Governo de SP investe R$ 450 milhões em linhas da CPTM cujo plano é privatizá-las ** ** Bauru recebe 27 novos ônibus para transporte coletivo ** ** Número de passageiros do metrô de Salvador cresce 11,6% no 1º trimestre ** ** Governo de Sergipe isenta ICMS sobre óleo diesel para transporte público em Aracaju ** ** VLT Carioca passa a circular uma hora mais cedo ** ** Itajaí testará ônibus elétrico em frota do Sistema de Ônibus Local (SOL) ** ** Empresa quer linha de trem turístico entre Porto Alegre e Gramado; entenda o projeto ** ** Pagamento em Pix passa a ser aceito em todas as estações do metrô do Recife ** ** Siga nossa página no Facebook **
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta BRT Transmilenio. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta BRT Transmilenio. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

Criado no Brasil, Sistema BRT invadiu o mundo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Nos anos 70 o Brasil tinha 100 milhões de habitantes e certamente menos problemas do que agora, com uma população de 200 milhões, a maioria concentrada em aglomerações urbanas. Entre os problemas urbanos graves que se multiplicam, como falta de moradias, excesso de população, alarmantes índices de violência, inclui-se a paralisia do trânsito, causada pelo excessivo contingente de automóveis e um retumbante descaso com o transporte coletivo.

Se o transporte público está nessa inglória situação não foi por omissão de um arquiteto e urbanista que sempre colocou a mobilidade coletiva acima do transporte individual. Este urbanista chamado Jaime Lerner, que desde os anos 70 prega no deserto das cidades, foi reconhecido no exterior e tem seguidores, entre eles o engenheiro Wagner Colombini Martins, da Logit Consultoria e autor de vários projetos internacionais de Bus Rapid Transit (BRT), o sistema que privilegia o ônibus.

Ao lado de Lerner, Colombini será um dos palestrantes do Seminário NTU que vai discutir problemas e soluções da mobilidade para a Copa do Mundo de Futebol marcada para 2014 no Brasil.

Colombini tem viajado por boa parte do mundo para implantar o sistema BRT. Suas incursões envolvem África do Sul, sede da Copa do Mundo de 2010, e México, país que promoverá os Jogos Panamericanos de 2011.

Foi num dos hotéis do México que Colombini respondeu por email as questões formuladas por Technibus. Eis o conteúdo da entrevista:
TechnibusPor que o Brasil, dono de uma das maiores indústria de ônibus do mundo não consegue criar corredores de ônibus eficientes que promovam o transporte coletivo? Ainda mais quando se leva em conta que o País é pioneiro no mundo em corredores exclusivos e exportador de projetos. Em casa de ferreiro espeto tem de ser de pau?
Wagner Colombini – O Brasil pecou pela implantação de maus projetos que vieram depois do sistema pioneiro de Curitiba. Tais projetos deterioraram o ambiente no entorno e causaram má reputação à idéia de se implantar corredores de ônibus. Também contribuiu para a não proliferação de corredores de ônibus o fato de que os formadores de opinião no setor transporte são originários do Metrô de São Paulo e de outros sistemas sobre trilhos. Acrescento ainda que o governo federal mantém uma estatal, a CBTU, uma empresa de trens urbanos, em vez de ser companhia de transportes urbanos. A CBTU entende que a fórmula sobre trilhos é a única solução.

Technibus Como a experiência vivida por técnicos brasileiros no México, Colômbia, África do Sul poderá ser útil para que o Brasil tenha sucesso no BRT para a Copa de 2014?
Colombini – Os sistemas BRT foram inventados em Curitiba e pegaram força desde a implantação do Transmilenio, em Bogotá, na Colômbia. Eles são baratos e podem ser implantados por todas as cidades que vão sediar a Copa do Mundo no Brasil.
Technibus O Brasil terá tempo para isso?
Colombini – Os sistemas BRT podem ser implantados em pouco tempo. Dou como exemplos o Transmilenio, que levou dois anos para ser construído, e o projeto Macrobus, de Guadalajara, no México, que levou pouco mais de um ano. A grande dificuldade enfrentada por esses sistemas foi a negociação com os operadores locais uma vez que em geral não existiam empresas operadoras de transporte, prevalecendo o sistema “hombre-camión” (indivíduos proprietários de veículos). O Brasil não deverá enfrentar esse tipo de problema, pois tem uma comunidade operadora madura e organizada em forma de empresas.

Technibus Foram escolhidas as 12 cidades sedes para a Copa de 2014. Na sua avaliação quantas poderiam ter BRT. Onde seriam? E quais os custos?
Colombini – Todas as cidades poderão implantar sistemas BRT para resolver as suas necessidades por transporte, visando apoiar a realização dos jogos durante a Copa do Mundo. Os custos deverão estar na ordem de R$ 20 milhões por quilômetro, incluindo desapropriações. Os sistemas BRT podem apresentar capacidade similares aos sistemas sobre trilhos e utilizam tecnologia 100% nacional, privilegiando a criação de empregos locais na sua implantação.


Technibus Enumere as cidades onde você implantou o BRT? Quantifique os corredores, quilometragem, características, passageiros transportados e outras informações.
Colombini – Participei do Transmilenio, de Bogotá, sistema que deverá ser ampliado em 2011. O Transmilenio conta hoje com 100 quilômetros de extensão, tem estações centrais, fechadas, dotadas de bilheterias e catracas similares a estações de metrô. O sistema transporta cerca de 1,5 milhão de passageiros por dia. O Transmilenio opera em canaleta exclusiva, no centro de uma via e, como disse, tem estação central fechada. A plataforma das estações está em nível. As estações contam com faixa de ultrapassagem. Importante frisar que o Transmilenio foi inspirado em Curitiba, só que adotando a estação central e o conceito de ônibus expresso, com faixa de ultrapassagem, o que permitiu atingir níveis de capacidade nunca antes imaginado por um sistema operado por ônibus articulados.

Outro projeto em que estou envolvido é o Macrobus, em Guadalajara, no México, com 15 quilômetros de extensão, similar ao Transmilenio, mas com menor capacidade. O Macrobus transporta hoje, dois meses após sua inauguração, mais de 100 mil passageiros por dia. Participei ainda do Expresso Tiradentes, na cidade de São Paulo. O conceito é semelhante ao sistema de Curitiba, com cerca de 8 quilômetros de extensão, com estações laterais, veículos de alta capacidade, pré-pagamento nas estações e mais de 100 mil passageiros por dia.

Tenho ainda atuado em diversos projetos de sistemas planejados para serem implantados no futuro próximo: Corredor Expresso Celso Garcia (São Paulo), Corredor T5 (Rio de Janeiro), Sistema Rea Vaya (Joanesburgo, África do Sul), Sistema iKapaRapid (Cidade do Cabo, África do Sul), Sistema DART (Dar es Salaam, Tanzânia), Corredor Juan Justo (Buenos Aires), Transmilenio Fase 3 (Bogotá) e Macrobus Fases 2 e 3, em Guadalajara.

TechnibusFale sobre a experiência com BRT na África do Sul. Até 2010 quantos corredores vão operar no país sede da Copa? Dê detalhes das obras, das características, dos corredores, da frota.
Colombini – São nove as cidades-sede da Copa 2010 na África do Sul. Pelo menos 6 delas estão desenvolvendo projetos para implantação de sistemas BRT. Os sistemas têm em geral grande extensão. Joanesburgo terá um sistema com 300 quilômetros de extensão – já para a Copa cerca de 50 quilômetros de corredores deverão estar implantados.
O sistema de tarifa deverá ser com base na distância percorrida, fora do padrão brasileiro de tarifa única. Há também uma tendência de implantar serviços tronco-alimentados e de utilização de veículos articulados, com diesel padrão Euro-4 devido à busca por baixa emissão de poluentes. Friso, no entanto, que há uma grande dificuldade na negociação com os serviços de lotações, que predominam no transporte público urbano nas cidades da África do Sul.

TechnibusComo fazer para que um BRT dê certo? Por que sistemas são bem sucedidos e outros não emplacam?
Colombini – Todo projeto tem que ter um líder, um campeão, que vai enfrentar todas as dificuldades políticas e negociais para sua implantação. Este líder precisa ter convicção ao negociar com os diversos interessados (população no entorno, empresas de ônibus, provedores de tecnologia, setor de engenharia de tráfego etc).
É preciso ainda que o líder tenha poder para reestruturar as rotas (em geral, tronco-alimentadas) e força para retirar as linhas que competem no corredor, além de evitar a presença de piratas. Fora tais condições essenciais, o projeto tem que ser adequado e permitir real prioridade ao transporte coletivo. Entre os requisitos técnicos estão as estações que precisam ser dimensionadas com folga no nível de ocupação. Devem ser instaladas em módulos, contemplando de início locais de maior demanda.
É essencial ainda que o corredor tenha características de projetos que promovam melhora do meio urbano e isso pressupõe estações fechadas, com pré-pagamento, que garantam rápido embarque e desembarque de passageiros. Tais providências asseguram velocidade de operação e evitam filas nas estações. Importante também: o corredor deve ter garagens de ônibus junto aos extremos, nos bairros.

TechnibusQuais os custos de implantação (incluindo desapropriação) do BRT versus metrô?
Colombini – O sistema BRT tem custo de implantação na faixa de US$ 5 milhões a US$ 10 milhões por quilômetro. Já um sistema de metrô custa acima de US$ 100 milhões por quilômetro. De custo intermediário, o sistema VLT demanda recursos acima de US$ 25 milhões por quilômetro.

Technibus Fale de outros BRTs em projeto no Brasil?
Colombini – A cidade do Rio de Janeiro tem vários projetos (T5, Linha C, Via Light, Av. Brasil). Na cidade de São Paulo o corredor Celso Garcia tem todas as características para receber um BRT. Há ainda o corredor Itapevi-Pinheiros, em desenvolvimento, e que envolve negociação entre vários municípios por abranger cidades daárea metropolitana da Grande São Paulo.
Na capital gaúcha pretende-se implantar um conjunto de BRT, denominado projeto Portais da Cidade, enquanto Belo Horizonte pretende adotar um corredor BRT típico na Avenida Antônio Carlos, além de projetos de uma rede do sistema. Recife, Salvador, Rio Branco, entre outras cidades, também têm projetos prevendo a adoção de BRT.

Receitas de um sistema que acelera a mobilidade
Países pobres, emergentes e ricos, não importa, todos eles enfrentam problemas de mobilidade com o fenômeno da urbanização que faz crescer exponencialmente o trânsito sem que a infraestrutura viária possa acompanhar a demanda do transporte individual.

A resposta dos gestores públicos para enfrentar o nó nas cidades tem sido cada vez mais oferecer opções de transporte coletivo de alta capacidade, boa qualidade e custos moderados.

O Bus Rapid Transit (BRT) tem sido uma saída buscada por países como o México, que tem um programa de transporte massivo por ônibus, promovido pelo governo federal. Mesmo quadro se repete na Colômbia e no Peru, que vem implantando um programa de BRT na capital, Lima, e em algumas outras cidades.

Na África do Sul, o governo local também encampou o BRT de olho na Copa do Mundo de 2010. A implantação de sistemas de transporte massivo por ônibus está em curso em cidades de maior porte do país africano.

Da mesma forma o governo chinês, no canteiro de obras de infraestrutura em que transformou o país de 1,3 bilhão de habitantes, tem programa de implantação de BRTs e de otimização das malhas de transporte coletivo.

Nem Nova York resistiu ao BRT. A cidade, este ano, ganhou o prêmio de mobilidade ao ter um programa de forte apoio ao transporte sustentável baseado na implantação de BRTs, ciclovias, na restrição ao uso do automóvel e na implantação de áreas de uso público de muita qualidade.

Mas o que é BRT? Quem explica de forma didática é Wagner Colombini, consultor da Logit, empresa especializada em projetos de BRT com sistemas implantados ao redor do mundo.
BRT é basicamente sistema de transporte por ônibus e, idealmente, apresenta as seguintes características:
1 – Os veículos de um BRT em geral são de grande capacidade (padron, articulado ou biarticulado).
2 – Os ônibus trafegam em canaleta exclusiva, no centro de uma via.
3 – As estações são centrais e o passageiro paga ao entrar na estação, de forma similar ao que ocorre com os sistemas sobre trilhos.
4 – As estações são fechadas, com abrigo e proteção ao passageiro.
5 – Entradas ou saídas dos passageiros, nos ônibus, são feitas em plataformas, instaladas no mesmo nível do piso interno do veículo. Permite-se, com isso, movimento seguro e rápido aos usuários, além de acessibilidade universal a todos cidadãos portadores de deficiências de locomoção.
6 – O BRT em geral é dotado de faixas para que se possa ultrapassar ônibus estacionados nas estações.
7 – As faixas de ultrapassagem são utilizadas por ônibus de serviços expressos ou semiexpressos, que ligam os principais pontos de origem/destino no corredor.
8 – Sistemas BRT são dotados de centro de controle operacional que recebem informações fornecidas por GPS instalados nos veículos, por sua vez conectados com uma central. O objetivo é manter a regularidade operacional do sistema.
9 – O sistema BRT tem comunicação visual destacada para que o passageiro o diferencie de um sistema de ônibus comum.
10 – A velocidade média comercial dos serviços de um BRT é elevada, na faixa de 22 km/h para serviço parador e de 35 km/h para serviços expresso ou semiexpresso.
11 – Os sistemas BRT apresentam grande capacidade de atendimento de demanda. Podem chegar a níveis semelhantes aos praticados pelas mais carregadas linhas de metrô. O BRT Transmilenio apresenta demanda acima de 40 mil passageiros por hora, no trecho mais carregado, no pico da manhã.


READ MORE - Criado no Brasil, Sistema BRT invadiu o mundo

BRT tem demanda mediana no Brasil

domingo, 26 de maio de 2019

Apontado como alternativa de transporte em relação aos sistemas sobre trilhos, o BRT (Bus Rapid Transit) não tem um caso comprovado capaz de atender a uma grande demanda no Brasil. O site compilou informações dos principais operadores dos corredores de ônibus brasileiros e também na página BRT Brasil.org, mantida pela NTU, entidade que representa as empresas de transporte coletivo no país. As informações, embora em alguns casos um tanto desatualizadas ou incompletas, conseguem fornecer um panorama geral do funcionamento do modal nas principais cidades do Brasil.
Principais corredores de ônibus de grande capacidade no país estão longe do movimento visto no Transmilenio, o celebrado BRT de Bogotá, na Colômbia

O corredor que tem o número mais vistoso é o Move, de Belo Horizonte, mas no BRT de pouco mais de 23 km também circulam ônibus de bairros que utilizam as vias em trechos menores ao mesmo tempo que os veículos de maior capacidade. Os dados sobre o movimento diário de passageiros variam dependendo da fonte. No site BRT Brasil fala-se numa capacidade de 750 mil passageiros enquanto a BH Trans, a empresa responsável pela operação, diz que o número transportado seria de 450 mil passageiros por dia.

Se esse último dado for real, o BRT de Belo Horizonte transportaria quase 20 mil passageiros por km, mas é pouco provável que esse número seja exclusivo do corredor já que parte disso pode incluir usuários que circulam por bairros – distância não incluída no cálculo.

Corrobora essa hipótese o fato de os dois corredores de ônibus seguintes no ranking terem metade desse movimento. As linhas Norte e Sul da RIT, a Rede Integrada de Transporte Coletivo de Curitiba, pioneira nesse modal, transportavam diariamente 10 mil e 11,1 mil passageiros por km de vias, baseado nos dados disponíveis no BRT Brasil.

Nem mesmo os badalados BRTs cariocas chegam perto de terem uma demanda elevada diante da sua extensão. O mais movimentado dele, o Transcarioca, transporta 234 mil passageiros pelo seus 39 km, média de 6 mil pessoas por km.

Para efeito de comparação, a Linha 15-Prata, longe ainda de ter um intervalo baixo e da velocidade média prevista, consegue transportar 8,2 mil passageiros por km atualmente. Se a estimativa do governo se concretizar, essa média  subirá para quase 27 mil passageiros por km quando o trecho até São Mateus estiver em operação plena. Ou seja, bem superior ao melhor cenário do BRT.

Boxeador meio-pesado em luta de pesados

Não é apenas na comparação da quantidade de passageiros transportados por km que o BRT não comprova sua suposta capacidade equivalente a de um sistema sob trilhos. Mesmo quando analisada a capacidade de transporte por hora os corredores de ônibus se revelam uma solução no limite para dar conta de uma demanda superior. É como um boxeador meio-pesado que faz um trabalho para ganhar massa muscular e subir de categoria. Ele até pode chegar perto mas a um custo muito alto.

De acordo com um documento produzido pelo governo Lula em 2008 chamado “Manual de BRT” e que foi publicado na época em que diversas linhas estavam prestes a serem implantadas no Brasil nos anos seguintes, “um sistema BRT padrão, sem faixas de ultrapassagens para serviços expressos, proverá um máximo de, aproximadamente, 13.000 passageiros por hora por sentido“. Em outras palavras, um BRT que tomaria o lugar da Linha 18-Bronze no ABC Paulista teria de possuir vários trechos de ultrapassagens para elevar essa capacidade em 67%. O mesmo artigo afirma que para ter faixas de ultrapassagens nas estações, um sistema “exige pelo menos 20 metros de largura de rua só para uso do BRT“.

Vale dizer que a região por onde passará grande parte da Linha 18 margeia o Córrego dos Meninos, trecho onde existem avenidas com cerca de 30 metros de largura, bem menos da realidade dos BRT do Rio e Curitiba, por exemplo. Em outras palavras, a implantação de um corredor dependeria de algumas opções de intervenção: eliminar faixas de rolagem de veículos, desapropriar parte dos imóveis para alargar a via ou construir o corredor sobre o córrego, por exemplo.

Com capacidade por hora estimada em 21.640 passageiros por sentido, o monotrilho ocupa um espaço bem menor na superfície, de no máximo 1,4 metro, segundo o Relatório de Impacto Ambiental produzido pelo Metrô. Mesmo na altura das vias, a largura é de apenas 4,55 metros, segundo o mesmo documento.

Por falar em documento, o estudo do governo petista cita, como fazem muitos defensores do BRT, o Transmilenio, sistema existente em Bogotá, capital da Colômbia, como exemplo prático da capacidade do modal. De acordo com ele, o BRT colombiano chega a transportar 42 mil passageiros por hora, quase o mesmo que o estimado pelo Metrô para o monotrilho da Linha 15-Prata (48 mil passageiros/hora).

No entanto, basta uma rápida observação das vias da capital colombiana para constatar que o Transmilenio foi construído em meio à vias extremamente largas, de cerca de 90 metros de largura, o que permitiu que fossem implantadas faixas duplas em ambos os sentidos. Não é a realidade do ABC Paulista e suas malha viária congestionada.

De quebra, o sistema de Bogotá, após quase 20 anos, já demonstra sinais de saturação, elevados índices de poluição e rejeição da população de avenidas por onde existem estudos de expansão. Justamente o efeito contrário de uma linha de metrô, capaz de valorizar e promover o desenvolvimento do entorno por onde passa.

Em busca de um novo caminho

A necessidade de transporte coletivo na região do ABC é a de criar novos e mais velozes caminhos e eles só são possíveis por vias elevadas ou subterrâneas. Além de degradar o entorno, um sistema implantado na superfície reduz a eficiência do sistema, como já revelava o estudo ambiental do Metrô em 2012. Num quadro comparando alternativas de modais entre monotrilho e VLT, a hipótese de vias na superfície é de longe a pior.

Para manter a capacidade de 340 mil passageiros por dia, um VLT com quatro carros teria um intervalo de 109 segundos contra 138 do monotrilho, mas uma velocidade média de 22,9 km/h contra 35,9 km/h do segundo. E a frota teria de ser 56% maior para dar conta da demanda. Esse cenário, levado para o BRT, cujo ônibus articulado mais utilizado pode levar 170 passageiros contra 665 do VLT e até 840 do monotrilho, se mostraria ainda mais degradado.

Em declaração à imprensa nesta terça-feira (21), o governador João Doria afirmou que a decisão sobre o modal será tomada até o final de junho enquanto o vice-governador Rodrigo Garcia revelou que o estudo que baseará a escolha será finalizado no dia 30 de maio.

Doria disse ainda que fará “o que for mais adequado, independentemente de pressões, desejos, ambições, será solução técnica” e que vai optar projeto “mais adequado para a população“. Se assim for então o BRT deveria ser descartado o quanto antes afinal não se trata apenas de decidir sobre uma questão de capacidade e demanda e sim de levar à frente uma solução de mobilidade que tem potencial de requalificar seu entorno, melhorar a produtividade, reduzir a poluição e satisfazer o desejo dos habitantes que há muito tempo esperam pelo metrô.

Informações: Metrô CPTM

READ MORE - BRT tem demanda mediana no Brasil

Marcopolo lança novo ônibus viale BRT, O mais avançado produzido no Brasil

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Marcopolo lança o seu mais novo e moderno ônibus urbano, o Viale BRT. Desenvolvido para aplicação nos avançados sistemas de transporte coletivo em grandes centros urbanos, conhecidos como BRT (Bus Rapid Transit), é o mais avançado já fabricado no Brasil e consumiu dois anos de pesquisas e desenvolvimento.
O novo Viale BRT foi concebido com inéditos conceitos de design, ergonomia, conforto, segurança e eficiência. Segundo Paulo Corso, diretor de operações comerciais para o mercado brasileiro da Marcopolo, as áreas de engenharia de desenvolvimento e design da empresa aplicaram a experiência e o conhecimento adquiridos nos quase 40 anos de fornecimento para os sistemas viários de transporte coletivo de diversos países.
“Este é o grande diferencial do Viale BRT em relação a qualquer veículo da categoria, pois nenhum outro fabricante tem tamanha vivência e nem desenvolveu e forneceu tantos ônibus para sistemas como o BRT em todo o mundo. E isso faz uma enorme diferença na hora de definir as características do modelo, tanto na redução de custos e na eficiência operacional para o frotista, quanto no conforto, segurança e bem-estar para passageiros e usuários”, destaca Corso.
Externamente, o Viale BRT tem desenho futurista, inspirado nos mais modernos trens de alta velocidade em operação no mundo. “Buscamos associar ao visual do modelo as características de segurança, fluidez, conforto e eficiência dos mais modernos trens, pois esta também é a proposta dos sistemas BRT”, explica Petras Amaral, gerente de design da Marcopolo.
“Alguns dos mais modernos sistemas BRT do mundo, como o Transmilenio, na Colômbia, proporcionam exatamente esse padrão de serviço para os passageiros: viagens mais rápidas que em automóveis no trânsito urbano, pontualidade, acessibilidade, conforto, segurança, além da facilidade e rapidez no embarque e desembarque”, enfatiza Petras.
O Viale BRT versão articulado tem até 21 metros de comprimento, para transportar até 145 passageiros e sua carroceria conta com estrutura em aço e laterais em alumínio, sem saliências, para destacar a fluidez das linhas e o visual limpo. Os vidros laterais colados garantem maior visibilidade e proporcionam uma visão panorâmica aos passageiros.
O amplo para-brisa, com desenho inovador e aerodinâmico, proporciona melhor visibilidade para o motorista e permite a melhor visualização do itinerário eletrônico ao chegar na estação.
Destacam-se também os espelhos retrovisores integrados à carroceria com indicadores de direção, os quais reforçam a identidade do veículo e proporcionam eficiente visualização para o motorista. O sistema de ar-condicionado foi integrado ao teto, através de carenagens laterais e da frente aerodinâmica, conceito similar às mais inovadoras soluções dos ônibus rodoviários Marcopolo.
O veículo tem exclusivos conjuntos óticos dianteiro e traseiro em LEDs, que garantem melhor iluminação e reforçam a identidade da marca. Também é o primeiro ônibus urbano no mercado brasileiro a contar com Daytime Running Light, dispositivo de acendimento automático dos faróis mesmo durante o dia.
O projeto visual da traseira do Viale BRT envolveu, igualmente, desenho inovador para o segmento, com destaque para o conjunto ótico, pára-choques e tampa posterior. As novas lanternas e sinalizadores de direção com LEDs ampliam a visibilidade e a segurança, além de distinguirem o Viale BRT dos demais ônibus devido à sua iluminação vertical.


Conforto interno

Internamente, o Viale BRT inova nos conceitos de ocupação de espaço e de ergonomia. A maior largura interna, associada à configuração das poltronas, proporciona maior área livre e facilitam a circulação dos passageiros, tornando a viagem mais cômoda e confortável. “A altura interna também foi aumentada, permitindo a inclusão de eficientes dutos de ar, alto-falantes e amplo espaço para propaganda nas laterais superiores”, destaca Petras Amaral.
A concepção do Viale BRT é de um veículo robusto e extremamente confiável, imagem conquistada junto às pessoas que o utilizam, produto de excelente relação custo/benefício, atributo reconhecido pelos empresários do setor de transporte urbano de passageiros. Outras características importantes são a redução de custos, sustentabilidade do produto, praticidade e tecnologia embarcada.
Para atingir o objetivo de valorizar a viagem de ônibus, independente do percurso ou duração, e proporcionar ganhos operacionais para os empresários, o Viale BRT pode ser oferecido com GPS, televisão digital, internet sem fio (wireless), câmeras de segurança, computador de bordo, além de sistemas de indicação de parada áudio visual e gerenciamento de frota.
Ideal para o transporte urbano, o Viale possui câmbio automático e sistema de segurança para que o ônibus não se movimente com as portas abertas. O veículo atende todas as exigências dos sistemas de plataformas de embarque existentes no País, com opção de porta com 1.100 mm de vão livre na frente do rodado dianteiro e piso elevado, adaptados à acessibilidade.
“Pensando na diversidade e nas características de cada município brasileiro, a Marcopolo desenvolveu o Viale BRT com diferentes configurações e capacidade de passageiros, acessibilidade e altura da plataforma”, explica Paulo Corso.

Tecnologia de gerenciamento de frota

O Viale BRT conta com moderna cabine com porta interna de acesso que proporciona maior privacidade para o motorista e novo painel que amplia o conforto e a segurança. O veículo possui bloqueio na carroceria que impede que o condutor acelere (movimente o veículo) caso o seu cinto de segurança esteja desatado, além de câmeras de ré e de portas, contador de passageiros e vigilância por vídeo (os dados ficam gravados em um disco rígido).
O Viale BRT possui também o inovador Sistema de Gerenciamento de Frota, que permite que o frotista saiba, em tempo real, pela internet, qualquer problema no sistema elétrico da carroceria, podendo solicitar que o veículo com defeito seja retirado da linha, deslocando outro ônibus para essa linha e programando a manutenção do defeito. O sistema transmite também todos os dados do trajeto, velocidade, estatística e consumo de combustível, entre outros.
O Sistema de Gerenciamento de Frota possibilita que, dependendo da estrutura da cidade, as informações sobre a chegada e saída dos ônibus em cada estação sejam passadas imediatamente, ajudando assim na programação das linhas e na comodidade dos passageiros. “Assim como no segmento aéreo, os usuários dos sistemas BRT terão informações online do tempo de viagem e de sua duração até cada parada”, explica Paulo Corso.
O motorista possui ainda sistema de GPS integrado ao multiplex, que permite que as informações dos mapas possam ser mostradas também nos monitores do salão para informar aos passageiros quanto à sua localização.
Para a comodidade dos passageiros, o Viale pode ser equipado com sistema de indicação audiovisual de parada, disponível nos monitores do salão de passageiros.



Detalhes do novo Viale BRT
- O produto atende a todas as exigências dos sistemas de plataformas de embarque do país, podendo ser configurado para atender às necessidades específicas em números e passageiros e acessibilidade.
- Conjunto ótico inédito, com faróis em forma de losango com luzes diurnas frontais (Daytime Running Light).
- Sistema de ar-condicionado integrado ao teto, com carenagens laterais a frente aerodinâmica, conceito similar ao dos ônibus rodoviários Marcopolo.
- Espelhos retrovisores integrados carroceria com indicadores de direção.

Dimensões do novo Viale BRT
Altura:         3.560 mm
Largura:         2.600 mm
Comprimento:    Articulados: 6x2 até 21.000mm e 8x2 até 23.000mm
Biarticulado 8x2 até 28.000mm
Créditos das fotos: Gelson Mello da Costa

Fonte: Marcopolo

READ MORE - Marcopolo lança novo ônibus viale BRT, O mais avançado produzido no Brasil

Criador do BRT Transmilenio diz que BRT Rio é um exemplo para o mundo

terça-feira, 7 de julho de 2015

O ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, aprovou o sistema de BRTs do Rio de Janeiro. Conhecido mundialmente por implantar o sistema de corredores exclusivos para ônibus na capital colombiana, ele visitou o Centro de Controle Operacional (CCO) do sistema, na Barra da Tijuca, onde foi recebido na última quarta-feira pelo gerente-geral do Consórcio BRT, Alexandre Castro.

“Acredito que esse sistema aponta para o futuro do transporte nas cidades.No Rio, me impressionou a construção de passarelas especialmente para os usuários do BRT, o que não fizemos em Bogotá. É um exemplo para o mundo”, disse ele, que criou o BRT Transmilenio, no final dos anos 90.

Além de conhecer as instalações do CCO, Peñalosa acompanhou a operação de embarque e desembarque de passageiros no Terminal Alvorada no início do horário de pico da tarde e embarcou num ônibus do serviço semidireto Alvorada - Galeão pelo corredor Transcarioca. Peñalosa fez todo o trajeto até Vicente de Carvalho em pé. 

Ao longo da viagem, Peñalosa constatou que o corredor atende bairros densamente povoados como Jacarepaguá e Madureira e aproveitou para colher depoimentos de usuários do sistema. Crítico do hábito carioca de estacionar carros nas calçadas,o ex-prefeito de Bogotá cobro do secretário de Transportes, Alexandre Sansão, a ampliação das calçadas nas bordas das estações para facilitar a circulação”. 

Para Alexandre Castro, a visita de Peñalosa reflete a importância crescente do BRT do Rio no cenário internacional. Com pouco mais de dois anos de operação, nosso trabalho aqui vem servindo de referência. Tivemos a oportunidade de debater com ele aspectos operacionais e o retorno que tivemos dele nos ajudam a aperfeiçoar nosso sistema, observou.

Informações: BRT Rio

READ MORE - Criador do BRT Transmilenio diz que BRT Rio é um exemplo para o mundo

Estação Penha é a próxima parada do BRT Transcarioca

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

As 13 estações do BRT Transcarioca entre Madureira e a Penha serão abertas até o fim de setembro. A informação foi dada ontem pelo secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, ao DIA . A nova linha que ligará os dois bairros terá 14 paradas (incluindo a Estação Paulo da Portela, que já funciona para os serviços Madureira-Alvorada) e vai cruzar locais populosos como Vaz Lobo e Vila Kosmos.

O trajeto passará próximo ao cartão-postal da região, a Igreja da Penha, onde haverá duas estações (Penha 1 e 2). Em Vicente de Carvalho, uma das paradas, o sistema se integra ao metrô. O anúncio do secretário foi feito quatro dias após o início da operação 24 horas por dia do serviço parador (25 estações) Madureira-Alvorada do BRT, no sábado. Está em funcionamento ainda o expresso Madureira-Alvorada (seis paradas) e o semi-direto Alvorada-Galeão (com parada em Vicente de Carvalho). 

O secretário, contudo, ainda é cauteloso em relação à escolha da data definitiva para a inauguração da nova linha até a Penha. “O mais importante não é o dia exato. Trabalhamos para que o serviço comece em setembro e isso vai acontecer”, disse o secretário, ressaltando que a principal preocupação é com a qualidade do sistema de transporte oferecido ao usuário e não com o prazo. 

Inaugurado em 2 de junho, o Transcarioca transporta hoje 70 mil pessoas diariamente e, segundo a Secretaria Municipal de Transportes, terá capacidade para atender a 320 mil passageiros por dia quando suas 45 estações (da Barra ao Aeroporto Internacional) estiverem em funcionamento. 

Além do serviço parador Penha-Madureira, a terceira etapa de implantação do Transcarioca prevê os trajetos Ilha do Fundão-Alvorada (expresso, com 12 estações) e Galeão-Penha (parador, em 10 estações). Sansão, que levou o criador do BRT de Bogotá, Enrique Peñalosa para conhecer o sistema do Rio, ontem, não confirmou se os demais serviços também serão inaugurados em setembro.

Criador do ‘TransMilenio’ de Bogotá elogia sistema do Rio 
Autor de um dos mantras dos planejadores urbanos — “Boa cidade não é aquela em que até os pobres andam de carro, mas aquela em que até os ricos usam transporte público”, o colombiano Enrique Peñalosa aprovou ontem o BRT carioca, depois de visitar o Centro de Controle Operacional (CCO) do sistema, na Barra, e fazer uma viagem do Terminal Alvorada a Vicente de Carvalho, pelo corredor Transcarioca. 
“Acredito que esse sistema aponta para o futuro do transporte nas cidades. No Rio, me impressionou a construção de passarelas especialmente para os usuários do BRT, o que não fizemos em Bogotá. É um exemplo para o mundo”, disse ele, que criou o BRT TransMilenio, quando foi prefeito da capital colombiana, de 1998 a 2001. 

Peñalosa fez todo o trajeto até Vicente de Carvalho em pé, acompanhado pelo secretário Alexandre Sansão. Durante a viagem, ouviu elogios ao BRT de passageiros com quem conversou, esforçando-se no ‘portunhol’. Crítico do hábito carioca de estacionar carros nas calçadas, o ex-prefeito de Bogotá qualificou de “maravilhoso” o CCO. Além dos elogios, Peñalosa fez sugestões de melhorias ao BRT do Rio. “É preciso ampliar as calçadas nas bordas das estações para facilitar a circulação”. E deu dicas no campo do marketing: “O BRT deve ser vendido sempre como um transporte melhor que o metrô.”

Resistência preocupa 
O rodízio de carros no Centro do Rio pela numeração das placas, se ocorrer, será seguido também do fechamento de mais vias. A medida está em estudo pela prefeitura do Rio como uma forma de aliviar o trânsito da região, ainda mais asfixiado desde o fechamento da Avenida Rodrigues Alves, em 25 de julho. 
“Se acontecer, o rodízio não pode ser a salvação do trânsito no Centro. Ele viria acompanhado de outras medidas, como o fechamento de algumas vias”, afirmou o secretário municipal de Transportes Alexandre Sansão. No radar da prefeitura, há uma fonte adicional de preocupação: a potencial impopularidade da medida. “Sabemos que pode haver resistência da população ao rodízio”, reconheceu Sansão. “Estamos estudando a questão com cuidado, mas hoje não se pode afirmar que ele será implantado”, ressaltou. 

Sansão disse ter consultado a Prefeitura de São Paulo sobre os prós e contras do rodízio em uma grande metrópole. Na capital paulista, famosa pelos congestionamentos, a proibição da circulação de carros de acordo com o último número da placa vigora desde 1997. Atualmente, a prefeitura paulistana estuda a ampliação do rodízio para o dia todo, já que só vale nos horários de pico da manhã e da tarde. 
Sansão não confirmou um prazo para a decisão sobre o rodízio no Rio.

Por Paulo Maurício Costa
Informações: O Dia

READ MORE - Estação Penha é a próxima parada do BRT Transcarioca

Sistema de ônibus BRT é sucesso mundial

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sistemas BRT se expandem por todo o mundo, tanto em cidades de países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Em 1995 existiam 350 km de BRT no planeta. No início dos anos 2000, esse número era da ordem de 600 km. Hoje, existem 3.307 km de BRT em 117 cidades de todos os continentes. Por sua flexibilidade e alto desempenho, aliados à rapidez e ao baixo custo de implantação, o BRT tornou-se uma excelente solução para cidades que querem oferecer a seus cidadãos uma alternativa aos congestionamentos.

Por qualquer critério técnico, o BRT é um transporte de massa. Sistemas como o Transmilenio, de Bogotá, Colômbia, chegam a carregar nas horas de pico 45 mil passageiros por hora e por sentido. Essa demanda é superada por poucos metrôs no mundo, entre eles as linhas mais carregadas de São Paulo e Hong Kong.

Já em comparação com o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos, o ‘bonde moderno’), o BRT dotado de ultrapassagens, como no caso do Transoeste, carrega uma quantidade maior de pessoas.

As maiores diferenças entre os sistemas de trilhos e o BRT são o custo e o tempo de implantação. Do ponto de vista ambiental, as emissões do transporte coletivo de superfície vêm diminuindo gradualmente graças a novas tecnologias e combustíveis mais limpos.

 Concebido no Brasil, o BRT foi implantado em Curitiba na década de 70. Especialistas de todo o mundo vieram aprender sobre o sistema para implantá-lo em suas cidades. O BRT agora retorna às origens. Como é muito recente, o Transoeste ainda precisa de ajustes na operação, mas já está causando grande impacto positivo para quem mora na Zona Oeste. O tempo roubado pelos congestionamentos agora pode ser usado ao melhor prazer de cada um. Em qualquer lugar do mundo, o tempo está entre os bens mais preciosos.

Fonte: O Dia Online

READ MORE - Sistema de ônibus BRT é sucesso mundial

Inaugurado incompleto, BRT do Recife agoniza no trânsito

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Não estava no script. Ver os BRTs (Bus Rapid Transit) brigando por espaço em seu próprio corredor, não só com ônibus convencionais, mas, principalmente, com o transporte individual, não era previsto ainda em 2010, quando o governador Eduardo Campos começou a pensar em adotar o sistema, criado há 40 anos por Curitiba (PR) e universalizado com o Transmilenio, de Bogotá (Colômbia), em 2000. A falta de planejamento, consistência dos projetos e o atraso escabroso das obras são os responsáveis por deixar o BRT capenga, sem o R de Rapid, rapidez. Além de incomodar ver os imponentes BRTs espremidos entre coletivos comuns e carros, a disputa por espaço está afetando a operação, reduzindo a velocidade dos veículos entre 50% e 75%. Não era o planejado para o sistema usado e abusado nos discursos governamentais como a solução para a mobilidade da Região Metropolitana do Recife.

Os corredores do Via Livre (Leste-Oeste, ligando Camaragibe ao Centro do Recife, e o Norte-Sul, entre Igarassu e a capital), além de estar ainda no início da operação, têm grandes extensões de disputa entre BRTs, ônibus comuns e automóveis. Situação potencializada pelo fato de que os corredores foram adaptações do que já existia e, não, uma construção nova. Onde há mais de uma década já existia segregação para os ônibus, ela permaneceu. Em trechos onde não havia prioridade, a promessa do governo é promovê-la, ao menos parcialmente. Hoje, do jeito que está, o Corredor Leste-Oeste possui 6,7 Km de tráfego misto dos 14,6 Km de extensão, e o Corredor Norte-Sul 5,7 Km dos 13 que estão em operação.

Na Avenida Cruz Cabugá, por exemplo, chega a dar pena ver o BRT tendo que abrir espaço para automóveis, mesmo na área das estações. A cena se repete na Avenida Belmino Correia, em Camaragibe, na Avenida Benfica, na Madalena, ou com os ônibus convencionais na Avenida Conde da Boa Vista. “Além de atrasar a viagem em pelo menos 40 minutos, estressa a gente. Temos que ter uma atenção redobrada para não danificar o veículo. É uma pena não termos a via segregada”, reclama Eduardo Gomes, motorista da única linha em operação do Norte-Sul. A falta de segregação provoca, inclusive, danos físicos. A Estação Tacaruna, na Cruz Cabugá, teve o teto externo danificado por uma carreta que passou na área apesar da altura superior à permitida – 3,9 metros.

As descaracterizações dos BRTs foram discutidas e criticadas durante o Seminário Nacional 2014 da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte de Passageiros), realizado na semana passada em Brasília. “Vivemos uma época em que os sistemas de BRT já evoluíram tanto que ganharam mais um R, de confiabilidade (reliability, em inglês). O passageiro não espera apenas o conforto do veículo e do embarque. Ele quer a confiabilidade do serviço e, no tráfego misto, é impossível o BRT conseguir essa eficiência”, alerta o diretor-presidente da Embarq Brasil e maior garoto-propaganda do BRT no País, Luis Antônio Lindau.

GOVERNO MINIMIZA IMPACTOS
O governo de Pernambuco minimiza o impacto da briga por espaço viário que o BRT Via Livre está travando nas ruas. O presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Nelson Menezes, pondera que os trechos de tráfego misto são poucos e que não havia como segregar os corredores nessa fase de implantação. Segundo ele, com as obras em execução, o impacto sobre os automóveis e os ônibus comuns seria ainda maior.

“A sociedade e a imprensa já estão promovendo uma enorme grita na Avenida Caxangá, onde o BRT trafega isolado, porque deixamos apenas duas faixas para o tráfego do restante dos veículos. Imagine se fôssemos separar os corredores em vias como a Avenida Cruz Cabugá? Por isso a operação começou sem o isolamento”, argumentou o presidente do GRCT, ponderando que em dezembro os dois corredores de BRT – Leste-Oeste e Norte-Sul – deverão ser totalmente concluídos.

Segundo Nelson Menezes, o tráfego misto tem impactado nos resultados do BRT, mas ainda não é tão prejudicial porque o sistema está em implantação. Mesmo assim, a redução de velocidade é fato: o Corredor Norte-Sul deveria ter velocidade operacional de 24 km/h e está em 16 km/h, enquanto o Leste-Oeste foi projetado para desenvolver, no mínimo, 22 km/h e está em 18 km/h, graças à faixa exclusiva da Avenida Caxangá.

Mas, mesmo em dezembro, prazo final prometido pelo Estado, serão vários os trechos em que os BRTs continuarão trafegando misturados a ônibus e/ou carros. Corredor Norte-Sul: Complexo de Salgadinho, Rua da Aurora, Ponte Princesa Isabel, Praça da República. Corredor Leste-Oeste: Avenida Belmino Correia, Rua Benfica, Derby, Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes.

por Roberta Soares
Informações: JC Online | De Olho no Trânsito

READ MORE - Inaugurado incompleto, BRT do Recife agoniza no trânsito

Brasília debate sistema de ônibus rápido para cidades-sede

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


A implantação do Bus Rapid Transit (BRT) em nove das 12 sedes da Copa Mundo de 2014, receberá investimentos de R$ 20 bilhões do governo federal para obras e de R$ 2 bilhões da iniciativa privada para compra dos ônibus articulados que circularão em vias expressas. As cidades-sede que decidiram usar o sistema são Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Natal, Fortaleza, Recife, Salvador e Cuiabá. Em Brasília, São Paulo e Manaus não há previsão para implantar esse tipo de transporte de massa .
Este é o principal tema de discussões do seminário “Transporte de qualidade para uma vida melhor”, que ocorre nesta terça-feira (17) em Brasília, organizado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Tema que ganha importância com a decisão do governo federal de incluir o BRT no chamado PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da mobilidade urbana, para garantir a execução dos projetos dentro dos prazos estabelecidos para o Mundial, ao longo dos próximos três anos.
Para demonstrar as vantagens do BRT sobre outros meios de transporte, como o metrô convencional e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um tipo de metrô de superfície, que será adotado em Brasília, a NTU trouxe da Colômbia os dois principais administradores do Transmilenio, o BRT de Bogotá. O sistema funciona desde 2001 e hoje transporta 1,6 milhão de passageiros por dia, sendo 45 mil por hora em cada sentido. Mas o Brasil foi pioneiro no sistema na América do Sul, com o BRT de Curitiba, implantado nos anos 1970.
De acordo com o presidente da NTU, Otávio Vieira da Cunha Filho, o custo de implantação do BRT representa 10% do custo de instalação do metrô e chega a ser quatro vezes mais barato do que o do VLT. Além disso, o prazo para implantação também é menor, 18 meses, enquanto o do VLT é de quatro anos (se não houver desapropriações) e o do metrô pode chegar a 20 anos.
Para o presidente da NTU, o momento é favorável devido aos compromissos assumidos pelo governo federal para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Dos R$ 20 bilhões do PAC da mobilidade urbana, R$ 6 bilhões já estão alocados pelo governo federal, com mais R$ 3 bilhões de contrapartida dos estados e municípios, para essa fase inicial em que serão [implantados] 20 corredores em nove cidades-sede da Copa”.
Além de Belo Horizonte, que está construindo quatro corredores expressos para o BRT, Cunha Filho disse que Recife e Goiânia já têm projetos prontos e recursos para iniciar as obras. A iniciativa privada vai bancar a compra dos ônibus e a manutenção das estações. Cada veículo deve custar cerca de R$ 600 mil. Para atender as nove cidades-sede da Copa que optaram pelo sistema seria preciso montar uma frota de 1,5 mil ônibus, o que representaria um investimento de aproximadamente 2 bilhões.
A palestra de abertura do seminário teve como tema “Transmilenio: mudança da qualidade de vida em Bogotá”. Falaram sobre o assunto Arturo Fernando Rojas Rojas, gestor governamental do BRT na capital colombiana, e Victor Raul Martinez, executivo da operadora privada do sistema, que circula numa extensão de 82 quilômetros (km) em Bogotá. Eles procuraram mostrar como o BRT representou uma solução de baixo custo para o transporte de massa da cidade de 7 milhões de habitantes e 2,6 mil metros de altitude, com melhoria do trânsito, passagens mais baratas, menos poluição do ar e velocidade média de 25 quilômetros por hora (km/h), contra 8 km/h dos ônibus convencionais.

Fonte: DCI


READ MORE - Brasília debate sistema de ônibus rápido para cidades-sede

Seja Mais Um a Curtir o Blog Meu Transporte

BRT Aricanduva

Ligeirão NORTE-SUL / Curitiba

 
 
 

Prefeitura de São Paulo anuncia retomada do Complexo Viário que ligará Pirituba à Lapa

Número de passageiros no Metrô de São Paulo cresceu em 2023

Como os trens de alta velocidade estão modernizando e desenvolvendo a Ásia

Em SP, Apenas 3 em cada 10 domicílios ficam perto de estações de metrô e trem

NOVO BRT RIO


Brasil precisa sair da inércia em relação aos ônibus elétricos

Brasil tem mais de cinco mil vagões de trem sem uso parados em galpões

LIGAÇÃO VIÁRIA PIRITUBA-LAPA


Seja nosso parceiro... Nosso e mail: meutransporte@hotmail.com

Prefeitura do Rio inaugura o Terminal Intermodal Gentileza

‘Abrigo Amigo’ registra 3,5 chamadas por dia em Campinas

Ônibus elétricos e requalificação dos BRTs tornam transporte eficiente e sustentável em Curitiba

Brasil prepara lançamento do primeiro VLT movido a hidrogênio verde

Informativos SPTrans

Nova mobilidade urbana revela o futuro dos deslocamentos

Em SP, Passageiros elogiam Tarifa Zero aos domingos

Porto Alegre terá 12 ônibus elétricos na frota em 2024

Recife: Motoristas mulheres são mais confiáveis no transporte coletivo junto aos usuários

Obras do VLT em Curitiba devem custar cerca de R$ 2,5 bilhões

VLT no terminal Gentileza


Com metrô, Salvador deixou de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos

Barcelona dá transporte gratuito para quem deixar de usar carro

Os ônibus elétricos do Recife começaram a circular em junho de 1960