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Cidade de Uberlândia precisa de um sistema VLT?

domingo, 27 de maio de 2012

O VLT é o Veículo Leve sobre Trilhos, do inglês Light Rail, ou Metrô Leve, também chamado de metrô de superfície, é um tipo de trem urbano e suburbano de passageiros, cujo material rodante e estrutura é mais leve que aquela usada em sistemas de metrô, mas mais pesada que a do bonde.

Uberlândia hoje já ultrapassa os 600 mil habitantes e já se faz as contas de quando ela terá mais de um milhão de habitantes, quando se ultrapassa esta marca é preciso que o planejamento urbano esteja muitos anos à frente. Em recente reportagem deste diário, foi publicado que grande parcela de nossos trabalhadores gasta até meia hora em nossa cidade para chegar ao trabalho.

A exemplo das grandes cidades do Brasil, que já têm os seus projetos de VLTs, é preciso começar a pensar neste projeto de longo prazo para nossa cidade que, para ser efetivamente realizado, deverá contar com a colaboração de vários prefeitos e de vários partidos políticos. Que tal começarmos a pensar essa infraestrutura desde já. É preciso reunir para isso um grupo de especialistas em diversas áreas do conhecimento para se decidir sobre o melhor trajeto e o melhor equipamento para ser usado em nossa cidade.

Os projetos de VLTs no Brasil são inúmeros, alguns se encontram em fase de construção e outros ainda nem saíram do papel. O de Brasília já está em construção, bem como o de Maceió, Alagoas, já em fase de testes. Existem projetos no litoral paulista, no ABC paulista, em São Paulo, todos se interligando e complementando o Metrô de São Paulo. O Rio de Janeiro também tem um projeto de VLT para complementar o Metrô, existem ainda projetos em Macaé e Nova Friburgo, cidades do interior do Estado do Rio de Janeiro. Existe também o projeto do VLT do Cariri, no Ceará, entre Juazeiro do Norte e Crato, naquele Estado.

É chegado o momento de se organizar grupo de trabalho que agregue especialistas em transporte público da Prefeitura Municipal e da Universidade Federal de Uberlândia, especialistas em transporte eletrificado para reunir ideias sobre a melhor forma de implantar este tipo de transporte em Uberlândia. É sabido que este tipo de transporte possui uma série de vantagens e desvantagens. Sendo que as desvantagens poderiam ser minimizadas pela participação nos anteprojetos de especialistas com vasta experiência neste tipo de transporte de diversas partes do mundo.

Na Europa, já existem VLTs trafegando em cidades como Porto, em Portugal, Barcelona, Madri e Tenerife, na Espanha, Angers, Bordeaux, Grenoble, La Rochelle. Lê Mans, Lyon, Montpellier, Mulhouse, Nice, Orléans, Paris, Strasbourg, Toulouse e Valencienes, na França, e tantas outras.

Nos Estados Unidos, um país viciado em petróleo, é interessante observar quantas cidades implantam projetos de VLT. Alguns exemplos são: Salt Lake City, South Jersey, San Francisco, San Jose, San Diego, Tacoma, Oceanside, Seattle, Saint Louis, Saint Paul, Sacramento, River Line, Philadelphia, Pittsburg, Pasadena, Portland, Phoenix, Newark, Minneapolis, Baltimore, Los Angeles, Houston, Denver, Dallas, Charlotte, Bufallo, Boston, Austin etc.

Com toda essa quantidade de projetos no Brasil e no exterior não será difícil encontrar especialistas dispostos a pensar um projeto de longo prazo para o transporte com VLTs em nossa cidade. Discutindo com colegas sobre o assunto, descobri que estão dispostos a colaborar.

Prof. José Roberto Camacho
UFU – Engenharia Elétrica
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Especialistas discutem desafio de associar desenvolvimento urbano e qualidade de vida

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A urbanização é um dos principais desafios para a saúde pública mundial, afirmam especialistas do setor reunidos em Kobe, no Japão. Para eles, as oportunidades oferecidas pelas grandes cidades devem ser associadas à qualidade de vida. A advertência é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que coordena as discussões. Por isso há recomendações explícitas para o aperfeiçoamento do sistema de transporte coletivo e restrições ao fumo.

"O desafio é elaborar propostas tendo como base as oportunidades oferecidas nos núcleos de concentração urbana. O impacto pode ser dramático ou positivo sobre a saúde de suas sociedades", disse a diretora–geral da OMS, Margaret Chan.

Ela sintetizou as orientações transmitidas aos representantes de cada país: “É necessário proporcionar transporte público seguro, investindo em serviços, e reduzir a poluição do ar, proibindo o fumo em locais públicos”.

As orientações foram baseadas em casos considerados emblemáticos. Um deles é o da cidade de Lagos – localizada na Nigéria, a segunda maior concentração urbana da África depois do Cairo, no Egito – onde o trânsito é apontado como um dos mais caóticos do mundo, segundo estudos internacionais.

Para os especialistas, o congestionamento das principais cidades do país afeta a qualidade de vida da população. O governador da região de Lagos, Babatunde Raji Fashola, afirmou que o sistema rápido de ônibus foi intensificado, aumentando a oferta de transporte seguro e eficiente para a população.

As recomendações sobre a proibição do fumo se basearam em ambientes de Xangai, na China. Para os especialistas, as autoridades devem definir vetos ao fumo em restaurantes e também à venda de cigarros, assim como à publicidade.

Paralelamente, especialistas de vários continentes promovem debates sobre as ações específicas relativas às suas áreas. No Sudeste Asiático, os ministros da Saúde aprovaram uma proposta de ação sobre urbanismo e saúde, em setembro. Nas Américas e no Pacífico Ocidental, os ministros da Saúde se comprometeram a promover ambientes mais saudáveis em áreas urbanas.

Fonte: Pernambuco.com
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Em Brasília, 40% dos deslocamentos são feitos por carros

domingo, 19 de abril de 2015

Prestes a completar 55 anos, Brasília, uma cidade planejada, luta para resolver o problema da mobilidade. A questão, no entanto, não será resolvida apenas com dinheiro, de acordo com especialistas ouvidos pelo R7. É preciso estratégia para inverter de vez a lógica dos deslocamentos e jogar o automóvel para o último lugar nessa hierarquia. Além disso, a integração é apontada como chave para resolver os enormes problemas de deslocamento da capital. 
Foto: Andressa Anholete / 247
Para obter mais recursos, ainda este ano, Brasília deve apresentar um plano de mobilidade para o governo federal  para poder ter acesso a verba para realização de obras de melhoria do transporte. Chamado de PDTU (Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade), o plano, elaborado em 2011, será entregue ao Ministério das Cidades após ser revisado.

De acordo com dados do próprio PDTU, a distribuição modal no DF é dominada pelo carro: 39,2% dos deslocamentos são feitos por transporte individual, contra 31,5% em coletivo, 20,7% a pé e apenas 2,3% de bicicleta.

— O motorista está sempre em primeiro lugar no Brasil. Tanto na hora de fazer políticas públicas quanto no sistema viário e na sinalização. As prefeituras vivem fechando buraco de via, mas nada de consertar calçadas, afirma o coordenador-executivo do programa Cidades Sustentáveis, Maurício Broinizi.

De acordo com especialistas, para inverter esse quadro, a solução passa necessariamente por integração (tarifária e de modais), diálogo com a sociedade e educação. 

Estes pontos-chave estão presentes no plano de mobilidade apresentado pelo governador Rodrigo Rollemberg. A mudança de nome da Secretaria de Transportes para Secretaria de Mobilidade já foi vista por especialistas como um indício positivo. Para avançar mais, no entanto, será preciso vontade política para não cair nos vícios dos governos anteriores.

Agnelo Queiroz, por exemplo, fez alguns investimentos em mobilidade, como a construção de ciclovias, a implantação do Expresso DF Sul e a troca da frota de ônibus. Mas, se essas ações faziam parte de um projeto amplo de mobilidade, que ficou pela metade. 

O caso mais emblemático foi a construção das ciclovias. Com um projeto reciclado e desatualizado do governo anterior, a gestão de Agnelo construiu 600 km de ciclovias. Segundo o ex-governador, a maior malha do país. No entanto, os principais interessados – os usuários – reclamam que a obra carece em estratégia.

Um levantamento da ONG Rodas da Paz mostra que as ciclovias foram construídas em locais onde há os menores índice de acidentes envolvendo ciclistas. Brasília concentra 43,2% da malha e apenas 4% dos acidentes, enquanto Planaltina tem 16% das fatalidades com apenas 2,4% da  malha.

— A implantação das ciclovias se resumiu a um programa de obras e não chegou a ser um projeto de mobilidade. Satisfaz ao governo, às empreiteiras, mas não ao usuário, porque ele não foi ouvido, diz o especialista em mobilidade urbana e professor da UnB (Universidade de Brasília), Paulo César Marques.

O presidente da ONG Rodas da Paz, Jonas Bertucci, afirma que a campanha educativa para integração das bicicletas no trânsito foi muito descoordenada e tímida no governo anterior.

Outra política que ficou pela metade foi o projeto para os ônibus. A divisão do DF em bacias e a troca da frota são vistas como ações positivas pelos especialistas, mas não houve reestruturação do sistema nem racionalização das linhas. Além disso, a remuneração das empresas é pouco transparente.

— O financiamento do sistema é uma caixa preta. A planilha de custo das empresas não é pública. Não sabemos os itens que são ressarcidos, explica Marques.

O metrô, a menina dos olhos da gestão atual, deve receber bastante atenção deste governo. A começar pela liderança da companhia: o presidente do Metrô, Marcelo Dourado, é bastante próximo de Rollemberg. Este ano, há a previsão de construção de mais 7 km de trilhos, incluindo a primeira estação da Asa Norte, e de conclusão de um estudo para construir metrô em toda Asa Norte.

Para avançar, no entanto, o metrô precisará combater forças ocultas dentro da Secretaria de Mobilidade que, segundo interlocutores, pressionam em direção a políticas para veículos sobre pneus.

A questão da integração entre as regiões administrativas, o Entorno e Brasília também continua uma preocupação. Um dos compromissos do governo de Rodrigo Rollemberg é criar linhas de trem regionais.

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Série Especialistas: O “Problema” do trânsito paulistano

sábado, 20 de novembro de 2010

Os especialistas apontam as deficiências do transporte público como causa do caos no trânsito da cidade de São Paulo. Contudo, se considerarmos o volume de carros da cidade, veremos que a frota paulistana é o real "Problema" da cidade. E pouco se fala na tecnologia disponível para lidar com ele.
Que o transporte público é responsável por uma boa parcela do caos cotidiano dos Paulistanos todo mundo sabe. Todos os especialistas insistem na necessidade de melhorar a qualidade e ampliar a rede de transporte público na maior metrópole da América do Sul. Mas, em termos numéricos, o "Problema" da cidade, com P maiúsculo, é a frota de veículos particulares.

Dados divulgados nesta semana pelo jornal O Estado de S. Paulo dão uma dimensão da questão: a frota da capital deve ultrapassar os 7 milhões de veículos em janeiro de 2011. Serão praticamente 3 automóveis para cada 5 habitantes, em média. Os especialistas mais uma vez culpam a má qualidade do transporte público, mas agora adicionam um elemento: a facilidade de se comprar um carro em uma economia estável e com incentivos fiscais.
Com informações do Detran, o jornal esclarece que ao longo do último ano, a cidade recebeu mais 27 mil veículos por mês. O aumento foi de 4% em relação a 2009, mas de mais de 45% desde que o rodízio municipal foi criado, em 1997. O maior crescimento ocorreu entre carros, motos e veículos utilitários. O número de ônibus permaneceu quase estável e o de caminhões caiu 3,2%.
RODÍZIO PARA ENFRENTAR O PROBLEMA?
Pelas estatísticas, observa-se que o rodízio de veículos na Capital teve um efeito perverso, já observado em outras cidades do mundo, como a Cidade do México. Diante da restrição, ao invés de usar o transporte público uma vez por semana, o cidadão investe na compra de um segundo carro para a família. E em alguns casos, até mesmo em um terceiro automóvel. Infelizmente o rodízio não resolveu o problema do caos nas ruas da cidade, e talvez até tenha contribuído para prejudicar uma situação tão complexa.
De fato, medidas restritivas como o rodízio, ou como o pedágio urbano que já existe em Londres e Cingapura, são alternativas muito radicais e devem ser utilizadas apenas em último caso, quando todas as possibilidades de controle do tráfego e engenharia de trânsito já foram esgotadas. Aqui em São Paulo, por exemplo, as autoridades optaram pelo rodízio antes de investir em tecnologia para melhorar o trânsito.
Já existe no País tecnologia para implantar nos centros urbanos os ITS (Intelligent Transportation Systems), considerados a última palavra em termos de tecnologia para controle de trânsito. A solução nacional, por exemplo, é capaz de alterar automaticamente o tempo dos semáforos, conforme a necessidade do tráfego da rua, sem a intervenção humana.
Se ocorrer um acidente interrompendo uma faixa de uma avenida, e se forma um congestionamento nas demais faixas, o sistema identifica a lentidão e altera a programação dos semáforos da região para restabelecer a fluidez da via. Isso tudo com sincronismo por satélite e comunicação com a central de tráfego via celular, dispensando obras de cabeamento.
Eu te pergunto: você já ouviu falar disso em São Paulo? Será que uma cidade que recebe 27 mil novos veículos por mês nas ruas não deveria tentar melhorar o tráfego de veículos utilizando tecnologia antes de partir para uma medida radical como ampliar o rodízio, ou mesmo implantar pedágio nas Marginais, como já se cogitou algumas vezes no passado?
Alguém pode me dizer qual é a tecnologia empregada para melhorar o trânsito da cidade? Basta ligar o rádio na emissora que transmite 24h por dia de informações de trânsito para ouvir frases do tipo: a medição oficial fala em X km de congestionamento na cidade, mas a nossa percepção é de que a realidade é bem diferente....

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Mobilidade urbana: Como solucionar o problema do trânsito nas metrópoles

sábado, 17 de novembro de 2012

Todo final de ano a preparação para as festas, viagens e o período de chuvas trazem junto imagens de longos congestionamentos nas estradas e nas ruas das grandes cidades. Na última segunda-feira (12), por exemplo, a cidade de São Paulo registrou, pela manhã, o segundo maior engarrafamento de sua história, de 245 km, em razão das fortes chuvas que atingiram a capital.

O trânsito se tornou uma das maiores dores de cabeça para a população. O acúmulo de veículos nas ruas causa prejuízos, estresse, acidentes e poluição, e tende a piorar nos próximos anos, caso não sejam adotadas políticas mais eficientes.

O problema agravou-se nas últimas décadas graças à concentração de pessoas nas cidades, à falta de planejamento urbano, aos incentivos à indústria automotora e ao maior poder de consumo das famílias. Isso tudo provocou o que os especialistas chamam de crise de mobilidade urbana, que acontece quando o Estado não consegue oferecer condições para que as pessoas se desloquem nas cidades.

Segundo o relatório “Estado das Cidades da América Latina e Caribe”, 80% da população latino-americana vive em centros urbanos e 14% (cerca de 65 milhões) habita metrópoles como São Paulo e Cidade do México. Ocorre que esse aumento contínuo da população urbana não foi acompanhado de políticas de urbanização e infraestrutura que resolvessem questões como moradia e transporte.

A má qualidade do transporte público e o incentivo ao consumo faz a população optar pelo transporte individual. De acordo com o Observatório das Metrópoles, a frota de veículos nas metrópoles brasileiras dobrou nos últimos dez anos, com um crescimento médio de 77%. Os dados revelam que o número de automóveis e motocicletas nas 12 principais capitais do país aumentou de 11,5 milhões para 20,5 milhões, entre 2001 e 2011. Esses números correspondem a 44% da frota nacional.

São Paulo é a cidade que mais recebeu veículos nas ruas: 3,4 milhões, no período analisado. Enquanto a população da capital paulista cresceu 7,9% na primeira década deste século, o número de carros aumentou 68,2%.

Para especialistas, três fatores contribuíram para o crescimento da frota de veículos no país: o aumento da renda da população, as reduções fiscais do Governo Federal para as montadoras e as facilidades de crédito para a compra de carros.

Como resultado, na maior cidade do país, o paulistano leva mais tempo indo do trabalho para casa do que numa viagem para outra cidade. Segundo uma pesquisa realizada pelo Ibope, 77% dos paulistanos classifica o trânsito como "ruim" (55%) ou "péssimo" (22%). A pesquisa aponta ainda que o tempo médio gasto para os deslocamentos diários é de 2 horas e 49 minutos.

Prejuízos

Os congestionamentos causam prejuízos ao país, acidentes e afetam o trabalho de milhões de pessoas todos os dias. As perdas financeiras, somente no Estado de São Paulo, foram calculadas pelo governo em R$ 4,1 bilhões por ano.

O custo dessa crise também afeta o bolso do consumidor. Os caminhões parados no trânsito gastam mais combustível e fazem menos entregas. As empresas são obrigadas, então, a gastar mais com o serviço, colocando mais veículos nas ruas e repassando o custo para o preço dos produtos.

Além disso, há uma piora da qualidade da saúde dos moradores, uma vez que a fumaça dos veículos é considerada a maior causadora da poluição atmosférica. As pessoas sofrem mais de doenças respiratórias e estão mais sujeitas a câncer de pulmão (pesquisam relatam que a exposição a duas horas no trânsito paulista equivale a fumar dois cigarros).

Pedágio

Em 1997 foram criados os rodízios para diminuir a circulação de veículos em determinados horários na capital paulista. Também foram feitas ciclovias (17,5 km) e campanhas de conscientização. Mas nada disso resolveu o caos no trânsito.

Também foi incentivado o uso de motocicletas, que ocupam menos espaço no tráfego. Porém, elas poluem mais do que veículos novos e são as principais causadoras de mortes no trânsito. Segundo o “Mapa da Violência 2011”, do Instituto Sangari, o número de vítimas fatais no trânsito brasileiro subiu 23,9%, de 1998 a 2008; entre os motociclistas, o aumento foi de 753,8%.

Por isso, cada vez mais especialistas defendem a mobilidade urbana sustentável. Uma das principais mudanças seria o investimento em transporte coletivo e o desestímulo ao individual.

Entre as medidas sugeridas – e uma das mais polêmicas – está a cobrança de pedágio urbano. Ele consiste em cobrar uma tarifa dos motoristas que circulem em determinadas áreas da cidade. O modelo foi implantado pela primeira vez em 1975, em Cingapura, e se espalhou por países europeus.

Em São Paulo, há projetos que tramitam na Câmara para cobrar motoristas que trafeguem na região central. As tarifas variam de R$ 1 a R$ 4, valor que especialistas acham pouco para que a medida dê resultado.

Há ainda propostas de aumento da malha ferroviária – atualmente, 60% do transporte brasileiro é feito em rodovias. São Paulo, por exemplo, possui apenas 65,3 km de linhas de metrô, enquanto Santiago do Chile (com metade da população paulista) possui 83,2 km e Nova York, 479 km.

Todos esses pontos são avaliados como soluções para as demais capitais brasileiras e mesmo para cidades de médio porte, que já enfrentam problemas semelhantes.

Por José Renato Salatiel
Informações: educacao.uol.com.br

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Especialistas divergem sobre qualidade do transporte com tarifa zero

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Uma das principais reivindicação das manifestações que se espalharam pelo País, a tarifa zero para transporte público é um tema complexo cuja viabilidade divide a opinião de especialistas. Se, para o Movimento Passe Livre (MPL) e alguns especialistas, a gratuidade é possível e não compromete a eficiência, para outros, a isenção coloca em risco, justamente, a qualidade do serviço.

“O que defendemos é que o transporte não seja pago pela população que o utiliza, e sim pelo conjunto da sociedade, especialmente por meio dos impostos”, argumenta o professor de história Lucas Monteiro, uma das lideranças do Movimento Passe Livre (MPL) em São Paulo. Segundo ele, a principal bandeira do movimento é a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 90/2011. A medida prevê a inclusão do transporte no grupo de direitos sociais estabelecidos pela Constituição Federal - e foi apresentada pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP).

Doutor em Políticas de Transporte pela Universidade Dortmund, na Alemanha, e professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), Joaquim Aragão considera possível zerar a tarifa, mas, antes, é preciso ter em mente que essa conta será paga, de alguma forma, pelo contribuinte. “Não é algo fácil de ser obtido. Primeiro, pela dificuldade em sabermos exatamente qual é o custo do transporte, já que as empresas que têm essas informações as colocam em uma caixa-preta. Isso acontece em todas as cidades.”

Outro ponto que precisa ser considerado, segundo Aragão, é que “a implantação certamente não será imediata”, tendo de cumprir etapas antes de a gratuidade beneficiar toda a população. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que o transporte de estudantes é insumo essencial da educação e assim resolver o problema para, em um segundo momento, estender o serviço aos beneficiados pelo Bolsa Família.

Depois disso, abre-se a possibilidade de expandir a isenção da passagem. “O ideal é usar os recursos da educação para ampliar ainda mais a gratuidade do transporte”, disse Aragão, tendo por base os benefícios da economia de escala, segundo a qual quanto mais serviços forem contratados, menor o preço unitário. Assim, o transporte gratuito pleno seria obtido a partir do transporte estudantil.

Por Pedro Peduzzi e Sabrina Craide
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São Paulo: Para especialistas, obras só mudarão o trânsito de lugar, é preciso investir em transporte público

quarta-feira, 10 de março de 2010


A Prefeitura de São Paulo definiu 10 dos 15 pontos de congestionamento considerados críticos que receberão intervenções até o fim de 2012, de acordo com o plano de metas da administração. Mas especialistas afirmam que essas medidas são pontuais e vão apenas transferir a lentidão para trechos à frente. Ainda falta escolher cinco locais.
Entre os pontos já escolhidos estão o cruzamento da Avenida Domingos de Morais com a Rua Sena Madureira, na zona sul, e o entorno da Praça João Mendes. No geral, as propostas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para melhorar a fluidez do trânsito são adequações no alinhamento viário (mudanças no traçado das vias), alterações na circulação de ônibus e sinalização. Dos 10 pontos já definidos, só a João Mendes está em obras. O restante está em fase de projeto.
“As propostas não passam de maquiagem. Se você diminui o congestionamento em um cruzamento, os veículos chegam mais rápido em outro. Os gargalos vão sendo empurrados”, diz o consultor de engenharia urbana Luiz Célio Bottura.
De acordo com a CET, a definição dos pontos que precisam de intervenção levou em consideração condições de segurança, acessibilidade, circulação do tráfego geral (veículos e transporte coletivo), sinalização instalada, capacidade do sistema viário e demanda de pedestres e veículos. Outros pontos da cidade, como os cruzamentos da Avenida Rebouças com a Doutor Arnaldo, na zona oeste, e da Radial Leste com a Rua Silva Jardim, também passarão por obras (veja abaixo).
A CET afirma que as propostas não incluem grandes obras, como viadutos ou passagens subterrâneas, e classifica as intervenções como “soluções de engenharia de tráfego relativamente pequenas”.
Na Praça João Mendes, por exemplo, serão feitas adequações no alinhamento das pistas “visando a redução da lentidão”. A CET não detalhou os projetos e não forneceu valores. No encontro da 9 de Julho com a São Gabriel, será refeito o desenho da via, com a redistribuição do fluxo de veículos. “São obras que jogam o trânsito de um lado para outro e não resolvem”, diz Sérgio Ejzenberg, engenheiro consultor de tráfego e mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP.
Quem está diariamente no trânsito não acredita na melhora. “Só se derrubar a cidade inteira para aumentar as ruas e avenidas. Mudanças pequenas não resolvem, só enganam o motorista”, diz o taxista Lino Francisco Xavier, de 59 anos.
  • Transporte coletivo
    Para especialistas em trânsito, o sistema viário da capital está saturado e qualquer medida será paliativa se for pensada isoladamente. “Para melhorar o trânsito nestes locais são necessárias obras de médio e grande porte e a priorização do transporte coletivo. Pequenas intervenções não vão resolver”, afirma Francisco Moreno Neto, engenheiro de trânsito e ex-funcionário da CET. Para ele, com as obras propostas pela Prefeitura, a melhoria no trânsito tem vida curta. “Vai durar alguns meses, porque a situação das vias é complicada. Tem de tirar os carros da rua”, afirma.
Fonte: webtranspo*press
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Até 2016, Salvador terá 35 km em vias preferenciais para ônibus

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Com apenas um modal de transporte capaz de cobrir toda a cidade — os ônibus —, Salvador tem um dos maiores problemas de mobilidade urbana entre as capitais brasileiras. Mas a prefeitura quer mudar, num prazo de três anos, o cenário que rende críticas de especialistas no país. 

De acordo com o secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, corredores exclusivos para BRT devem estar prontos até 2016. O município também promete investir R$ 1 bilhão em 35 quilômetros de vias preferenciais para ônibus, buscando chegar à velocidade comercial de 24 km/h — hoje, os ônibus se locomovem a 12 km/h em média, mesma velocidade de São Paulo.

De acordo com Aleluia, uma das prioridades é fazer um “conjunto de vias exclusivas de ônibus da Lapa até o Iguatemi, chegando até a Ligação Iguatemi Paralela (LIP) e  Acesso Norte e também  até a Pituba”. Também será feito um corredor progressivo do aeroporto à Pituba. 

“Embora esse corredor não seja exclusivo, é preferencial para ônibus.  Serão em torno de 35 quilômetros e terá um conjunto de investimento de R$ 1 bilhão. A ideia é que fique pronto em 2016”, acrescentou Aleluia.


O secretário afirmou que vai tentar evitar a desapropriação e que, quando fala em vias exclusivas, pensa justamente na circulação do BRT. “Ainda estamos estudando a parte estrutural. O prefeito quer para 2016. O nosso custo é só com as vias, o dos BRTs é com as empresas”, afirmou. 

Atraso  
Para especialistas, o atraso no sistema de transporte da capital baiana é resultado da falta de investimento há quase 40 anos. Em meados dos anos 1970, quando foi criada a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU), estatal responsável pela política de mobilidade no país, capitais aproveitaram a verba disponível e implantaram sistemas de transporte que, hoje, ajudam a desafogar o trânsito. 

Quem não aproveitou isso naquela época, paga o preço até hoje. E Salvador é uma delas. “Com certeza. A melhor solução, hoje, é o transporte sobre trilhos. Salvador está aí há 20 anos construindo um metrô de seis quilômetros e ainda não acabou”, afirmou o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha.

Desde que a EBTU foi extinta, em 1991, a responsabilidade pelo transporte urbano nas cidades brasileiras passou às mãos dos respectivos prefeitos. Mas o problema da falta de continuidade a cada troca de governo e o baixo investimento em logística e infraestrutura impedem que a mobilidade avance. 

Para se ter uma ideia, a frota veicular do Brasil cresceu 107% entre 2002 e 2012, saltando de 35,5 milhões de veículos para 73,7 milhões. “Não houve investimento razoável na infraestrutura dos grandes centros. Se a infraestrutura aumentou, foi 5%”, apontou José Antônio Martins, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus) e executivo da Marcopolo.

Ar-condicionado 
Em Salvador, a expectativa é que a renovação da frota ajude a dar maior fluidez ao trânsito. Mas isso poderá impactar na tarifa, segundo Aleluia. As linhas serão reordenadas e 300 linhas tronco terão ar-condicionado. As demais, ventilação forçada.

Todos os novos ônibus funcionarão com motor no padrão Euro 5, menos poluente, e terão acessibilidade, o que significa mais eficiência e menos poluição. O Plano de Mobilidade Urbana também está em andamento e deverá ter como ponto de partida o plano para a Copa do Mundo. Ainda esta semana, as entidades da sociedade civil receberão convites para a formação do Conselho de Transportes.

Soluções 
Se muitas capitais brasileiras adotam mais de um modal de transporte público e ainda têm sérios problemas de mobilidade, Salvador, que conta apenas com os ônibus, passa por dificuldades ainda maiores. Durante o Seminário Nacional NTU 2013 & Transpúblico, realizado em São Paulo entre 3 e 5 de julho, o CORREIO conversou com especialistas em busca de soluções para a mobilidade urbana em Salvador.

Para o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, Salvador ainda tem muito a investir em ônibus, mas não descarta a necessidade de colocar o metrô para funcionar. 

“Primeiro, Salvador tem um problema adicional que é a geografia, a topografia não é fácil. Segundo, vocês vão ter que investir em ônibus por muito tempo. Terceiro, tem que investir em metrô”, disse.

Brasiliense ressaltou que a capital baiana precisa fazer o “dever de casa” e que o problema da cidade não é tecnológico ou financeiro. “Vai ter que caprichar nos projetos, torcer para não eleger péssimos administradores, porque começam um projeto e os seguintes param”, alertou. 

O engenheiro acredita que o metrô pode ser a solução, desde que esteja interligado a todo o projeto. “Salvador tem pessoal técnico qualificado, deve estar tendo algum outro problema”.

Obstáculos   
O presidente da NTU, Otávio Cunha, também aposta no transporte de superfície como a alternativa mais rápida e mais barata. Segundo ele, é preciso ter corredores com vias segregadas, acessibilidade universal, passagem pré-paga, embarque livre para dar velocidade à viagem.

Cunha também acredita que é preciso democratizar o espaço urbano, dando preferência aos ônibus, além de incentivar o uso do transporte coletivo e investir em soluções político-administrativas. 

“A lei de mobilidade já recomenda a prioridade no transporte. O prefeito pode criar obstáculos e restrições ao transporte individual em algumas áreas da cidade. Esse é o grande problema de cidades mais antigas, como Salvador, Recife, São Luiz, onde as ruas são estreitas”.

O secretário de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, disse que obstáculos serão criados. “Quando reduzimos a quantidade de estacionamentos na cidade, estamos fazendo isso. O estacionamento é um pedágio de fim de linha”, declarou.

A criação recente de faixas e vias exclusivas para ônibus e  alterações pontuais no tráfego em alguns pontos da cidade, como a Avenida Octávio Mangabeira e a Magalhães Neto, que costumam congestionar em horários de pico, são um bom começo. Mas, para o presidente da Fabus e executivo da Marcopolo, José Antônio Martins, é preciso fazer mais.

“Salvador precisa abrir  e criar corredores exclusivos de ônibus”, apontou. Em curto e médio prazos, essa é, na opinião de Martins, a melhor solução logística e de infraestrutura para uma cidade que possui apenas um modal, além dos trens do Subúrbio, que atendem a um trecho limitado da cidade.

BRT: projetos atrasam e até montadoras reclamam

Fabricantes de ônibus articulados no Brasil terão produção aquém da esperada este ano com relação aos veículos para operar no sistema BRT. 

De acordo com executivos das montadoras Volvo, Scania e Marcopolo, a expectativa de ter o sistema implantado, até o final deste ano, em cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, Natal, Recife e Salvador não deverá sair do papel por conta da falta de infraestrutura das cidades para receber o modelo. 

“O projeto do BRT está atrasado e a venda de pesados está quase estagnada”, disse o gerente comercial da Volvo na América Latina, Euclides de Castro. Para ele, se o quadro continuar o mesmo, até o final do ano, o sistema estará longe de ser implantado na maioria das cidades. “Rio de Janeiro está mais avançado, o próximo é Brasília, mas Salvador parou. Eles não se decidiram se pelo metrô ou BRT e eu não acredito que nenhum dos dois estará operando até lá”, completou, se referindo à Copa do Mundo de 2014.

O gerente de Marketing da Scania, Marcio Furlan, disse que os projetos têm evoluído, mas a parte prática, com exceção de Rio de Janeiro e Brasília, não tem avançado. “Efetivamente, o BRT só se consagrou no Rio de Janeiro.  A maioria está atrasada”, afirmou.

Apesar disso, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), José Antônio Martins, garantiu que a indústria está preparada para a demanda que surgir, com possibilidade de entrega dos veículos em um prazo de 60 dias. No entanto, não é possível implementar o sistema sem infraestrutura urbana nas cidades. “Não houve um investimento razoável na infraestrutura dos grandes centros. Na  maioria, os investimentos ficaram para trás. O governo federal tem planos, o problema é que esses planos não saem do papel por questões burocráticas”. 

Clarissa Pacheco, de São Paulo. A repórter viajou a convite da NTU.


8 Medidas Para a Melhoria do Transporte Público Coletivo Urbano no Brasil

1 Prioridade de circulação para o transporte coletivo nas vias urbanas sobre o transporte individual 
motorizado;

2  Elaboração imediata dos planos diretores e dos planos de mobilidade urbana por todos os municípios obrigados pela legislação, a serem construídos com a participação de representantes da sociedade civil organizada;

3 Continuidade dos investimentos federais, estaduais e municipais na infraestrutura para a mobilidade urbana;

4  Implantação de redes de transportes modernas, integradas, multimodais, racionais e de alto desempenho;

5  Implantação de uma política de mobilidade, construída com a participação efetiva da sociedade, com representantes nos conselhos municipais de transporte, estabelecendo qual o nível de serviço de transporte público que se deseja oferecer a todos os cidadãos e quanto isto vai custar ao passageiro (tarifa) e quanto vai custar ao governo (subsídio);

6  Desoneração dos tributos municipais, estaduais e federal que pesam sobre o setor de transporte público;

7  Subsídio com recursos públicos às gratuidades que oneram a tarifa paga pelos usuários;

8  Subsídio ao serviço, a ser pago por meio de um fundo com recursos dos combustíveis, distribuído aos municípios de forma proporcional à população.

Por Clarissa Pacheco e Perla Ribeiro
Informações: correio24horas.com.br

READ MORE - Até 2016, Salvador terá 35 km em vias preferenciais para ônibus

Em São José dos Campos, Verba do BID pode viabilizar projeto do metrô de superfície

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), planeja utilizar verba do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para retomar o projeto de criação de um TRM (sistema de transporte rápido de massa) na cidade.
Estudo sobre a viabilidade de um novo sistema de transporte de massa em São José, inclusive a implantação de um metrô de superfície, foi elaborado por especialistas do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) no ano passado.
O trabalho apontou que, a médio prazo, a cidade não comportaria ainda um metrô, mas os especialistas apontaram alternativas.
Uma sugestão do relatório do ITA, entregue à prefeitura em fevereiro de 2010, seria a construção de corredores expressos na malha viária existente, que comportariam um serviço operado por VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou VLP (Veículo Leve sobre Pneus), para sistema de transporte de massa.

Retomada
Cury afirmou que planeja retomar esse estudo. “Não desisti do metrô de superfície. Vamos dar continuidade ao projeto do ITA”, disse o prefeito.
Para bancar os custos, Cury planeja aplicar recursos do empréstimo que o município irá contrair com o BID, no valor de US$ 85,6 milhões (R$ 135,1 milhões).
A operação de crédito com o órgão internacional foi aprovada anteontem pelo Senado. A expectativa do governo tucano é assinar o contrato com o BID em no máximo dois meses. A verba será empregada em projetos e obras do programa de estruturação urbana.

Pesquisa
O prefeito relatou que vai aguardar a conclusão da pesquisa em andamento sobre a origem e destino da população para retomar o projeto elaborado pelo ITA.

A pesquisa sobre origem e destino, que irá mostrar o deslocamento da população na cidade, está sendo elaborado pelo Ipplan (Instituto de Pesquisa,
Administração e Planejamento), a pedido da Secretaria de Transportes.
A previsão do instituto é que o trabalho seja concluído até o final do ano.

Corredores
Pela modelagem do trabalho elaborado pelos especialistas do ITA, um sistema de transporte de massa, poderia ser implantado em corredores viários de bairros populosos como, por exemplo, nas avenidas Andrômeda e Bacabal, região sul, e JK, zona leste. Seria um novo sistema para a tender a demanda a médio prazo, em um horizonte de 15 anos.

Pacote
A verba do BID vai contemplar um pacote de projetos e obras viárias, remoção de famílias em áreas de risco e de favelas, construção de sistemas de drenagem, parques urbanos. Os recursos também serão aplicados na melhoria do desempenho da máquina administrativa municipal.
A intenção de Cury é lançar vários editais de obras até o final do ano, após a assinatura do contrato com o BID.
A definição das primeiras obras deve acontecer nos próximos dias, segundo informou o prefeito.
Pelo menos três grandes corredores viários deverão ser implantados. A Via Banhado (prolongamento da Via Norte em direção a região Oeste), a Via Cambuí (ligação leste/sul) e a Via Ressaca (prolongamento da Via Oeste à região sul).



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Transporte público em São Paulo é o retrato do caos, na avaliação de especialistas

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Na avaliação de especialistas, a situação do sistema de transporte coletivo de São Paulo é caótica e falta atenção dos governos municipal e estadual para o setor, que acabam priorizando o transporte individual através de grandes obras na malha viária da capital.
Matilde Soares leva cerca de duas horas para ir de sua casa até o trabalho. No percurso de Ferraz de Vasconcelos, município localizado na região leste da Grande São Paulo, até o bairro do Tucuruvi, zona norte da capital, a auxiliar de serviços gerais utiliza quatro meios de transporte coletivo: pega lotação até a estação de trem de Ferraz de Vasconcelos de onde segue para o centro; na Estação Luz faz integração com o metrô e vai até a Estação Tucuruvi; finalmente, pega um ônibus para chegar à fabrica na qual trabalha.“É muito cansativo, vou em pé de casa até o serviço”, conta a trabalhadora de 43 anos, mãe de três filhos, viúva e que depende do emprego para sustentar a família. Matilde faz esse percurso diariamente há cerca de cinco anos e relata que, apesar de terem acontecido melhoras no transporte coletivo de São Paulo, como a integração na Estação da Luz do metrô com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do desconto nas passagens através do bilhete único, “ainda falta muito a ser feito pelo trabalhador”.“Nos horários que vou para o trabalho e volto para casa a condução é muito cheia.
À tarde, então, na troca de trem que a gente faz em Guaianazes, já me machuquei várias vezes, é um empurra-empurra, o trem que vai para Mogi demora a chegar, depois demora a partir, os trens que vêm da Luz não param de chegar, as plataformas vão ficando lotadas. É um descaso muito grande o que fazem com a gente”, afirma. A integração citada por Matilde é feita na Estação Guaianazes, da CPTM, entre o Expresso Leste, que vem da Estação Luz, e a linha 11-Coral, com destino à Estação Estudantes, em Mogi das Cruzes.
As dificuldades enfrentadas por Matilde na utilização do transporte coletivo não se restringem somente à cidade de São Paulo, como também não são únicas do sistema sobre trilhos. Elas se repetem na vida de muitos outros trabalhadores, seja na superlotação do transporte coletivo em geral, principalmente nos horários de pico, como no valor elevado das tarifas ou no trânsito enfrentado por aqueles que utilizam ônibus.
No caso da cidade São Paulo, na avaliação de especialistas, a situação do sistema de transporte coletivo é caótica e falta atenção dos governos municipal e estadual para o setor, que acabam priorizando o transporte individual através de grandes obras na malha viária da capital.
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Prioridade no trânsito de São Paulo deve ser do transporte coletivo

domingo, 7 de março de 2010


Especialistas em transporte apontam como solução à questão da mobilidade urbana na capital paulista a priorização do transporte público através da ampliação dos corredores de ônibus
A priorização do transporte individual sobre o transporte coletivo é apontada por especialistas como a principal causa para o problema da mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Os paulistanos enfrentam diariamente longos congestionamentos, principalmente nos horários de pico, devido ao excesso de veículos que transitam na capital paulista.
Para resolver o problema do trânsito, o governo do estado e a prefeitura têm investido bilhões na construção de pontes, túneis e vias, a fim dar maior fluidez ao tráfego de automóveis.
No entanto, especialista alertam que de nada adianta se ampliar a malha viária sem que se promova o desestímulo ao uso do automóvel, porque quanto mais espaço se dispor, mais automóveis o ocuparão. A solução, segundo eles, é se priorizar o transporte coletivo.
Para além da construção de modernas estações de metrô e ampliação da malha metroferroviária, porém, como tem sido feito pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) para solucionar a questão da mobilidade na metrópole, estes especialistas alegam que a saída, a curto e médio prazo, está na construção e ampliação de corredores exclusivos de ônibus.
  • Mais corredores
    Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transporte, lembra que a população que utiliza o ônibus é a mais afetada, quando o assunto é o trânsito. Além da superlotação dos ônibus municipais, os paulistanos têm de enfrentar longos períodos a bordo dos coletivos, presos nos engarrafamentos da capital paulista, sem previsão de chegada ao destino.
    “O sistema está muito ruim. Não se tem a confiabilidade da chegada do ônibus no ponto num horário supostamente previsto, as frequências não são adequadas à demanda, na maioria das linhas nos horários de pico têm superlotação. E, depois que você conseguiu embarcar [no ônibus], você não tem a mínima garantia do tempo de percurso dessa linha ao longo da rota”, relata Figueira.
    Segundo o consultor, falta vontade política da atual gestão municipal para ampliação da malha viária destinada aos ônibus. “Quer dizer, se vai gastar 2 bilhões em túnel, ponte, viaduto, em aumento de pistas para os automóveis, para os táxis e para as motos. E o ônibus, parece que a tendência é para acabar”, protesta.
    Lúcio Gregori, engenheiro e ex-secretário municipal de transportes (1990-1992), chama a atenção para a desigualdade na utilização do espaço urbano. O espaço que quatro carros ocupam em uma rua é o mesmo espaço ocupado por um ônibus. “Considere-se que um ônibus transporta cerca de quarenta passageiros e um automóvel pouco mais de um, em media. Dá para perceber a quantidade de espaço urbano ocupado por um e outro”, relativiza.
    No mesmo sentido, Figueira explica que em uma faixa exclusiva de ônibus, em horários de alta frequência, como nos horários de pico, leva-se de 10 a 12 mil pessoas por hora, em cada sentido. Já em uma faixa de automóveis, passam cerca de 800 automóveis por hora, cada um podendo levar no máximo quatro pessoas, sendo assim, são transportadas por hora 3.200 pessoas.
    A cidade de São Paulo possui hoje dez corredores de ônibus, que juntos somam 118,9 km, em meio a uma malha viária de 17.282 km.
    Devido à precariedade do sistema de transporte por ônibus, Figueira alerta que “as pessoas estão saindo do ônibus, e indo de moto e automóvel, o que é extremamente perverso para a cidade de São Paulo”.
  • Sistema caro e ineficaz
    No início deste ano, a passagem dos ônibus municipais teve um aumento de 17,4%, indo de R$ 2,30 para R$ 2,70, passando a figurar entre as tarifas mais caras de todo país.
    De acordo com Figueira, o alto custo do sistema, alegado pela administração municipal e as concessionárias para o aumento, está relacionado à sua ineficiência, principalmente ao entravamento causado pelo trânsito. “Se um ônibus consegue fazer quatro viagens redondas, ida e volta, numa linha por dia, com aumento da velocidade o mesmo veículo ia conseguir fazer cinco viagens, você teria um acréscimo de produtividade sem aumentar um ônibus a mais na cidade de São Paulo”.
    O consultor em engenharia de tráfego e transporte afirma que, de acordo com uma pesquisa feita pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em 35% da quilometragem das vias pesquisadas pelo órgão, a velocidade dos ônibus é abaixo de 15 quilômetros por hora, e em trechos “críticos” chega a menos de 10 quilômetros por hora.
    “Eu tive acesso a um relatório da CET de desempenho do sistema viário de 2008 e eles medem a velocidade trecho a trecho desde o Jabaquara até a Paulista, e os ônibus se arrastam ali a 8, 9, 10 e 12 km por hora de manhã e a tarde”, completa.
  • Baixo custo
    Em relação às obras realizadas na malha metroferroviária, o custo da realização de mais corredores de ônibus é relativamente mais baixo, de acordo Figueira.
    Ele explica que não são necessários investimentos milionários para que se façam mais corredores de ônibus. “Tem centenas de locais em que seria preciso ter uma faixa exclusiva [de ônibus], ou à direita ou à esquerda, operando em caráter preliminar, com cones. Não precisaria de obras, não precisaria gastar milhões de reais, não precisaria de nada disso”, defende o consultor.
    Segundo Lúcio Gregori, “os transtornos, as dificuldades da construção e os custos elevadíssimos tornam impossível pensar [na capital e região metropolitana de São Paulo] em redes de metrô de 400 a 500 quilômetros como Paris, Londres, New York. Mesmo assim [estas cidades] têm engarrafamentos de trânsito, sobretudo para quem não abre mão do uso do automóvel”.
    Figueira alerta que é preciso vontade política para se reservar mais faixas exclusivas para os ônibus. “Se a prefeitura ainda está preocupada em resolver problema de congestionamento de automóvel e não está preocupada em resolver problema de congestionamento de ônibus, algo está errado nessa história aí. Ou se foca a solução coletiva, em favor do maior número de pessoas, ou ainda está se dando um voto a favor de você comprar um carro ou uma moto para entupir mais a cidade”, protesta.
Fonte: Brasil de Fato
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São Paulo bate a marca de 8 milhões de veículos

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A frota da capital paulista chega a 8 milhões de veículos nesta segunda-feira (25), segundo projeção feita pelo G1 com base no número de novos emplacamentos diários feitos pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que é de 723. O último dado oficial do departamento é o balanço de abril, quando a frota da cidade fechou em 7,98 milhões de veículos.

A nova marca evidencia a briga crescente por espaço nos 17 mil kms de vias da cidade e, para especialistas, torna ainda mais importante o investimento maciço em transporte público. Os números do Detran mostram que todos os tipos de veículos seguem crescendo em São Paulo, desde motos, ônibus e caminhões.

O avanço do número de automóveis por pessoa é, porém, um dos quesitos mais alarmantes. Em março de 2011, quando a frota da capital bateu a casa de 7 milhões, a capital tinha aproximadamente um carro para cada 2,19 habitante se levadas em conta as projeções populacionais da Fundação Seade. Hoje, essa relação baixou para 2,03.

Já no Brasil, essa proporção é de 4,1 habitantes para cada carro, segundo os últimos dados disponíveis do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O avanço da frota ao longo dos anos tem impacto direto em problemas como congestionamentos e acidentes. Também em uma comparação com 2011, o trânsito no horário de pico foi nos primeiros quatro meses de 2015 foi 14% maior do que o verificado há quatro anos, chegando a picos de 109 km de lentidão.

Segundo especialistas em transporte, é um problema crescente, apesar da diminuição do trânsito se comparado com o ano passado em 16,3% -fato atribuído à crise econômica. A Prefeitura de São Paulo credita a melhoria no trânsito às obras de mobilidade da gestão Fernando Haddad que estariam contribuindo para a redução do uso do automóvel na cidade. Já em relação aos acidentes, o ano de 2014 teve 1.195 fatais, 7,2% mais do que o ano anterior.

Investimento em transporte público
Para especialistas em transporte ouvidos pelo G1, não há outra solução que não investimento maciço em transporte público. “Gastar com pontes e túneis hoje em São Paulo é jogar dinheiro fora. Em um mês se exaure”, afirma o consultor Horácio Figueira.

Ele cita o exemplo da Marginal Tietê, que teve faixas ampliadas em 2009, canteiros eliminados, e que teve um ganho de velocidade apenas por um período, voltando a ser rapidamente um dos pontos caóticos do trânsito da capital.

Segundo o especialista, não seria possível colocar mais de 1 milhão de veículos ao mesmo tempo nos 17 mil km de vias de São Paulo, segundo cálculos feitos por ele considerando o tamanho médio dos carros e a malha viária da capital.

A opinião é semelhante à do professor área de transportes da Unicamp Carlos Alberto Bandeira Guimarães, que compara a cidade de São Paulo a um baile. "Vai chegando gente e o salão não aumenta de tamanho. O espaço viário para circularem não cresce nessa proporção.”

Para ele, as melhorias trazidas por uma linha de Metrô ou um corredor de ônibus são permanentes. Ele afirma que o investimento em faixas de ônibus na atual gestão Fernando Haddad (PT), quando foram inaugurados 475,4 km de faixas e corredores de ônibus, teve o mérito de melhorar a velocidade dos coletivos, tornando o serviço mais atrativo.

A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, cita também os investimentos em ciclovias como motivo da recente queda de lentidão no município – hoje são 210 km. Bandeira Guimarães discorda que elas possam ter tido algum efeito significativo no trânsito. "Melhora no trânsito de São Paulo, só se houvesse uma grande melhoria e ampliação do transporte público num projeto de médio prazo. “É preciso investimento em massa em transporte público de qualidade", avalia.

Nesse mesmo sentido, Horácio Figueira lamenta a velocidade de crescimento do Metrô de São Paulo, que é de cerca de dois quilômetros novos por ano, menor do que outras metrópoles como Cidade do México. Para ele, a saída mais rápida é a construção de corredores de ônibus.

Figueira opina também que a mudança precisa ser cultural. “As pessoas já se acostumaram no padrão de conforto do carro, mesmo sofrendo duas horas, a pessoa não vê outra alternativa”, diz.

Informações: Márcio Pinho
Do G1 São Paulo
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