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Em Salvador, Muitos carros fazem bairros populares travarem com grandes congestionamentos

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A gasolina não é o principal combustível de quem mora nos bairros de Pau da Lima, Cabula, Liberdade, Estrada das Barreiras e Saboeiro. A paciência é o item essencial para encarar os grandes engarrafamentos que atormentam os moradores desses locais.
O vendedor Rafael Brito, que mora no Cabula e trabalha na Barra, tem que sair de casa com duas horas de antecedência para chegar na hora certa. Na volta, deixa o serviço uma hora após o fim do expediente para pegar menos trânsito.
“Mesmo assim, passo boa parte do dia em engarrafamento. De manhã, é uma hora só para sair do Cabula e ainda pego engarrafamento na avenida ACM. Na volta é a mesma coisa. E nem adianta mudar de caminho”, conta.

A Ladeira do Cabula, ligação da Rótula do Abacaxi ao próprio Cabula, é o principal acesso para quem vem do Iguatemi e da Sete Portas. Piores horários: 5h30 às 9h, 11h30  às  14h e das 20h30  às 22h.

Segundo o titular da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), Renato Araújo, fora das grandes avenidas da cidade, os cinco bairros citados no início da reportagem são os que apresentam, na média, os maiores engarrafamentos. “Nesses locais, houve um crescimento enorme da frota, sem obras viárias”, explica.
Araújo admite que o problema é generalizado na cidade e que o órgão de trânsito não tem muito o que fazer. “Onde você for vai encontrar trânsito lento em Salvador. O efetivo da Transalvador é pequeno e priorizamos as vias onde passam mais veículos. Na Bonocô, por exemplo, em 2008, passavam 40 mil veículos por dia. Hoje são 70 mil para o mesmo espaço”, pontua.
A dona de casa Maria do Rosário, que mora em Pau da Lima há quatro anos,  já cansou de desmarcar compromissos por conta do trânsito. “Quando tenho que fazer alguma coisa no Centro, saio duas horas antes. Aqui é tudo bagunçado. Ninguém respeita nada”, reclama.
A vendedora Roseli de Oliveira Mercês morava em Brotas e sofria com os engarrafamentos. Mudou-se para Pau da Lima e achava que seria melhor. “Aqui  é pior, só não tem engarrafamento domingo”, conta.

Pau da Lima/São Marcos: o engarrafamento nessa região  começa em frente à Mansão do Caminho e segue até o final de linha de São Marcos. Os horários piores são das 7h às 11h e após as 16h.

Bagunça 
Roseli trabalha em frente à 10ª Delegacia (Pau da Lima), e conta que são constantes os engarrafamentos provocados por carros apreendidos pela polícia. “Eles pegam os carros e estacionam no meio-fio, com metade do carro na rua. Como a rua é estreita, engarrafa tudo”, completa.

Na última quarta-feira, a reportagem encontrou dois veículo parados na frente da delegacia com os pneus furados. O delegado Carlos Habib, titular da unidade, não foi localizado para comentar o problema dos carros.
Já a assessoria da Polícia Civil informou que muitos carros que estão em delegacias são ligados a inquéritos. De acordo com a assessoria, há um grupo de trabalho da Polícia Civil, junto com Detran e Transalvador, para tentar tirar esses carros da área das unidades policiais.
Na rotina de perder tempo, o motorista de ônibus Francisco Ramos é experiente. Ele chega a levar três horas entre a Lapa e o Saboeiro, principalmente devido ao travamento na Ladeira do Cabula.
“A gente vem pega engarrafamento no Dique, Bonocô e quando chega na Ladeira do Cabula, trava tudo. No horário de pico, chegam a ser três horas no caminho todo. Metade desse tempo é da Ladeira do Cabula até o Saboeiro, que é menos da metade do caminho”, conta.
Moradora da Liberdade, a estudante de Enfermagem Carolina Magalhães faz estágio no Campo Grande e estuda na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), no Cabula. Não tem como escapar.
“Gasto uma hora da Liberdade para o estágio de manhã. Depois uma hora e meia até a Uneb. Como é na hora do almoço, é pior. Na hora de voltar para casa, pego ônibus à noite. É mais uma hora e meia. São quatro horas do meu dia perdidas. Aproveito para dormir”, diz ela, resignada.

Estrada das Barreiras: do acesso da BR - 324 até o Complexo Penitenciário da Mata Escura, são quatro pistas. Além disso, há buracos por toda parte. O trânsito é pior das 5h30 às 8h, das 9h às 11h e depois das 15h.

Saturação 
O professor do curso de Urbanismo da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e do Departamento de Transportes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Juan Pedro Moreno Delgado, ressalta que o problema de mobilidade nesses bairros reflete a saturação das grandes avenidas de Salvador.

“A origem desse problema é a falta de controle no uso do solo de Salvador. O miolo da cidade – Cabula, Estrada das Barreiras, Pau da Lima, São Marcos – não suporta a quantidade de carros que seus moradores possuem. Foram construídos muitos empreendimentos sem estrutura nas ruas. A cada ano, a cidade vai parando mais”, avalia.
Reconhecendo o problema, o superintendente da Transalvador lembra de outros bairros com trânsito crítico. “A Rua Thomas Gonzaga, em Pernambués, e a Federação, que tem muitas escolas e faculdades, têm muito engarrafamento”, lista Renato Araújo.
A Rótula da Feirinha, em Cajazeiras 10, é outro ponto de grandes congestionamentos. “Aqui é sempre um caos, qualquer hora. Moro em Fazenda Grande I e demoro  muito para chegar e sair daqui”, diz o ambulante Roberto Pinto, que trabalha há 10 anos ali. Renato Araújo disse que a região tem monitoramento constante, mas que os congestionamentos são inevitáveis, devido ao grande fluxo.

Na Liberdade sentido Sieiro, o engarrafamento começa do Plano Inclinado e vai até o Pero Vaz. Piores horários:  7h às 9h, 11h30  às  14h e 17h às 19h.

Especialista indica o caminho: só transporte público salva o trânsito
Nos bairros apontados como os que têm os piores tráfegos “domésticos”, boa parte das vias tem trânsito em sentido duplo. De acordo com o titular da Transalvador, Renato Araújo, o ideal seria que estas ruas fossem de mão única, o que obrigaria o poder público a construir anéis viários e viadutos.

Araújo diz que há fiscalização com multa, mas que “a Transalvador não tem como estar em todos os bairros ao mesmo tempo”. Ele afirma que, das regiões citadas, apenas a Rótula do Abacaxi conta com agentes do órgão em período integral. “As regiões de poder econômico maior têm mais circulação de carros. O problema é que os bairros menores estão crescendo”, diz.

Saboeiro: ligação do Cabula para a Avenida Paralela, o bairro tem uma via de mão dupla com 1,5 quilômetro de extensão e cinco (grandes) quebra-molas. O pico do trânsito vai das 6h30 às 8h30  e das 17h às 22h.

Para o professor da Uneb e da Ufba Juan Pedro Moreno Delgado, que é doutor em Engenharia de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), o grande problemas nestes bairros é que eles têm vias únicas de acesso, como a Rua Silveira Martins, no Cabula. A criação de novas vias e de corredores exclusivos para ônibus são algumas alternativas para melhorar o fluxo.
Segundo Delgado, há duas soluções possíveis, a longo prazo. “Isso só resolve com transporte público de qualidade com ampla cobertura na cidade. Além disso, tem que haver um incentivo para não se usar carro, como por exemplo o pagamento de estacionamentos em locais públicos. Quem tem carro tem que pagar pelo transtorno que causa”, diz.

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