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Mauá pode fazer contrato emergencial para o transporte

quarta-feira, 19 de maio de 2010


De acordo com Secretaria de Mobilidade Urbana, transporte é o segundo maior alvo de reclamações.

O secretário de Mobilidade Urbana de Mauá, Renato Moreira dos Santos, afirmou nesta terça-feira (17/02) que poderá fazer um contrato emergencial para operação do transporte coletivo da cidade. A medida será tomada caso a Justiça não se manifeste em breve sobre a licitação do transporte, paralisada desde 2008. Atualmente, a exploração do transporte em Mauá é feita pelas viações Barão de Mauá e Januária.

“A população não pode ficar refém de um transporte sem garantias. Sem licitação, a empresa operante não tem nem direitos nem compromissos” explica Santos. De acordo com o secretário, depois da área da saúde, o transporte público é o maior alvo das reclamações dos munícipes. Representantes da Administração irão se reunir na próxima semana para discutir o assunto.

“Independente do que a Justiça nos disser, vamos mudar a maneira como funciona o transporte, porque está provado que como funciona hoje, é insuficiente” ressaltou o secretário. Em 1996, o então prefeito de Mauá, José Carlos Grecco, que estava no fim do mandato, autorizou por decreto que as empresas Viação Barão de Mauá e Viação Januária explorassem por dez anos o transporte público da cidade.

Em 2006, o Ministério Público exigiu que novas licitações fossem abertas, mas o projeto enviado a Câmara dos Vereadores pelo ex-prefeito Leonel Damo (PV) também garantiu que as empresas de Baltazar de Souza continuassem a funcionar. As licitações que estão sob judici foram feitas em 2008 e dois lotes foram abertos.

As empresas Viação Leblon, Viação Cidade de Mauá, Trans Mauá, Estrela de Mauá e Rápido São Paulo pleiteiam a concorrência. Mauá possui uma frota de 170 veículos, que atendem a 3 milhões de passageiros, e fazem 6 mil viagens por dia.

Fonte: Mauavirtual.com
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Em Mauá, Suzantur divulgou pintura de ônibus com licitação em andamento

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Durante a licitação para o transporte público de Mauá, realizada no ano passado, a Suzantur apresentou publicamente como seria a pintura dos ônibus em meio à concorrência, antecipando, descumprindo regra do edital conduzido pela Prefeitura e abrindo possibilidade para direcionamento. Dois meses depois de mostrar como seria o layout dos coletivos, a Suzantur foi homologada vencedora do certame ao oferecer R$ 6,2 milhões por dez anos de contrato – período pode ser prorrogado por mais uma década – e o desenho adotado pelo governo municipal.

O edital 8/2014, em seu anexo 5, era específico em dizer que a pintura da frota seria “proposta pelo poder concedente”, no caso, a Prefeitura de Mauá. “Os veículos só poderão entrar em circulação após serem aprovados em vistoria pelo concedente”, determinava as regras da licitação.

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Porém, no dia 11 de maio de 2014, o dono da Suzantur, Claudinei Brogliato, anunciou como seria o layout dos coletivos: branco com detalhes em azul e vermelho. Os carros foram mostrados ao Blog Ponto de Ônibus, com Brogliato dizendo ter contratado “profissional da área” para pensar o formato.

O desenho era completamente diferente ao utilizado pela empresa durante o convênio emergencial com a mesma administração de Mauá após o cancelamento do contrato com a Leblon e a Viação Cidade de Mauá – os ônibus circulavam com pintura completamente branca.

“Em maio de 2014, a Suzantur já operava o transporte público de Mauá em caráter emergencial. A pintura que hoje é utilizada foi apresentada como sugestão, e aprovada pela Prefeitura antes de ser aplicada nos ônibus”, informou o governo de Mauá, por nota.

Ao Blog Ponto de Ônibus à ocasião, Brogliato lembrou que chegou a Mauá pelo contrato emergencial sabendo que “corria risco, claro”. “Mas vi que seria boa oportunidade”, discorreu ele, lembrando que recorreu a ônibus parado da falida Oak Tree de São Paulo para cumprir exigências contratuais.

Hoje, além de administrar 100% das linhas do transporte coletivo de Mauá, Brogliato atua como gestor temporário da Expresso Guarará, uma das operadoras de ônibus em Santo André. Ele recebeu procuração dos donos da firma andreense para buscar soluções às crises financeira e judicial da empresa.

Recentemente, a Expresso Guarará teve 14 ônibus apreendidos por falta de pagamento ao banco financiador. Segundo a Prefeitura de Santo André, a dívida da companhia chega a R$ 15 milhões.

Empresa concorreu com outro nome

A Suzantur concorreu na licitação para operar as linhas de ônibus em Mauá com nome de Transportadora Turística Suzano Ltda, empresa constituída legalmente em 1983.

Em registro na Junta Comercial do Estado, a Transportadora Turística Suzano informa ter capital de R$ 3,52 milhões, valor acima do mínimo exigido pela Prefeitura de Mauá em edital do ano passado. Claudinei Brogliato aparece como sócio majoritário da firma, com R$ 3.500.788 (99% do capital).

Nessa companhia, Brogliato não tem como sócio Angelo Roque Garcia desde maio de 2011. A Suzantur, na Junta Comercial, aparece como dissolvida, mas sem detalhes adicionais. Após a dissolução, a Transportadora Turística Suzano Ltda passou a utilizar Suzantur como nome fantasia. 

Por Rafael Rocha
Informações: Diário do Grande ABC

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Cidades do ABC Paulista querem corredores de ônibus integrados

quarta-feira, 6 de março de 2013

As cidades do ABC Paulista devem ter corredores de ônibus interligados para aumentar a velocidade operacional do transporte coletivo da região, que hoje é considerada baixa e que não permite que o transporte público consiga convencer o proprietário do automóvel a deixar o carro em casa.

A integração de corredores municipais e criação de espaços preferenciais para ônibus de caráter intermunicipal fazem parte dos estudos das sete cidades da região sobre mobilidade urbana.

A ligação entre os futuros corredores municipais de São Bernardo do Campo com os de Diadema e a criação de espaços preferenciais no eixo entre São Caetano do Sul, Santo André, Mauá e Ribeirão Pires estão nos planos. No entanto, a maior parte das propostas não tem datas e especificações técnicas definidas.

Nesta segunda-feira, dia 04 de março de 2013, os prefeitos se reuniram no Consórcio Intermunicipal do ABC e após reuniões e estudos das pastas municipais de transportes que atuaram em conjunto, listaram um pacote de 116 possíveis obras que devem atender 16 eixos principais da região.

Nem todas estas obras se referem ao transporte coletivo. Há intervenções simples como adequações geométricas de vias até mais complexas como novas avenidas e viadutos.

Em aproximadamente 15 dias, a lista deve ser entregue à equipe da Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, para que a região consiga liberação de recursos federais para algumas destas propostas de obras.

O prefeito de São Bernardo do Campo e presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, Luiz Marinho, disse que nem todas as obras propostas receberão financiamento do Governo Federal, mas que a partir da aprovação das obras, será possível definir as prioridades. A partir deste momento, ele acredita que será possível estabelecer convênios com o Governo Federal dentro de um prazo de 90 dias. Mas as obras só devem sair do papel em 2014.

Ele estima que entre as intervenções viárias e de transportes coletivos, o pacote de obras deve custar entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões.

“Não podemos dizer que temos um projeto ainda. A equipe técnica contratada está trabalhando. Nós demandamos olhando as sete cidades. Hoje podemos chamar de pré-estudo para ser complementado para virar um plano de mobilidade regional de intervenções viárias e de intervenções para o transporte coletivo” – disse Marinho se referindo ao fato de que as propostas só devem virar planos depois de o Governo Federal definir o quando deve liberar de recursos para a região.

“Se você for analisar que o Governo Federal tem R$ 38 bilhões disponíveis agora para a mobilidade em todo o País, R$ 10 bilhões só para o ABC é algo ousado. Mas querermos mostrar ao Governo Federal o tamanho problema da mobilidade na região” – complementou Marinho.

O Consórcio também pretende apresentar as propostas ao Governo do Estado para também ter a contrapartida estadual nas intervenções de mobilidade.

Mesmo desenvolvendo corredores municipais, as cidades estudam a possibilidade de integrar estes espaços com corredores de municípios vizinhos.

Entre as propostas estão a comunicação de corredores de São Bernardo do Campo com Diadema e a criação de espaços prioritários para os ônibus no chamado eixo Sudeste entre São Caetano do Sul, Santo André, Mauá e Ribeirão Pires.

A coordenadora do GT (Grupo de Trabalho de Mobilidade) do Consórcio, Andrea Brisida, diz que obras viárias são importantes, mas destaca que somente o investimento em transporte público é que vai permitir uma melhoria no ir e vir das pessoas para o futuro.

“Na verdade, todas as obras que priorizam o transporte coletivo visam o futuro. Hoje todo nosso sistema viário está saturado. Não há via que se faça que dê contra do aumento da frota. Os prefeitos já começaram a perceber que o foco está no transporte público. Apesar de ser um grande pacotão de obras viárias (a lista das 116 intervenções aprovada pelos prefeitos nesta segunda-feira) ele não perde a priorização do transporte coletivo. 

A bifurcação da linha 18 (monotrilho, formando um “Y”passando pela região do Córrego Taioca, sendo interligado ao Terminal de Ônibus de Vila Luzita) já visa o futuro. Repactuar com o Estado a necessidade do Expresso ABC – Guarulhos e do Expresso ABC, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também precisa ser reforçado. 

Um dos corredores mais importantes que nós elencamos como eixo é o Corredor Sudeste, que é a ligação desde o limite de São Caetano do Sul com São Paulo, vindo pela Dom Pedro II, Perimetral (Santo André), Avenida João Ramalho, Avenida Capitão João (Mauá) até a Avenida Humberto de Campos (Ribeirão Pires). Todo este eixo é o principal de Transporte Coletivo da Região do ABC. O tipo de priorização, ainda não conseguimos detalhar. 

Pode ser um corredor de ônibus, faixas preferenciais em horários de pico. Depende do detalhamento de cada trecho destes projetos. Esse viário tem características diferentes em cada trecho. Mas a gente identificou que é um eixo prioritário de transporte coletivo sim.” – explicou a coordenadora do GT – Grupo de Trabalho de Mobilidade do Consórcio Intermunicipal do ABC, Andrea Brisida.

Ela também disse que o Consórcio aguarda as definições sobre a licitação da área 5 da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, corresponde aos serviços de ônibus intermunicipais do ABC Paulista, o único lote da Grande São Paulo que não opera de acordo com a lei e ainda tem contratos de permissão precária e não de concessão. A proposta principal quanto a área 5 é eliminar as sobreposições de linhas municipais com intermunicipais de ônibus.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, disse que espaços para ônibus da cidade serão ligados às vias para transporte coletivo de Diadema.

“Os corredores das cidades se integrarão. Por exemplo, o corredor Leste/Oeste de São Bernardo do Campo vai até dentro do Terminal de Diadema. Então este corredor estará conectado a outros corredores de Diadema.  Assim será com outras cidades. Essas intervenções de divisas (propostas pelo Consórcio) vão ajudar na ligação de corredores municipais. 

Exemplo, essa intervenção da Lauro Gomes com São Caetano do Sul dando sequencia da Guido Aliberti, do lado de São Paulo, que não existe. A Lauro Gomes segue até a divisa com São Paulo e dá sequencia na marginal na regiã., no lado de São Caetano e do outro lado do rio até a Avenida Goiás” – contou Marinho que revelou também que Santo André já realiza um estudo para a implantação de corredores municipais de ônibus e que Mauá vai também iniciar estudos para corredores de ônibus do sistema da cidade, hoje servido pela Viação Cidade de Mauá e Leblon Transporte de Passageiros.

Entre as obras viárias, Luiz Marinho citou a duplicação da Rodovia Índio Tibiriçá e Caminho do Mar, eliminação de cruzamentos livres na Avenida do Estado e a extensão da Lauro Gomes, que pode vir a cruzar a Avenida Pereira Barreto.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes


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No Grande ABC, Usuários reclamam da qualidade do transporte coletivo

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Quase 30% da população do ABC - cerca de 700 mil pessoas – depende hoje de ônibus para ir ao trabalho ou passeio. Para o serviço, os municípios disponibilizam 1,2 mil ônibus, com até 4,7 anos de uso.  As passagens mais caras são cobradas em Santo André, São Bernardo e Mauá: R$ 2,90. Diadema e Ribeirão Pires cobram R$ 2,80 e São Caetano, R$ 2,75. Em Rio Grande da Serra, os R$ 2,30 do bilhete não terão  reajuste antes de 2012, conforme licitação.

Entre as tarifas intermunicipais, a praticada no Corredor ABD (que atravessa Mauá, Santo André, São Bernardo e Diadema) está entre as mais baixas: R$ 2,90. Assim, quem faz o percurso Rio Grande da Serra (Centro) a São Bernardo (Terminal Metropolitano) desembolsa R$ 4. Já o trajeto de Mauá (jardim Zaíra) até Diadema (Centro), passando por Santo André (Centro) e São Bernardo (Pauliceia), custa R$ 6,50.
Mesmo com a tarifa cara - opinião defendida por estudiosos e usuários do sistema -, o serviço é sinônimo de reclamação entre os usuários. Ônibus superlotado, desrespeitos dos horários, insegurança, desatenção aos idosos e portadores de necessidades especiais, e falta de educação dos motoristas encabeçam o rosário de queixas feitas por 23 passageiros ouvidos esta semana pelo Repórter Diário nos pontos de ônibus dos sete municípios da região.

Creso de Franco Peixoto, mestre em Transportes e professor da FEI, explica que os contratos acordados entre prefeituras e companhias viárias podem estabelecer cobrança a partir da quantidade de passageiros - o que implica na questão da superlotação - ou levando em conta o montante de ônibus oferecidos - o que pode causar congestionamentos.

“Infelizmente, estatísticas comprovam existência de até 12 passageiros por m² no transporte público”, destaca. Neste caso, quando a fiscalização do poder público não é efetiva, a recomendação é para que a população reclame junto aos órgãos de defesa do consumidor ou no Poder Judiciário, ensina o mestre em Transportes .

A qualidade do serviço seria melhorada a partir da integração total do Metrô com o ônibus BRT (Bus Rapid Transit), segundo o especialista. “Com isso, mais gente usaria o transporte público, que seria eficiente financeiramente”, comenta.

O Consórcio Intermunicipal do ABC discute meios de integrar ônibus municipais e intermunicipais. Porém, mudanças pontuais ainda estão longe de ocorrer, porque a maior parte dos contratos entre as empresas de transporte e as prefeituras tem validade por mais 15 ou até 25 anos.

Sistema não é bem de consumo, diz especialista
Os reajustes das tarifas levam em conta as variações observadas no período, como dissídios coletivos, alta no preço dos combustíveis e dos ônibus, e gastos com manutenção. Segundo Silvana Maria Zione, professora de Planejamento Urbano e Transportes da UFABC (Universidade Federal do ABC), estes itens colocam o transporte coletivo como bem de consumo ao invés de serviço urbano. “Calcular uma tarifa baseada em custos, como na região, é uma ideia deturpada que não encontra paralelo em nenhum lugar do mundo”, comenta.

A especialista defende a inclusão no cálculo do custo-benefício social, que o transporte público propicia. “Até quem não usa ônibus é beneficiado. Se todos optassem pelo transporte individual, não haveria mais mobilidade”, diz, referindo-se ao trânsito. Silvana garante que não existe transporte barato e de qualidade no Brasil e, quando comparado com outros países da América Latina e até mesmo com os Estados Unidos e Europa, o valor cobrado no País é o mais caro.

Silvana observa que o poder aferido às empresas de ônibus no Brasil é curioso. “É vantajoso ter uma empresa de ônibus devido a essa visão neoliberalista de calcular custo da tarifa como se fosse uma produção”, diz.

Intolerância, insegurança e  demora encabeçam queixas
Tarifas elevadas, longos períodos de espera, superlotação, motoristas impacientes e desrespeito aos bancos preferenciais. Essas são algumas das queixas ouvidas pelo Repórter Diário, que conversou esta semana com 23 usuários de ônibus nas sete cidades do ABC.

A superlotação e a quebra constante são as principais reclamações em Diadema, principalmente da linha 22, sentido Terminal Diadema. “Os ônibus são verdadeiras sucatas, vivem quebrando e demoram muito para passar, principalmente finais de semana”, enfatiza o aposentado José Carlos Silva.

Em São Caetano, a linha com mais reclamações foi a Boa Vista. Segundo a recepcionista Alessandra Basilio, ela já ficou 40 minutos no ponto à espera de ônibus. “Os veículos não possuem limpeza adequada e o preço da passagem não é justo”, pontua.

Em Rio Grande da Serra, a principal queixa é a demora do ônibus. A aposentada Odete Brito afirma que a culpa é da fiscalização ineficiente. “Para a linha da Vila Niwa sair da estação, os fiscais esperam cinco trens chegarem, aí já está tudo lotado”, reclama. “Todos os horários estão dentro da normalidade”, se defende Leandro Ricardo Pereira, sócio-proprietário da empresa Talismã.

A espera também é alvo de reclamações em Mauá. “Se tivesse ônibus toda hora, o preço da passagem valeria a pena, mas não tem”, conta Nelsi Lopes, aposentada. Para Hélio José da Rocha, auxiliar de pedreiro, a demora resulta na superlotação.

Além da demora, os usuários de Ribeirão Pires reclamam da má educação dos motoristas. “Os motoristas correm muito e não têm educação com os idosos”, afirma Maria de Fátima dos Santos, cabeleireira.

O tempo de espera nos horários de pico também é queixa em São Bernardo. Luzinete Paulo dos Santos, auxiliar de serviços gerais, afirma que os ônibus nunca têm horário para passar. “Passa ônibus para o inferno, mas não passa para a Balsa”, esbraveja .

De acordo com Maria do Socorro dos Santos, cobradora de ônibus, falta segurança para os motoristas e cobradores trabalharem. “Nós não temos segurança, as linhas que passam pela rua dos Vianas são sempre assaltadas”, conta.
Segundo Nilson Mattioli, gerente de Planejamento da SBCTrans, em 2011 foi registrada média de seis assaltos/mês, já em 2010 a média era de 12.

Idosos
Os idosos, que muitas vezes têm dificuldades em realizar atividades simples, como subir em ônibus, reclamam do descaso. “Tenho problema de artrose e muitas vezes os motoristas nem esperam a gente subir no ônibus, fico até com medo”, afirma Odete Teixeira, aposentada de 79 anos.

Naul Teixeira, aposentado de 61 anos, conta que os motoristas não param nos pontos. “Eles demoram muito e como eu uso bengala, os ônibus não param, eles sempre me deixam no ponto”, reclama.

Segundo Odete, os assentos preferenciais são outro problema. “Outro dia o ônibus estava lotado e uma moça colocou a criança num assento, esperei três pontos e pedi para sentar, pois aquele lugar era reservado para mim”, conta a idosa.

Consórcio prepara edital para integração regional
A tão esperada integração entre os ônibus das sete cidades do ABC depende do resultado de pesquisa sobre o transporte coletivo e a mobilidade na região. Porém, o documento, que apontará a viabilidade técnica e financeira destas conexões, não tem data para ser finalizado.   

Andréa Brísida, coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) Mobilidade, do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, diz que o edital do estudo está em fase de elaboração. “O Consórcio está solicitando verba ao Estado para viabilização, que nos dará um raio-x da mobilidade do ABC e nos dirá se é ou não viável e o que temos de fazer para integrar os ônibus da região”, explica.

A expectativa é finalizar o processo licitatório nos próximos dois ou três meses para, a partir daí, contratar o estudo. “Quando o levantamento começar, imaginamos que em seis meses fique pronto para, então, estabelecermos cronograma de trabalho”, explica.

Apesar de ainda não haver nada palpável, Andréa está otimista quanto à integração. “O transporte caminha para isso, a integração. Esta é a solução para o trânsito, pois temos de tornar o sistema atrativo para que a população deixe o carro em casa”, analisa. “Porém, não podemos iludir, pois é algo de médio ou longo prazo, devido a implicações técnicas e jurídicas, como tarifas e contratos de cada município com as empresas”, adianta.

Integração metropolitana
Além da integração municipal, que envolve apenas os ônibus em circulação, o Consórcio tenta tirar do papel a integração metropolitana, que também agrega ônibus da EMTU, trens da CPTM e o Metrô. “Esta ação é um pouco mais complicada, pois precisa de negociação com o Estado. Estamos fazendo isso, mas a municipal é mais viável”, conta a coordenadora.

Mais de 670 mil utilizam 1.232 ônibus por dia no ABC
Cerca de 27,2% da população da região utiliza o transporte público todos os dias. São mais de 667 mil passageiros que trafegam de 1.232 ônibus pelas cidades do ABC, exceto Rio Grande da Serra, que não respondeu à reportagem.

Santo André possui a maior frota, com 402 veículos e até o final do ano mais 10 novos entram em circulação. A idade média da frota é de 3,5 anos. Duas empresas prestam serviço de transporte na cidade: Expresso Guarará e Consórcio União Santo André (composto por mais seis empresas).

De acordo com Paulo Lemos de Oliveira, diretor da SA-Trans, órgão gerenciador dos transportes públicos do município, o contrato de concessão com as duas empresas acaba em 2023. “No caso da Guarará, o contrato prevê renovação por mais 25 anos e com o Consórcio União Santo André a renovação pode ser feita por mais 15 anos. Esta possibilidade, porém, fica sujeita à avaliação da Administração”, relata. Ambas as empresas repassam 2% da arrecadação à SA-Trans.

Em São Bernardo, que possui a mesma média diária de passageiros que Santo André - 215 mil usuários – são 367 veículos. A idade média da frota é de 4,7 anos. Apesar de possuir um território maior do que a cidade vizinha, São Bernardo tem 35 ônibus a menos que Santo André. O serviço é prestado pelo Consórcio SBC Trans, cujo contrato com a Prefeitura vence em 2013, mas pode ser renovado por mais cinco anos. A concessionária paga 0,5% da arrecadação a título de outorga variável.

Em Mauá, 128 mil passageiros circulam pelo serviço municipal de transporte, prestado pela Leblon e Viação Cidade de Mauá, que assinaram contrato de 10 anos: primeira em 2010 e a Cidade de Mauá em 2009. Segundo a Administração, Mauá tem uma frota fixa de 200 veículos, 140 deles novos. As empresas repassam um valor fixo por ônibus, montante que está em fase de reformulação, em virtude do recente aumento da tarifa. Além disso, recolhem 4% do faturamento equivalentes a ISS e repassam 10% dos valores obtidos com a exploração da publicidade.

No Em Diadema, a ETCD (Empresa de Transportes Coletivos Diadema) e a Viação Imigrantes transportam 72 mil passageiros/dia. Mas a empresa deixará de operar no município em novembro, quando entrará em vigor o contrato com a Transportadora Turística Benfica Ltda. O contrato foi assinado em julho. Já com a Viação Imigrantes, o contrato foi assinado em 2003, por 15 anos, prorrogáveis por mais cinco. Diadema possui atualmente 168 veículos. Os ônibus têm de zero a 10 anos, com idade média de quatro anos.

Em São Caetano, os 21 mil passageiros diários utilizam a frota de 50 veículos, todos equipados com GPS e de propriedade da empresa Vipe. O contrato vence em 2017 e o repasse é de R$ 21 mil por ano.

A menor e mais nova
Com a idade mais nova da frota e a menor do ABC, Ribeirão Pires conta com 45 veículos, com idade média de uso de 2,2 anos para transportar média de 17 mil passageiros. O serviço é prestado pela Rigras Transporte Coletivo e Turismo, cujo contrato vence em 15 anos. A empresa começou a operar no município em abril deste ano, com previsão de repasse anual para os cofres públicos de pouco mais de R$ 1 milhão.

Fala Povo
“Acho o degrau do ônibus alto demais para idosos e deficientes físicos, mas nunca tive problemas com os motoristas”. - Moacir Pereira de Andrade, aposentado, de Rio Grande da Serra.
“Sempre à tarde é muito cheio, mas acho o valor da passagem, justo. Sem dúvida a linha que dá mais problema é a da Santa Luzia”. - Alzenir Souza Santos, balconista, de
 Ribeirão Pires.
“A linha que dá mais problema é a 22, sentido terminal Diadema. Os ônibus estão sempre quebrados e sujos”. - Jeane Maria, dona de casa, de Diadema.
“A tarifa está muito alta e o ônibus está sempre lotado. Nunca tem lugar para sentar, principalmente na linha 39, da Represa”. - Guilherme Soares, estudante, de São Bernardo.





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Viação Estrela de Mauá deixa de operar após decisão judicial

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Os ônibus da Viação Estrela de Mauá, empresa cuja operação foi suspensa pela juíza Fernanda Salvador Veiga, da Terceira Vara Cível de Mauá, na Grande São Paulo, pararam de circular na cidade por volta das 07h30 da manhã desta quinta-feira, dia 10 de janeiro de 2013.

Os veículos da empresa de David Barioni Neto, fundada por Baltazar José de Sousa, chegaram a sair das garagens e a embarcar e desembarcar passageiros, recebendo inclusive os créditos e dinheiro das passagens, mesmo depois de a Prefeitura ter sido notificada nesta quarta-feira para a suspensão imediata dos serviços.

No despacho da juíza Fernanda Salvador Veiga, do dia 08 de janeiro, é determinado o fim das operações da empresa.

“sejam intimadas as autoridades coatoras, ou seja, o Prefeito Municipal de Mauá e o Secretário de Mobilidade Urbana para que, IMEDIATAMENTE, interrompam a execução do aludido contrato emergencial formando com a Viação Estrela de Mauá Ltda…”
No dia 27 de dezembro, no final da administração do ex prefeito Oswaldo Dias, e do ex secretário de Mobilidade Urbana, Renato Moreira dos Santos, foi assinado um contrato emergencial com Viação Estrela de Mauá para operar junto com a Leblon Transporte, empresa considerada vencedora da licitação dos transportes, em 2010, pela Prefeitura de Mauá e pelo poder judiciário.

Os passageiros que estavam nos ônibus da Estrela de Mauá foram desembarcados do lado de fora do Terminal Municipal Central de Ônibus. Os que precisavam fazer integração com outras linhas eram orientados pelos funcionários do terminal a seguirem com acompanhamento para o lado de dentro do terminal com o objetivo de garantir a segurança dos usuários.

A retirada dos ônibus cumpre a determinação judicial. A Guarda Civil Municipal de Mauá, técnicos do Departamento de Trânsito, da Secretaria de Mobilidade Urbana e a Polícia Militar acompanharam a movimentação que não registrou incidentes.

A disputa judicial entre Leblon e Estrela de Mauá pelo lote 02 vem desde 2008. Em 2010, a Leblon foi declarada vencedora da licitação. A Viação Estrela entrou com vários recursos jurídicos e perdeu em várias instâncias.

Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes


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Em Porto Alegre, Novo sistema de transporte coletivo gera um prejuízo de cerca de R$ 52 milhões

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Recentemente, a Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), divulgou que, nos primeiros seis meses da operação do novo sistema de transporte coletivo da cidade, as empresas tiveram um prejuízo de cerca de R$ 52 milhões – R$ 42 milhões das empresas privadas e R$ 10 milhões da Carris. A queda seria motivada, especialmente, pela redução no número de passageiros desde que o novo sistema de transporte público entrou em operação, em fevereiro.
Novo sistema de transporte coletivo de Porto Alegre entrou em vigor em feveiro | Foto: Joana Berwanger/Sul21

Segundo a ATP, o número de passageiros que pagam tarifa caiu 7,35%. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) também aponta queda, mas um percentual menor: 5,3%. De qualquer forma, essa redução seria recorde na cidade.

Diretor-executivo da ATP, Gustavo Simionovschi diz ainda que, nesses seis meses, durante 34 dias as empresas operaram com uma tarifa menor do que os atuais R$ 3,75 e que por 97 dia usuários que tinham feito a recarga antes da elevação da tarifa pagaram um valor menor. Diante desse quadro, ele afirma que seria necessário cobrar uma tarifa de R$ 4,20.

“Se eu fizesse uma conta tarifária hoje, colocando só a quilometragem rodada e o passageiro que eu perdi, a tarifa passaria de R$ 3,75 para R$ 4,20, sem considerar qualquer outro aumento de custo”, diz Simionovschi. “Alertamos que estamos chegando em um dilema que, no final do mês, a empresa vai ter que escolher se paga diesel, salário ou a prestação do ônibus. Estamos muito preocupados porque está entrando numa falência do sistema”, complementa.

O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, afirma que não há a menor possibilidade de, no momento, haver uma revisão no preço da tarifa e que isto só irá ocorrer a partir de fevereiro de 2017, mês em que usualmente ocorre reajuste dos salários dos rodoviários e da tarifa.

Como alternativa para reduzir os prejuízos, ele diz que a EPTC tem promovido mudanças e cortes nos horários de algumas linhas menos utilizadas. Ele cita, como por exemplo, a linha São Caetano, que teve redução de 40% do número de passageiros no período. “Readequou-se a grade de horários para que o usuário tenha ainda a oferta de transporte com intervalos um pouco maiores”, diz Cappellari.

Ele ainda atribui a redução de passageiros a fatores externos ao sistema, como a popularização do Uber, com tarifas mais baixas que o táxi, e a crise de segurança no Estado.

Mauri Cruz, ex-secretário de Transportes de Porto Alegre durante a gestão da Frente Popular e professor de pós-graduação em Direito à Cidade e Mobilidade Urbana, defende que o problema da redução de passageiros no sistema é fruto do “congelamento de um modelo de transporte público já saturado”.
Ele pondera que o transporte público deveria oferecer uma integração maior entre os modais da cidade – transporte coletivo, seletivo e estacionamentos rotativos. “A licitação congelou um modelo de transporte já saturado, precisaria modicar o sistema integrando os diversos modais”, afirma Cruz.

O professor defende, por exemplo, a flexibilização das tarifas como forma de atrair mais público para o transporte coletivo. Segundo ele, a passagem poderia ser reduzida em horários de entrepico, isto é, de menor ocupação. Além disso, poderia ser diferenciada de acordo com a distância. Ele também sugere que, em áreas centrais, poderia ser restringida a circulação de veículos e utilizados ônibus menores e/ou elétricos para reduzir os custos.

Para isso, no entanto, ele afirma que a gestão das tarifas deveria ficar a cargo da EPTC, como determina a lei municipal 8133, e não da ATP, como ocorre atualmente. Nesse caso, ele diz que seria possível realizar uma integração maior entre os diversos modais do sistema e a EPTC teria mais recursos para investir na modernização do sistema. À ATP, segundo Mauri, ficaria exclusivamente a remuneração do serviço prestado, que poderia ser feito através do pagamento de critérios como quilômetro rodado ou passageiro transportado.

Subsídio de isenções
O diretor da ATP reconhece que o aumento da tarifa poderia gerar uma redução ainda maior de passageiros e que é preciso buscar outras alternativas. Ele defende, por exemplo, uma revisão da política de isenções, que hoje faria com que 35% dos usuários de ônibus não paguem passagem. “Estamos com o número de isenções explodindo. Extrapolou qualquer limite aceitável”, afirma. “Hoje, o usuário poderia pagar R$ 1 a menos, R$ 2,75, se não tivesse isenção”.

Simionovschi defende que as isenções poderiam ser financiadas de outra forma, como pela cobrança de um valor adicional nos parquímetros da cidade, implementação de uma taxa sobre a gasolina e até a cobrança de um “pedágio urbano” para a circulação de veículos no Centro cujo valor seria revertido para a sistema de transporte.

“Não é ser contra o automóvel, é usar racionalmente o automóvel. Temos que definir que modelo de transporte a cidade quer, um transporte racional, integrado, menos poluente, ou uma pessoa sozinha dentro de um automóvel e todo mundo parado no trânsito”, pondera Simionovschi.

Cappelari, porém, salienta que a questão das isenções depende de legislações federais – como o caso da isenção para maiores de 65 anos, prevista na Constituição – e de leis locais – como a meia tarifa para estudantes -, o que só pode ser mudado pela Câmara de Vereadores. “Não se tira benefício por interesse do gestor ou das empresas”, diz Cappellari.

Por outro lado, ele concorda que é preciso buscar alternativas de financiamento da tarifa de ônibus. “A oferta de um transporte de qualidade somente baseado em tarifa é insustentável”, diz.

Ele afirma que a Prefeitura tem defendido junto ao Congresso Nacional a aprovação de uma legislação que permita a cobrança de uma Cide (Contribuição de intervenção no domínio econômico) sobre o combustível cujo valor poderá ser revertido para subsidiar o transporte coletivo. Segundo ele, caso fosse imposta uma taxação extra de 10% sobre o valor do combustível, entrariam nos cofres públicos R$ 200 milhões por ano e isso, se aplicado no transporte coletivo, poderia levar à redução da tarifa para R$ 2,80.

O atual diretor da EPTC também se diz favorável a buscar outras alternativas de financiamento do sistema, como a cobrança de taxa sobre estacionamento, mas pondera que isso também depende da Câmara de Vereadores. “Quem usa o automóvel tem que subsidiar o transporte coletivo”, afirma.

Ele ainda diz que é preciso – e a EPTC estaria trabalhando nesse sentido – combater a evasão das tarifas, isto é, a utilização inadequada de gratuidades. Segundo Cappellari, este é um verdadeiro “câncer no sistema”.

Lentidão no trânsito
Outro ponto apontado como responsável pelo prejuízo das empresas é a lentidão do trânsito na Capital, que levaria ao aumento do consumo de combustível, obrigaria que um maior número de veículos fosse mantido em operação e afastaria o usuário do transporte coletivo.

Simionovschi diz que a ATP defende a priorização do transporte coletivo em avenidas com três ou mais faixas, com ao menos uma delas sendo exclusiva para ônibus. “Isso diminui muito o custo da operação e aumenta a velocidade”.

Atualmente, Porto Alegre tem 67 quilômetros de corredores de ônibus, que ainda são insuficientes e precisam de grandes obras para ser implementados. Uma alternativa, porém, são as faixas exclusivas em determinados períodos, como o que existe nas avenidas Cavalhada e Teresópolis desde 2013.

Segundo Cappellari, os ônibus percorriam o trajeto de 5,6 km entre as avenidas em meia hora antes da instalação das faixas exclusivas e agora fazem em 15 minutos. Ao mesmo tempo, o período de deslocamento no automóvel teria se mantido. “Com a diminuição do tempo de viagem na Cavalhada, a última medição aponta que tivemos 4% de aumento de passageiros. Há uma probabilidade boa de que melhorando a condição operacional da rede de transportes tenha um maior numero de usuários”, afirma.

Ele diz que a Prefeitura pretende instalar, até o final do ano, mais sete faixas exclusivas para ônibus nas avenidas Assis Brasil, Icaraí, José do Patrocínio, Loureiro da Silva, Ipiranga e Mauá. Além disso, diz que há previsão de conclusão do corredor da Sertório até a Assis Brasil ainda neste ano.

Por Luís Eduardo Gomes
Informações: Sul 21
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Prefeitura de Mauá pretende implementar mudanças na operação do transporte público da cidade

segunda-feira, 19 de julho de 2010


Prefeitura de Mauá pretende implementar mudanças na operação do transporte público da cidade a partir do dia 24 deste mês. A Administração ainda não divulgou em detalhes quais são as modificações, que incluem alterações nos itinerários, horários, entre outras.

As mudanças serão feitas em quatro etapas, e avisadas à população conforme forem implementadas. A Prefeitura resolveu mudar as linhas municipais para melhorar o fluxo e permitir que os usuários possam fazer mais baldeações com apenas uma tarifa. A medida não deve alterar o valor da passagem, que custa atualmente R$ 2,50.

Corredores tronco-alimentados nas avenidas Castelo Branco e Barão de Mauá também fazem parte das modificações. De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana, Renato Moreira dos Santos, a mudança só é viável se dividida em etapas e independe de qual empresa estará operando o transporte público da cidade.

“Não podemos surpreender, do dia para a noite, o usuário com todas as mudanças. Agora que a cidade possui um sistema organizado para fiscalizar a operação do transporte, tivemos condições de identificar o que precisava ser mudado”, afirmou. Mesmo assim, o secretário alerta que mudanças viárias na cidade, principalmente obras com capacidade para desafogar o trânsito vindo do Trecho Sul do Rodoanel, também são importantes para melhorar o transporte coletivo.

“Se o trânsito não fluir bem, não adianta estipular horários para o ônibus sair e chegar em algum lugar. Para que isso não aconteça, estamos elaborando projetos de intervenção viária”, disse. A Secretaria de Mobilidade Urbana planeja, em conjunto com a Secretaria de Planejamento, um plano diretor de mobilidade, que deverá ficar pronto em 2011, e que irá contemplar todas as questões mencionadas pelo secretário.

Protesto - No início deste mês, usuários do serviço protestaram no terminal de ônibus da cidade, impedindo a saída dos coletivos. A demora enfrentada pelos passageiros foi o motivo do protesto. Muitos passageiros deixaram o terminal e foram para casa a pé. A polícia foi chamada, mas não chegou a intervir. O atraso dos coletivos para entrar e sair do terminal ocorreu porque um acidente, no trajeto entre Mauá e Santo André, congestionou o trânsito.

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Ônibus de Mauá terá novas tecnologias como GPS e ampliação de câmeras dentro dos coletivos

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Leblon Transporte de Passageiros anunciou uma série de investimentos que visam melhorar o atendimento aos passageiros em Mauá. Ações de respeito e preservação ao meio ambiente também estão entre os investimentos. Além disso, o passageiro de Mauá vai contar com tecnologia para que os serviços sejam mais regulares e para ampliar o nível de conforto nos ônibus.

Em breve, toda a frota da Leblon em Mauá vai ter um sistema de computador que orienta eletronicamente a condução dos ônibus. Os equipamentos já foram comprados e estão em fase de instalação. Isso vai proporcionar um comportamento melhor do motorista na direção, já que o sistema transmite em tempo real os dados de operação dos veículos. Com o controle de dirigibilidade é possível diminuir os riscos de acidentes e registrar ocorrências como freadas bruscas, impactos e curvas percorridas em alta velocidade.

- Blog Meu Transporte/Mauá

O sistema também vai permitir que o setor de tráfego envie em tempo real mensagens de orientação aos motoristas, por um display no painel e detecte ocorrências repetidas, o que auxilia na programação dos serviços. É possível programar até a velocidade em determinados trechos e com o monitoramento, ajustar melhor os horários.

Segundo a Leblon, com o sistema, será possível ter um maior controle dos horários e das linhas.

O sistema de GPS vai ser modernizado, informa a empresa, e o passageiro vai consultar com mais precisão os horários e a localização dos ônibus em tempo real no site da Leblon (http://www.leblontransporte.com.br/).

Ainda na parte tecnológica, já estão sendo instalados monitores de TVs para os passageiros terem acesso a uma programação diferenciada, com serviços, informações e entretenimento enquanto estão nos ônibus da Leblon. Já são 15 veículos com os equipamentos, mas o objetivo é colocar nos 90 ônibus do lote 02. Mais que diversão, o sistema de monitores também representa segurança maior para os passageiros, já que além das TVs, os ônibus têm no painel uma tela de 10 polegadas que mostra a entrada e saída dos passageiros, facilitando o controle por parte do motorista da movimentação de pessoas na região das portas.

O número de câmeras em cada veículo também será ampliado de 4 para 6 aparelhos. Ainda de acordo com a Leblon, o objetivo é monitorar melhor o fluxo de pessoas dentro dos veículos, inibir a criminalidade e ajudar a elucidar possíveis ocorrências, como acidentes de trânsito ou mesmo esclarecer reclamações de passageiros quanto a postura dos funcionários.

Por Adamo Bazani 
jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.


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Curitiba monitora transporte e trânsito em tempo real

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O prefeito Luciano Ducci apresentou na manhã desta terça-feira (10) o Centro de Controle Operacional (CCO) que dá início à implantação do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) de Curitiba.

O novo Centro, um dos mais modernos do país, instalado na Urbs, reúne técnicos, fiscais, agentes e operadores do transporte coletivo e do trânsito que vão acompanhar em tempo real o que acontece nos ônibus e nas ruas, formando um núcleo de comando on line com comunicação direta com motoristas de ônibus e do trânsito em geral.

Os operadores do CCO dispõem de um painel de 7,20m por 1,80m, formado por 21 telas de LCD de 46 polegadas onde são projetadas as imagens captadas por câmeras de circuito fechado de televisão (CFTV), instaladas em pontos chave; e de bancadas individuais com duas telas de computador, o que permite ações simultâneas, como receber e enviar mensagens, seja para os painéis de trânsito instalados nas ruas, seja para controladores de semáforos ou para motoristas do transporte coletivo através de computadores de bordo já instalados em todos os ônibus da frota operante e de reserva, num total de 2,3 mil veículos.

"Este é o começo do começo, o início de um processo de transformação na área da mobilidade urbana. Curitiba está entrando em um novo patamar e terá avanços importantes a partir deste Centro de Operações", destacou. Ducci disse que o processo iniciado com a implantação do CCO colocará Curitiba em um novo patamar na mobilidade urbana.

"É um processo em andamento e por isso fiz questão de apresentá-lo no seu início, para que a cidade possa acompanhar desde agora os avanços que vão acontecer na sequência". O funcionamento do Centro de Controle Operacional, afirmou, é um passo decisivo na modernização da cidade que passa a contar com tecnologia de ponta na gestão da mobilidade urbana.

O presidente da Urbs, Marcos Isfer, detalhou o funcionamento do Centro de Controle Operacional e destacou a importância deste processo no dia a dia dos curitibanos. "Trabalhamos todos para termos uma cidade cada vez melhor, como o sr. pediu", disse Isfer, destacando que o CCO vai ajudar o usuário do transporte coletivo e o trânsito da cidade. "O monitoramento em tempo real do trânsito e do transporte será fundamental no planejamento e na melhoria da mbilidade em Curitiba", disse, detalhando o funcionamento e os benefícios do novo CCO.

TRANSPORTE - Computadores de bordo, GPS e equipamentos acoplados à parte elétrica dos ônibus permitem que operadores e fiscais do transporte saibam em tempo real a situação de cada ônibus – em que ponto do trajeto ele se encontra, se está no horário, se parou fora do ponto e em quanto tempo chegará à próxima parada.

Nos terminais, o usuário também será informado, em painéis luminosos no próprio ponto de parada, do tempo previsto para a chegada do próximo ônibus. Este sistema está em teste nos terminais Pinheirinho e Cabral e a previsão é que esteja em todos os pontos de todos os terminais até o fim deste ano.

Todas as ações e a movimentação dos ônibus geram relatórios que vão ajudar no planejamento permitindo também readequar a operação do transporte coletivo a qualquer momento.

Através de um console, instalado no painel do ônibus cujo acesso só é possível com o ônibus parado, o motorista poderá acionar o Centro de Controle e receber orientação do operador em casos de alteração de rota, readequação de horário e paradas não previstas, por exemplo.

O Controle Operacional do transporte é feito a partir de informações dos fiscais da Urbs que agora passam a contar com uma ferramenta decisiva que é o monitoramento em tempo real. Neste primeiro momento, o monitoramento é feito nas linhas expressas – biarticulados que só circulam nas canaletas – e a previsão é incluir todas as 355 linhas até o fim do ano.

TRÂNSITO - O primeiro trecho da cidade monitorado pelo CCO será o anel viário – um conjunto de ruas que permite deslocamento em mão única entre os bairros sem passar pela área central da cidade.

Cinco câmeras – serão 21 até junho – captam imagens permitindo monitoramento do trânsito. Três painéis – serão 14 até junho – vão orientar os motoristas sobre as condições de tráfego à frente, avisando por exemplo, em casos de congestionamentos e sugerindo vias alternativas.

O CCO também agiliza a chamada de socorro quando necessário em casos de acidentes, e permite uma análise permanente das condições de tráfego auxiliando no planejamento de obras e do trânsito.

No CCO também funciona a Central de Tráfego em Área (CTA), responsável pelo monitoramento e intervenções nos semáforos. No caso do anel viário serão 190 semáforos no sistema auto-adaptativo que abrem e fecham de acordo com o volume do tráfego, evitando que o motorista fique parado quando não há trânsito na transversal. Esse sistema será implantado gradativamente com softwares que serão desenvolvidos a partir da leitura do volume de tráfego do anel viário. Com o CCO, além do aviso de que há algum problema em semáforo os técnicos terão também a imagem do local, facilitando e agilizando a solução do problema. Em geral, problemas em semáforos são provocados por acidentes, tempestades, queda de energia, etc.

O CCO entrou em funcionamento com cinco câmeras e três painéis de trânsito. As câmeras estão instaladas nos cruzamentos das ruas e avenidas Ubadino do Amaral com Visconde de Guarapuava; Campos Sales com Augusto Severo; Vicente Machado com Brigadeiro Franco; Brigadeiro Franco com Padre Agostinho; e Lisymaco Ferreira da Costa com Cândido de Abreu.

Os painéis de trânsito estão nas ruas Desembargador Motta (perto da Padre Agostinho); Brigadeiro Franco (entre a Chile e a Baltazar Carrasco dos Reis); e Mauá (perto da Barão de Guaraúna).

SIM - A entrada em funcionamento do CCO é um passo decisivo para a implantação do Sistema Integrado de Mobilidade e significa que a fase de definição de tecnologias, equipamentos e desevolvimento de sistemas já foi vencida. Até 2014, o CCO vai atuar com 711 câmeras e 80 painéis de trânsito, além de 694 painéis de informação aos usuários do transporte coletivo, instalados em todos os pontos de ônibus nos terminais e na estações tubo.Fazem parte do SIM, também, o dispositivo que dá prioridade à passagem dos Ligeirão nas canaletas e o carregamento do cartão transporte diretamente na catraca dos ônibus, terminais e estações tubo, sem necessidade de carregar o cartão em validadores que ficavam nos terminais, sujeitos à ação de vândalos.

Operação integrada – O controle operaciona integrado de trânsito e transporte é um dos diferenciais de Curitiba em relação a outros centros operacionais existentes no país.

Conheça como funciona o CCO:

Câmeras - Instaladas em pontos estratégicos, em postes de até 15 metros de altura, câmeras de circuito fechado de televisão (CFTV), com zoom de até 36 vezes a imagem real, registram o que acontece nas ruas. Atualmente 21 câmeras estão instaladas cobrindo os 25 quilômetros do anel viário. Cinco câmeras estão em operação e outras 16 serão ligadas até junho. O Sistema Integrado de Mobilidade, monitorado pelo CCO, prevê 711 câmeras até junho de 2014.

Telão - As imagens captadas pelas câmeras são acompanhadas no CCO em um telão de 7,20 m por 1,80m, formado por 21 telas de LCD de 46 polegadas e em telas individuais dos operadores que têm comunicação on line com o trânsito, através de painéis e com o transporte, através de computadores de bordo já instalados em todos os ônibus.
Computador de bordo

 
Um dispositivo acoplado na parte mecânica do ônibus, GPS e computador de bordo registram informações variadas, como velocidade, trajeto, localização e paradas feitas pelos ônibus, acompanhadas em tempo real no CCO. Com o ônibus parado, o motorista também tem possibilidade de comunicação direta com o CCO e é avisado quando há mensagem - que ele só vai ler com o ônibus parado. Em casos de emergência, o motorista pode emitir um alerta imediato ao CCO. As informações emitidas ficam registradas em relatórios que são uma importante ferramenta no planejamento e operação do transporte coletivo.
Painéis do Transporte - horário on line
Como o sistema permite acompanhamento em tempo real da localização de cada ônibus, o usuário terá acesso à informação - nas estações tubo e terminais – do tempo previsto até a próxima parada, tempo de espera ou qualquer alteração de rota ou horário. A previsão é que até o fim do ano sejam instalados em todos os terminais e estações tubo,694 painéis de informação ao usuário do transporte
Painéis de trânsito
Instalados em pontos estratégicos, os painéis vão informar ao motorista que está em trânsito, as condições da via – por exemplo, se há acidente, obstáculo na pista

Infovia

A comuncação entre os diferentes equipamentos que compõem o CCO é feita por uma rede subterrânea de fibra ótica, implantada inicialmente nos 25 quilômetros do anel viário.

Semáforos adaptativos 

Sistema composto por controladores semafóricos, detectores veiculares, rede e concentradores de comunicação com capacidade para transmissão de dados, vai permitir a implantação dos chamados semáforos adaptativos – que abrem ou fecham de acordo com o volume de tráfego.

Fonte: URBS

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Cidade de Mauá-SP têm o maior bicicletário da América Latina

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A mais nova aquisição do bicicletário erguido ao lado da estação de trem de Mauá, município da região metropolitana de São Paulo, é um brechó. A pequena loja, montada nos fundos daquele que é considerado o maior estacionamento de bicicletas da América, com capacidade para pelo menos 2 mil magrelas, disponibiliza aos associados pedais, quadros, guidões e todo tipo de peças usadas. O cantinho, que ostenta um delicado gradil forjado com catracas, correias e pedivelas, tem um significado especial para a mantenedora do local, a Associação dos Condutores de Bicicletas de Mauá (Ascobike).

Responsável por uma população mensal flutuante de 1200 a 1700 ciclistas, a maioria deles trabalhadores e estudantes que usam a bicicleta como alternativa de transporte para se deslocar de casa até o trem, a entidade precisa garantir que todos tenham seu veículo em condições de uso, sempre. "Servimos gente muito humilde, normalmente da periferia aqui de Mauá, que compromete a parte do salário que iria para a condução de ônibus em outras coisas, como pão e leite para os filhos. Por isso não podemos deixar ninguém sem bicicleta para voltar pra casa", explica o ferroviário e assistente social Adílson Alcântara da Silva, de 51 anos, idealizador do projeto. Além do brechó, o bicicletário dispõe de uma oficina mecânica com preços abaixo dos praticados pelo mercado, um compressor de ar para calibrar os pneus, banheiros masculino e feminino com espelho, um kit para engraxar sapatos, um bebedouro, café quente a toda hora e um televisor. "Temos também 12 bicicletas para empréstimo." Os associados da Ascobike pagam 15 reais por mês para ter acesso ao bicicletário. Quem não é mensalista desembolsa 1 real avulso para deixar a bike ali por um dia.

Uma década
A associação completou dez anos de existência em maio deste ano e só surgiu por causa da dedicação de Adílson. Paranaense de Apucarana, o ferroviário veio criança para São Paulo, com a mãe e dois irmãos menores. Conta que teve uma vida difícil. Por falta de condições, foi entregue ao Juizado de Menores e viveu internado em instituições como a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) até os 18 anos. Já adulto, fez bicos em padarias, pequenas fábricas e construções. E foi trabalhando como assistente de pedreiro que soube por um maquinista de um concurso da então Rede Ferroviária Federal. O ano era 1978. Com a 6ª série do Ensino Fundamental, inscreveu-se, fez o teste em duas fases e conquistou a vaga de bilheteiro: estava empregado com carteira assinada. Mas continuou trabalhando por conta. "Com os primeiros salários que recebi, montei duas bicicletarias. Naquela época, consertávamos bicicletas, de verdade. Hoje os meninos só trocam peças", brinca Adílson.

A paixão pela magrela acompanhou o ferroviário durante toda a carreira, como bilheteiro, encarregado, chefe de estação e supervisor. Adepto dos pedais como meio de transporte, ele sempre se incomodou com as bicicletas penduradas nos arredores das estações. "O pior é que eu podia colocar minha bike dentro da estação, mas os passageiros não. E, quando as bicicletas não eram roubadas ou depenadas, eu, como chefe de estação, era obrigado a apreendê-las quando estivessem obstruindo a passagem, uma tortura", lembra. Quando Adílson chegou a Mauá, em 1998, as coisas começaram a mudar. E, de tanto que insistiu, conseguiu, enfim, em 2001, montar a Ascobike em um terreno cedido pela Companhia de Trens Metropolitanos de São Paulo (CPTM).

Transporte rápido
O movimento no bicicletário não para. A Ascobike funciona 24 horas. Os primeiros associados chegam ainda de madrugada e o pico da manhã começa às 5 horas e segue intenso até pelo menos as 7. Uma fila de gente em pé ao lado da bicicleta se forma no calçadão em frente à entrada da entidade para retirada do bilhete de acesso ao local. Os funcionários da associação, todos do Programa Primeiro Emprego, que insere jovens no mercado de trabalho, checam o cadastro de cada um no computador antes de imprimir o tíquete. Os ciclistas penduram suas bicicletas nos ganchos do estacionamento e, depois de tomar um café, quase sempre apressados, caminham para a estação de trem. À tarde, o corre-corre é no sentido contrário. Levas de passageiros do trem chegam para retirar suas bikes a cada comboio que para na estação e o entra e sai é incessante.

Em Mauá, a grande vantagem da bicicleta, além da redução dos gastos com condução e dos benefícios para a saúde, é a economia de tempo para voltar para casa. Quem depende do ônibus, principalmente durante o rush, depois das 5 da tarde, horário em que as filas estão enormes, chega a esperar mais de meia hora entre a liberação de embarque e a partida do "busão". Como ali o percurso dos ciclistas dificilmente ultrapassa 6 quilômetros, pedalar é mais rápido que pegar qualquer outro transporte público. Que o diga o encanador Gildácio Santos Dias, de 37 anos. Ele trabalha na construção de um prédio na cidade de São Paulo e usa o trem durante a semana. "Levo pouco mais de 15 minutos de bicicleta da estação até em casa, é bem rápido. De ônibus, ia demorar mais", garante.

Varal de duas rodas
O sistema de ganchos para pendurar as bicicletas, hoje replicado em todos os bicicletários da CPTM, nasceu em Mauá. "Saiu da minha cabeça", orgulha-se Adílson. A solução é simples e engenhosa. Um varal de ferro de cerca de 3 metros permite a acomodação de 20 bicicletas suspensas pela roda, dez de cada lado. O segredo está na disposição dos ganchos, que apresentam alturas intercaladas, o que lhes permite ficar a apenas 30 centímetros distantes uns dos outros. Esse desenho faz com que os guidões das bicicletas ladeadas se encaixem sem atritos. Mas há também vagas horizontais, para quem tem dificuldade para erguer a própria bicicleta. Erasmo Lima, de 55 anos, usuário desde os primórdios do bicicletário, é um deles. "Tenho problema na coluna e paro minha bicicleta neste suporte aqui do chão", conta ele, apontando para sua vaga numerada. Outra solução, mais recente, é o uso de conduítes, os famosos espaguetes, na ponta dos ganchos, para proteger o aro das bikes.

A ideia dos ganchos acompanhou Adílson desde a época das bicicletarias, mas erguer a Ascobike no fim dos anos 1990 exigiu muito do então supervisor de estação e sindicalista atuante. Ele precisou fazer um empréstimo no banco e passou a pedir todo tipo de ajuda para a comunidade local. Para abrir o dia inteiro, arrumou três sócios, que se revezavam na portaria, um de manhã, outro de tarde e o terceiro à noite. Cada um ficava com 1 real dos 5 que a associação cobrava dos mensalistas. "Nos primeiros dias, tínhamos apenas uma bicicleta. O Toninho [um dos sócios] chegou a guardar a bike na banca de jornal dele." Com o tempo, a demanda aumentou e, em poucas semanas, já eram cerca de 250 bicicletas. De lá para cá, Adílson se formou assistente social, a CPTM injetou recursos no projeto para padronizar e ampliar o lugar e o número de usuários subiu. Hoje, existem mais de 10 mil nomes no cadastro da Ascobike, embora o número de associados regulares, que têm gancho numerado no bicicletário, seja menor. Adílson contabiliza muitas inadimplências e exige da oficina descontos de pai para filho no remendo de câmaras, na troca de sapatas de freio e na compra de peças novas ou usadas, mas garante que vale a pena, por um motivo muito simples: "Não estamos preocupados com as bicicletas e sim com a pessoa sentada no selim".

Reportagem: Giuliano Agmont
Fonte: Vida Simples


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