanos sofrerá mudanças no médio prazo. “Quem tem carro perderá privilégios, e quem usa o transporte público ganhará direitos”, salientou.

Experiências – O presidente da ANTP, Ailton Brasiliense, frisou que o encontro, além de endereço para uma troca de experiências de políticas de transporte e trânsito em cidades paranaenses que enviaram representantes, como Foz do Iguaçu, Pato Branco, Francisco Beltrão e Ponta Grossa, serve para a discussão de caminhos comuns para uma qualidade de vida urbana sempre melhor.
“Se o poder público – através do Congresso, das assembléias legislativas e câmaras municipais – a iniciativa privada e organismos como a ANTP realizarem discussões e trabalhos que visam o aperfeiçoamento das infraestruturas urbanas, já teremos dado um enorme passo capaz de viabilizar, na prática, o que preconiza a Lei da Mobilidade que entra em vigor nesta data”, disse Brasiliense.

O superintendente da ANTP, Luiz Carlos Néspoli, explicou aos participantes que a mobilidade já foi tema de debates para sua inclusão na Constituição do Brasil, que é de 1988. “Vale lembrar que determinadas proposições vêm de algum tempo até sua implementação, como o Código de Trânsito Brasileiro, por exemplo, colocado na pauta do Congresso Nacional em 1993, mas só implementado cinco anos depois”.

Processo – Marcos Isfer considera que a Lei de Mobilidade Urbana foi viabilizada, graças a um tripé formado pela Constituição de 1988, o Código de Trânsito Brasileiro, de 1998, e o Estatuto das Cidades, de 2001.
“Até 15 anos atrás, o tema não era considerado prioritário pelos administradores municipais, mas foi a evolução urbana que provocou o debate exigindo alternativas de transporte, como a bicicleta, e mesmo o aperfeiçoamento do transporte público em ônibus, que sensibilizou dirigentes, que hoje procuram recursos e mecanismos capazes de viabilizar s políticas de desenvolvimento urbano”, disse.

Ao falar sobre o desenvolvimento do transporte urbano integrado em Curitiba, Isfer lembrou que, depois da implantação das vias exclusivas para ônibus – as canaletas, em 1974 -, vieram aperfeiçoamentos como o a integração físico-tarifária, o sistema pré-pago de embarque, os embarques em nível nas estações-tubo e, mais recentemente as ultrapassagens nas canaletas pelos expressos Ligeirões.

Modelo – Ailton Brasiliense, da ANTP, afirmou que  experiência curitibana, até hoje modelo para centros urbanos do país e do mundo, com deslocamentos com modais sobre pneus, ainda tem longa sobrevida. “Curitiba mostra uma evolução constante no transporte.

Prova disso é a ampliação da malha de vias segregadas, com veículos cada vez maiores, rápidos e confortáveis e a recente decisão da cidade em desalinhar as estações-tubo com o alargamento desses mesmos eixos. São ações que permitem a livre circulação dos ônibus com um mínimo de paradas, concorrendo com os paradores. Medidas de planejamento que mostram que Curitiba avança dentro do seu próprio pioneirismo para que este modelo de transporte continue eficiente”, salientou.

Presenças – Participam do  encontro, ao longo de toda esta sexta-feira (13), além dos dirigentes da ANTP e o presidente da Urbs, o secretário municipal de Trânsito, Marcelo Araújo e diretores, representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), e gerentes responsáveis pelo transporte e trânsito no Paraná.

Lei pretende melhorar qualidade de vida urbana
A Lei 12.487 / 2012, que trata da Mobilidade Urbana e entra em vigor a partir desta sexta-feira, 13 de abril, tem como objetivos melhorar a acessibilidade e a mobilidade das pessoas e cargas nos municípios e integrar os diferentes modos de transporte. A legislação, que institui as diretrizes da chamada Política Nacional de Mobilidade Urbana, foi sancionada em janeiro e dá prioridade a meios de transporte não motorizados (como bicicletas) e ao serviço público coletivo. Objetiva ainda a integração entre os modos e serviços de transporte urbano.

A nova legislação prevê instrumentos para aperfeiçoar a mobilidade urbana nas grandes cidades, como a restrição da circulação de veículos em horários predefinidos. Permite também a cobrança de tarifas para uso da infraestrutura urbana, bem como espaços reservados exclusivamente ao transporte coletivo público, estabelecendo ainda políticas para estacionamentos públicos e privados.

São os principais pontos da Política Nacional de Mobilidade Urbana:• Prioridade dos modais de transporte não motorizados e dos serviços públicos coletivos sobre o transporte individual motorizado;
• Reserva de espaço exclusivo nas vias públicas ao transporte coletivo e meios de transporte não motorizados;
• Restrição e controle de acesso e circulação, permanente ou temporário, de veículos motorizados em locais e horários predeterminados;
• Probabilidade de cobrança pelo uso da infraestrutura urbana, desestimulando assim o uso de  determinados modos e serviços de mobilidade. A receita, segundo a lei, será aplicada exclusivamente em infraestrutura urbana destinada ao transporte coletivo ou transporte não motorizado. E ainda será usado no financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público.
• Definição de padrões de emissão de poluentes para lugares e horários determinados, podendo condicionar o acesso e a circulação aos espaços urbanos sob controle.
• É direito dos usuários participar do planejamento, da fiscalização e da avaliação da política local de mobilidade urbana.

Fonte: Correio do Brasil


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Curitiba: Especialistas duvidam que o Azulão seja capaz de evitar a sobrecarga do transporte coletivo da capital

terça-feira, 12 de abril de 2011

O discurso do poder público de que o transporte coletivo de Curitiba é o melhor da América Latina não passa mais credibilidade como antes. Com base em pesquisas de campo, especialistas não têm medo de afirmar que o sistema não é tão bom quanto o que é vendido pela prefeitura, que recentemente lançou o Mega BRT, o maior ônibus do mundo. Conhecido como Azulão, ele tem 28 metros de comprimento, 2,5 metros de largura e capacidade para transportar 250 passageiros. Com menos paradas e uma tecnologia que permite abrir os semáforos, o Azulão reduz quase pela metade o tempo de viagem das linhas Pinheirinho e Boqueirão.

Para alguns especialistas, ele é apenas um tapa-buraco de um sistema cada vez mais defasado. Para outros, nem tanto. “O Azulão, mais do que uma salvação, é uma novidade. Desde o início da circulação dos ligeirinhos, com as paradas nas estações-tubo, em 1991, não víamos nada de novo nessas linhas”, diz o engenheiro civil Roberto Ghidini, autor da tese de doutorado “A dinâmica territorial em torno do transporte público e suas interrelações – Estudos sobre o metrô de Madri e a RIT em Curitiba”, a ser apresentada à Escola Superior de Arquitetura da Universidade Politécnica de Madrid, na Espanha.


O ônibus azul é um blefe a mais, na opinião do engenheiro mecânico João Carlos Cascaes, ex-diretor de Planejamento e Engenharia da Urbanização Curitiba S/A (Urbs). “Não é solução. O desempenho poderá ser bom em circuitos especiais, mas e no resto da cidade? Pior ainda, planejaram o metrô no circuito Norte-Sul sob a canaleta. Imaginou o caos a ser criado durante as obras? Erraram demais. Para complicar mais ainda, tivemos um edital assinado recentemente outorgando concessões que serão entraves na otimização do sistema”, afirma.

Verdade de fora

Enquanto o sistema de Curitiba apostou tudo no chamado Bus Rapid Transit (Trânsito Rápido de Ônibus, em livre tradução), veículos articulados ou biarticulados trafegando em canaletas específicas ou em vias elevadas, outras cidades do mundo investiram em modelos diferentes ou aperfeiçoaram o BRT. Na América Latina, os sistemas mais famosos são da Transmilenio, em Bogotá, na Colômbia, e o da Transantiago, de Santiago, no Chile, ambos BRT. No caso de Santiago, a tarifa é integrada com o sistema de ônibus local e com o metrô, o que dá mais mobilidade ao passageiro. Em Bogotá, a capacidade de transporte e a velocidade média são maiores do que as da capital paranaense.

O professor do mestrado em Transportes do Instituto Militar de Engenharia (IME) e da Fundação Getulio Vargas, Marcus Quintella, afirma que na Europa, por exemplo, existe o consenso de que o transporte público é a forma mais rápida, eficiente e econômica para a locomoção de massa nos centros urbanos. O termo transporte público abrange os metrôs, trens suburbanos, regionais e de alta velocidade, ônibus urbanos, táxis e veículos leves sobre trilhos (VLTs).

“Em termos tecnológicos, os benefícios para os usuários do transporte público são cada vez mais sofisticados e evidentes, desde a estrutura física dos veículos, passando pelo gerenciamento de frotas por satélite, até o controle sistêmico do trânsito nas vias urbanas”, diz Quintella. Nas capitais europeias, 70% das pessoas usam o transporte público para o trajeto casa-trabalho-casa, independentemente da classe social, pois não há outra opção mais racional e econômica.

Ghidini destaca o sistema de Barcelona. “Os deslocamentos diários são da ordem de 7 milhões de viagens, sendo 44% em transporte público, 22% a pé ou em bicicleta e 34% em veículo privado. O metrô é composto por linhas de empresa pública e privadas, assim como os ônibus. A coordenação é feita pela Autoritat del Transport Metropolità de Barcelona, que atua como um consórcio e que promove a integração modal e tarifária. Em 2007, iniciou a operação do Bicing sistema de locação de bicicletas, igualmente integrado ao sistema. Seguem inovando, melhorando em termos de cobertura espacial, de bilhetagem. Acho que este sistema poderia ser aplicado a Curitiba”, afirma.



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Campeã de veículos por habitante, Curitiba tenta alternativas para garantir transporte coletivo para a Copa

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Prefeitura de Curitiba começou a testar na segunda-feira (27) um ônibus menos poluente, com motor elétrico, com vistas à Copa do Mundo de 2014. A iniciativa da capital paranaense é mais uma tentativa para enfrentar uma contradição: seu sistema de transporte coletivo é considerado o mais eficiente do país, porém a cidade é dona do maior número de veículos por habitantes entre as capitais brasileiras: 0,63 veículos/habitante, o triplo de Salvador (0,19) e superior à média nacional de 0,27, conforme dados do IBGE.
Em 2010, mesmo ano em que recebeu as premiações consideradas o Oscar das categorias “sustentabilidade” e “transporte público” -- Sustainable Transport Award, nos Estados Unidos, em janeiro, e Globe Award Sustainable City, na Suécia, em abril -- Curitiba registra um aumento acumulado nos últimos quatros anos de 29,33% em sua frota de veículos, que chegou a 1.177.065 unidades em 2009.
Mas, se o transporte público é tão bom, por que tanta gente usa veículo particular em Curitiba? Para alguns especialistas ouvidos pelo UOL Notícias, o aumento de veículos na capital paranaense vem do seu bom desempenho socioeconômico, que confere maior poder de compra aos seus habitantes.
Curitiba apresenta, segundo dados do IBGE, taxa de crescimento populacional anual de 1,8%, enquanto o Brasil conta com 1,4%. Mesmo sendo a sétima capital em tamanho, ela está em quinto no ranking de PIB (Produto Interno Bruto), com R$ 40 bilhões em 2009. No ranking de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), Curitiba é a segunda capital do país, atrás apenas de Brasília (DF). Com uma renda per capita de R$ 21,7 mil/ano, Curitiba é ainda a segunda cidade com maior taxa de Classe A do país e é onde a Classe C mais cresceu (56% de aumento contra 43% da média nacional apontado estudo do Instituto Ethos, divulgado em 2009).

Sonho de consumo
Traços culturais também explicam a atração do curitibano por veículos particulares. Desde a abertura do mercado da era Collor, no final da década de 1980, a cidade vem ostentando a maior média de venda de carros de luxo e importados per capita do país -- só perde para São Paulo (SP) em venda de Mercedez Benz. Desde que abriu sua loja em 2008, a Porsche vende, em média, 120 unidades por mês. A marca Mini, por sua vez, comercializou 138 carros de agosto em dezembro do ano passado, quando começou a operar.
“Por melhor que seja o sistema de transporte coletivo, o automóvel vai continuar competindo, porque ele é um sonho de consumo, fácil de comprar e garante liberdade de mobilidade”, justifica Luiz Filla, gerente de operações de transporte coletivo da Urbs (Urbanização de Curitiba SA), empresa pública responsável pelo planejamento, operação e fiscalização de transporte e trânsito na capital do estado.
“Comprar carro e moto é fácil hoje em dia. Com o veículo na garagem, o usuário não quer se submeter ao horário de ônibus, por melhor que seja o sistema de Curitiba”, concorda José Mário de Andrade, diretor de negócios internacionais da Perkons, empresa paranaense especializada em tecnologia para segurança e gestão de trânsito, que inventou a lombada eletrônica. “O sistema curitibano é bom do ponto de vista das pessoas que planejam, mas o usuário sempre terá queixas a fazer porque exige tempo e às vezes, mais de um ônibus para chegar ao destino” emenda, ponderando que a situação de circulação ainda não é extremamente crítica. “São Paulo tem em torno de 6 milhões de veículos ou 300 carros por dia. Curitiba tem 1, 8 milhão de veículos e uma circulação média em torno de 20 a 30 por dia”, afirma.

Transporte público para a Copa
Aplicado com sucesso em Curitiba pela primeira vez em 1973, o sistema BRT (Bus Rapid Transit), composto por ônibus integrados, é a base do transporte público que transformou a cidade em modelo para cidades brasileiras e estrangeiras.
No total, são 465 linhas urbanas e metropolitanas operadas por 28 empresas privadas. “O principal atributo do BRT é que ele incorpora características do metrô por um custo cerca de 20 vezes menor por quilômetro”, explica Luís Antônio Lindau, pós-doutor em engenharia de tráfego e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Nove das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 receberão uma injeção de R$ 22 bilhões para a compra de ônibus articulados para implantação ou ampliação do sistema BRT. Curitiba será uma delas, e o teste do “hibribrus” (ônibus híbrido) da Volvo faz parte das análises preliminares da prefeitura municipal.
A despeito das premiações internacionais, o transporte coletivo curitibano está longe do ideal, admite Ricardo Antônio Almeida Bindo, supervisor de planejamento do Instituto de Planejamento e Pesquisa de Curitiba (IPPUC), entidade ligada à prefeitura. “O nosso sistema de transporte não é excelente, mas funciona razoavelmente bem comparativamente com outras cidades brasileiras. Está bem estruturado, tem tarifa única, é integrado, eficiente do sistema de transporte na canaleta (via especial, onde trafegam alguns tipos de ônibus)”, observa.
Mesmo assim, segundo Bindo, o número de usuários do transporte coletivo já é muito alto. Hoje há cerca de 2,3 milhões de passageiros/dia em Curitiba e mais 13 municípios da região metropolitana. No horário de pico, os ônibus da cidade circulam com 35 mil pessoas/hora.
Bindo não revela a base de cálculo adotado para mensurar a distribuição de ônibus pelas linhas. “Não existe número mágico em que dizemos para tantas pessoas, precisamos de tantos ônibus. Mas estamos permanentemente tentando aperfeiçoar o sistema."
A prefeitura, entretanto, vem aumentando suas medidas restritivas de tráfego nas áreas de maior movimento na cidade, diminuindo a possibilidade de estacionar em várias regiões. “A cidade cresceu, e as ruas, não. Ainda assim, os congestionamento são pequenos e pontuais em determinados horários. É diferente de São Paulo ou Porto Alegre, em que a cidade para”, explica Bindo, do IPPUC, que descarta a adoção de rodízio como solução imediata.
Além dos ônibus, a prefeitura de Curitiba, na campanha para ser uma das sedes para a Copa de 2014, prometeu a construção de metrô. Segundo a prefeitura municipal, o projeto está em fase de “estudos de engenharia”.

Fonte: Uol Notícias

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Audiência na Câmara discutirá tarifa do transporte coletivo em Curitiba

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O Legislativo deve participar das discussões sobre o futuro do transporte público, em especial sobre a tarifa técnica paga às concessionárias. (Foto: Chico Camargo/CMC) O valor da tarifa do transporte coletivo de Curitiba e a integração com a Região Metropolitana devem ser debatidos na Câmara. (Foto: Chico Camargo/CMC) O Legislativo deve participar das discussões sobre o futuro do transporte público, em especial sobre a tarifa técnica paga às concessionárias. 

O valor da tarifa do transporte coletivo de Curitiba, e a integração com a Região Metropolitana, serão discutidos em audiência pública na próxima quinta-feira (5), às 9 horas, no auditório do Anexo II da Câmara Municipal. O debate terá como base o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) realizado entre o Ministério Público do Paraná, as concessionárias do transporte público e a Urbs, que gerencia o sistema.

De acordo com o vereador Bruno Pessuti (PSC), relator da CPI do Transporte Coletivo na Câmara Municipal, o Legislativo deve participar das discussões sobre o futuro do transporte público, em especial sobre a negociação referente ao estabelecimento do valor da tarifa técnica paga às concessionárias. “Temos a preocupação com este assunto porque a CPI apontou diversas questões que ainda não tiveram solução. Um dos itens que indicamos como irregulares, e que ainda faz parte da planilha que define a tarifa, é o Imposto de Renda das empresas”, diz Pessuti.

O requerimento para a audiência foi aprovado na sessão plenária desta quarta-feira (28). O documento foi apresentado por Jorge Bernardi (Rede), presidente da CPI do Transporte Coletivo, e assinado pelos vereadores Pessuti, Chico do Uberaba (PMN) e Professora Josete (PT) – 407.00014.2015. A audiência foi solicitada pelas entidades que compõem o Fórum Popular de Transporte. “A questão do transporte foi sempre polêmica em Curitiba e objeto de inúmeras investigações e protestos por parte da população. É importante realização dessa audiência pública”, defende Bernardi.

Foram convidados para o debate o presidente da Urbs, Roberto Gregório; o presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Maurício Gulin; o supervisor geral do Dieese, Sandro Silva; o professor Lafaiete Neves, da Plenária Popular do Transporte Coletivo; o presidente do Sindiurbano, Valdir Mestriner; o presidente da OAB/PR, Juliano Breda; o conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná, Nestor Baptista; o presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Nelson Gomez; e o advogado Flávio Vilmar da Silva.

Informações: Bem Paraná
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Sistema curitibano de transporte coletivo é copiado em outras cidades, porém, é preciso ouvir o usuário do ônibus

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Não basta ter um bom transporte público, que faça deslocamentos de forma rápida, eficiente, com frequência regular de carros e que utilize veículos bonitos e bem conservados. Os que vivem nas grandes cidades precisam entender o sistema e serem ouvidos constantemente para informar aos planejadores e gestores o que está dando certo na prática.

Esse foi o conceito de transporte coletivo apresentado por seis cidades estrangeiras e brasileiras, em evento, semana passada, no Rio de Janeiro. As cidades participantes tinham em comum ter copiado o sistema de BRT (Bus Rapid Transit) de Curitiba – ônibus em canaletas, cobrança antecipada da passagem e embarque em nível. Porém, deram um passo a mais e modernizaram a comunicação com a população para aumentar o número de usuários.

A discussão é importante para a capital paranaense, que convive com a esquizofrenia de ser referência em transporte público, ambicionando sistemas rápidos como o metrô, mas que convive com congestionamentos cada vez maiores. Além de ser a cidade mais motorizada do país em relação à população: Curitiba tem dois veículos para cada três pessoas, uma proporção de 0,72 veículo por habitante, o dobro da média brasileira de 0,35 carro por pessoa.

As experiências de interação com o público foram apresentadas durante dois dias de workshop por administradores e planejadores de transporte público. Representantes da Urbanização de Curitiba (Urbs), que administra o sistema de ônibus de Curitiba, estavam presentes, mas não apresentaram nenhuma experiência bem-sucedida de comunicação.

“A gente teve dificuldades de investimentos, mas tivemos evolução, como é o caso do Ligeirão. Com certeza vamos ter de trabalhar a questão da comunicação com o usuário e desenvolver projetos”, admitiu a diretora de Relacionamento e Informações Corporativas da Urbs, Regina Neves Sorgenfrei, presente no encontro.

A capital paranaense, por exemplo, nunca fez uma pesquisa de Origem e Destino, a principal técnica usada há décadas por planejadores de transporte público em todo mundo para entender que tipo de transporte, os horários mais carregados e quais os principais deslocamentos que a população faz diariamente. Se os arquitetos, engenheiros e técnicos da Urbs e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) ouvirem os usuários eles poderão descobrir informações que nem imaginam, apesar da cidade ser referência desde a década de 70 em transporte de massa.

“É muito comum as cidades não terem planejamento e dinheiro para fazer marketing do transporte público. E a gente está desperdiçando uma oportunidade”, resume Ethan Arpi, gerente de comunicação e marketing da Embarq, uma organização internacional que pretende incentivar a implantação de metrôs e e BRTs como meios de transportes menos poluentes. A Embarq organizou o encontro.

Segundo Arpi, é importante ouvir os usuários para melhorar o que não está funcionando bem, mas principalmente saber o que está dando certo e destacar os pontos positivos e com isso garantir o financiamento de novos projetos de transporte. “Se os governos não acreditarem que o sistema é bom, não colocam dinheiro.”

Custo e “cases”
Parte das discussões aconteceram em torno dos custos de planos de marketing para as empresas que gerenciam os transportes públicos. Porém, grande parte das ações apresentadas dependem mais de iniciativa dos gestores do que dinheiro para fazer publicidade.

Na cidade de Pereira, 480 mil habitantes, capital da província de Risaralda, no Oeste da Colômbia, os administradores do MegaBus – um sistema de BRT – participam frequentemente de ações de marketing junto à população. “Não dá para ficar só no escritório e imaginar o que as pessoas pensam e como o sistema funciona”, relata a gerente-geral do MegaBus, Mónica Vanegas Betancourt. “É preciso ter um bom desenho técnico (do sistema de ônibus), mas não é o único fator (para atrair usuários)”, afirmou.

A coordenadora de comunicação da diretoria geral de mobilidade da cidade de Leon no México, Elda Flores Arias, salientou a importância de bons mapas para orientar os passageiros cotidianos e eventuais do sistema de ônibus. “Temos milhares de usuários e temos que ouvi-los. Cada linha tinha de ter um mapa”, resumiu.



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Transporte Público de Curitiba receberá prêmio nos Estados Unidos pela Linha Verde

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010



O prefeito Beto Richa receberá em Washington, na próxima terça-feira (12), o prêmio Sustainable Transport Award 2010, pela implantação da Linha Verde. O Prêmio Transporte Sustentável, oferecido anualmente aos melhores projetos de transporte público do mundo, é organizado pelo Institute for Transportation and Development Policy (ITDP), dos Estados Unidos, e por uma comissão com mais oito instituições internacionais, entre elas o Centro da ONU para Desenvolvimento Regional.
"A Linha Verde já é uma realidade no desenvolvimento da cidade e no avanço do transporte público de Curitiba. Este reconhecimento internacional comprova que Curitiba continua sendo uma referência mundial em soluções urbanas inovadoras", diz Richa. Também foram premiadas as cidades de Ahmedabad, na Índia; Johannesburgo, na África do Sul; Cali, na Colômbia; e Guadalajara, no México.
Ahmedabad, Johannesburgo, Cali e Guadalajara foram premiadas por projetos inspirados no sistema curitibano de canaletas exclusivas, que ficou mundialmente conhecido como BRT, do inglês Bus Rapid Transit (Ônibus de Trânsito Rápido).
Ahmedabad implantou o Janmarg, primeiro sistema BRT na Índia. Johannesburgo ganhou o prêmio pela primeira fase do Rea Vaya, primeiro BRT do continente africano e construído para a Copa do Mundo de 2010. Cali lançou o corredor inicial do Sistema Mio, uma ambiciosa transformação do sistema de ônibus da cidade. Guadalajara implantou um sistema BRT em menos de dois anos.
"Com a Linha Verde, Curitiba dá continuidade a uma tradição de transporte sustentável. Curitiba é um dos primeiros e melhores exemplos de transporte urbano eficiente e plano de uso de solo com foco na sustentabilidade ambiental", disse Enrique Penalosa, presidente do Institute for Transportation and Development Policy.
"Os membros do comitê do prêmio ficaram impressionados com a Linha Verde, um corredor de transporte moderno, em conjunto com linhas de tráfego, ciclovias, calçadas e parque linear, formando uma avenida completa", disse Penalosa, ex-prefeito de Bogotá e também vencedor, em 2005, do Sustainable Transport Award. Além de Enrique Penalosa, que construiu o TransMilenio de Bogotá, também inspirado no sistema de ônibus curitibano, já venceram o Sustainable Transport Award os prefeitos de Nova York, Michael Bloomberg, em 2009; de Paris, Bertrand Delanoë, em 2008; de Londres, Ken Livingston, em 2008; de Guayaquil, Jaime Nebot, em 2007; de Seul, Myung-Bak Lee, em 2006.
Além do Institute for Transportation and Development Policy e do Centro da ONU para Desenvolvimento Regional, o comitê do prêmio é formado por especialistas em transporte das seguintes instituições: Environmental Defense Fund; Transportation Research Board Committee on Transportation in Developing Countries; Clean Air Initiatives for Asia; Clean Air Initiatives for Africa; GTZ (Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit), da Alemanha; EMBARQ (The World Resources Institute Center for Sustainable Transport); e International Association of Public Transport (UITP).
Linha Verde: a Linha Verde é o sexto corredor de transporte de Curitiba, cuja construção teve início em 2007. Seu sistema viário foi entregue em dezembro de 2008 e o sistema de transporte público, em maio de 2009, isto tudo no primeiro trecho, de 9,4 km, do Pinheirinho ao Jardim Botânico. O projeto completo prevê 18 km ligando os bairros Pinheirinho e Atuba.
A Linha Verde foi implantada na antiga BR 116, que foi transformada em avenida e corredor de transporte. A avenida tem dez faixas de tráfego, incluindo canaletas de uso exclusivo do transporte. As pistas ao lado das canaletas são vias rápidas. As pistas ao lado das rápidas são as locais, para acesso ao comércio e aos bairros. Há duas faixas para estacionamento.
O corredor de transporte da Linha Verde permitiu a implantação de novas linhas de ônibus. A primeira delas foi a Pinheirinho-Centro, com uma redução de 17% no tempo de viagem. Esta linha tem os primeiros ônibus da América Latina a circular apenas com biocombustível, à base de soja que, por não ter mistura de óleo diesel, é definido pelos técnicos como B100. Anteriormente, Curitiba já havia testado misturas de 5% e 20% de combustível orgânico, os chamados B05 e B20, experiências que levaram ao projeto do B100.
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Técnicos da Prefeitura de Teresina conhecem transporte público de Curitiba

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Técnicos da Prefeitura de Teresina estiveram na cidade de Curitiba, Paraná, para conhecer os projetos paisagísticos e o funcionamento do transporte público integrado do município. A equipe realizou visitas a parques, bosques e a empresa Urbanização de Curitiba S/A (URBS). O objetivo do prefeito Elmano Férrer é buscar pelo Brasil as melhores experiências neste setor para serem adaptadas e implantadas em Teresina.

O transporte urbano em Curitiba tem características inovadoras, sendo considerado um dos pioneiros em modernização e reestruturação do sistema de transporte urbano no Brasil. Denominada "Rede Integrada de Transportes" (RIT), a operação é realizada por 28 empresas privadas e gerenciada pela URBS, e caracteriza-se por ser uma operação através de ônibus, num sistema "Tronco-Alimentador", contando com 465 linhas urbanas e metropolitanas, perfazendo um total de aproximadamente 24 mil viagens ao dia.

De acordo com a superintendente da Strans, Alzenir Porto, a visita à Curitiba foi muito importante para conhecer o funcionamento do sistema de transporte público integrado: "Visitamos a URBS e verificamos como funciona a estruturação dos transportes urbanos. Conhecemos também o sistema integrado de transporte coletivo, que facilita muito o deslocamento das pessoas. A partir disso, pretendemos trazer para Teresina esse modelo, que irá beneficiar toda a população, oferecendo um transporte público de mais qualidade".

Para a arquiteta da Semplan, Danielly Bezerra, outro ponto que merece destaque são os inúmeros parques e bosques de Curitiba: "Percebemos uma presença intensa do verde, da água, da fauna, enfim, da natureza dentro da cidade, convivendo de forma harmônica com as edificações e proporcionando qualidade de vida aos usuários, pois estes espaços reúnem lazer contemplativo, esporte, cultura e, principalmente, educação ambiental", complementou.

Para Danielly estes "acertos" no processo de urbanização de Curitiba foram determinantes para a cidade receber o título de "cidade modelo", e conseqüentemente, inspirar outras cidades, devido a disciplina e consciência ambiental da população, do uso saudável dos espaços e da conservação e manutenção dos equipamentos: "Visitando Curitiba e conhecendo seus pontos positivos e negativos refletimos sobre Teresina, e vemos como é grande o seu potencial de também ser uma cidade modelo, utilizando e adequando exemplos como o de Curitiba à nossa realidade", finaliza


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Tarifa zero pode dominar as eleições de prefeito em 2024 nas Capitais

terça-feira, 4 de julho de 2023

O preço da tarifa do transporte coletivo urbano deve ser um dos temas dominantes no debate da campanha eleitoral de 2024. É o que apontam marqueteiros e estrategistas políticos.

Hoje, seis capitais, entre elas São Paulo, estudam a adoção do sistema de gratuidade no transporte público. São elas: São Paulo, Fortaleza, Goiânia, Cuiabá, Brasília e Palmas.

O movimento em direção à tarifa zero se acentuou com a pandemia de covid-19. Foi depois que o coronavírus se espalhou pelo mundo que 42 prefeitos decidiram reorganizar o transporte público em suas cidades.
Esse foi o caso de Mariana (MG), Paranaguá (PR), Assis (SP) e do mais populoso de todos os municípios a adotar o sistema: Caucaia, na Grande Fortaleza, no Ceará. Desde 2021, seus 368,9 mil habitantes se locomovem com tarifa zero.


A maioria dos políticos e dos especialistas em transportes ouvidos pelo jornal Estado de São Paulo diz acreditar que a discussão sobre essa política pública estará em destaque na próxima campanha eleitoral, em 2024. 

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), já encomendou um estudo para a adoção da medida. Para seus adversários, esta pode ser a bandeira que Nunes precisará para se reeleger. “O estudo que eu pedi à SPTrans deve estar pronto ainda neste ano”, contou o prefeito.

Atualmente, o preço da passagem é R$ 4,40 e não sobe há três anos. Em 2022, o sistema de transporte público custou R$ 10,3 bilhões para a cidade, dos quais R$ 5,1 bilhões foram arrecadados com tarifa e o restante foi subsidiado pela Prefeitura. “A tarifa devia ser R$ 7,20. Começamos a levantar as cidades que tinham tarifa zero e vimos que todas elas demonstravam um ganho econômico do comércio e de empregos”, disse Nunes.

Em uma década, o investimento público no setor caiu a menos da metade, de acordo com estudo do economista Claudio Frischtak, da Inter.B Consultoria.

Se, em 2013, os R$ 8,6 bilhões em recursos estatais aplicados em transporte público já não eram considerados suficientes, o montante de R$ 4,1 bilhões no ano passado aponta uma tendência preocupante.

Enquanto isso, subsídios para automóveis e combustíveis só aumentam. Ainda no ano passado, antes do programa de incentivos fiscais para baratear carros lançado pelo governo federal na semana passada, o setor automotivo já tinha sido beneficiado com isenções tributárias da ordem de R$ 8,8 bilhões, mais que o dobro do investido pelo setor público em mobilidade nas cidades.

Para o consultor de marketing político Juarez Guedes, nas pesquisas que ele tem acessado o grande debate é em todo do transporte público que funcione de verdade, com menos superlotação, com pontualidade, com o mínimo de conforto. 

“Agora, naturalmente esse é um debate atrativo. Já participei de campanhas em que a gratuidade foi colocada mas que naquele momento não teve aderência, porque não trouxe credibilidade naquele momento, naquele contexto”, pontuou Guedes. 

O sociólogo Rodrigo Mendes entende que na eleição municipal tendem a prevalecer os temas locais. Nas capitais, em alguns casos específicos podem surgir temas nacionais, mas via de regra predominam temas mais próximos do cotidiano dos eleitores e, portanto, temas como transporte público, zeladoria (limpeza, iluminação, pavimentação), junto com lazer (parques e praças), saúde (atenção básica) e educação (infantil e ensino fundamental), segurança (guarda municipal quando a cidade tem), emprego nas suas dinâmicas locais, tendem a dominar o debate. 

Estrategista de Marketing e Comunicação e autor do livro Marketing Político, o Poder da Estratégia, Mendes acredita que a questão da tarifa zero no transporte público, sobretudo em cidades que têm finanças ajustadas e maior arrecadação de impostos, pode entrar na pauta de 2024. 

Informações: F5 Online
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