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Integração dos ônibus de Santa Maria foi feita sem muitos estudos

sábado, 7 de maio de 2011

A iniciativa de informatizar o transporte coletivo em Santa Maria, com a implantação das catracas eletrônicas nos ônibus e de um sistema que permite um controle maior e a coleta de dados para corrigir problemas de horários e evitar superlotações, por exemplo, foi um grande passo para futuras melhorias no serviço – até porque ainda problemas a resolver. Agora, a integração dos ônibus é outra tentativa de tornar o transporte mais eficiente, afinal, o objetivo principal do transporte coletivo é atender às necessidades das pessoas (ir de um lugar para outro da forma mais rápida e barata possível). Porém, é preciso ter muita atenção ao que irá ocorrer daqui para a frente na cidade. Primeiro, porque esse sistema de integração com base em cartão eletrônico e segunda passagem mais barata é apenas um dos sistemas existentes e, talvez, o mais fácil de ser implantado. Mas fica a dúvida: será que é o mais adequado?

Outro sistema de integração, mais complexo, mas talvez mais adequado é o adotado em cidades como Cascavel (PR), que é do mesmo tamanho de Santa Maria, onde há grandes terminais de ônibus e em que todos os passageiros pagam só uma passagem e podem andar em quantos ônibus quiserem. Isso é possível lá porque, em cada canto da cidade, há linhas curtas que levam os passageiros dos bairros até grandes terminais cobertos e fechados. E depois, há linhas rápidas, que partem a cada dois, três, cinco ou 10 minutos, indo de um terminal até outro. Com isso, a pessoa pode pegar um ônibus para ir de casa para o terminal, desembarcar e pegar rapidamente um ônibus para ir para o terminal no Centro ou em outro canto da cidade e, ainda, pegar um terceiro ônibus para chegar onde quer. Tudo isso com o valor de uma só passagem.

Por sinal, a tarifa em Cascavel está em R$ 2,40 hoje e permite tudo isso. Era R$ 2,20 até o mês passado. Para implantar um sistema desses, seria preciso um grande estudo e grande investimento em obras, reformulando todo o sistema. Se funcionaria aqui em Santa Maria, só estudos iriam dizer. Mas seria mais difícil de implantar, pois dependeria de obras caras e de uma reformulação completa no sistema.

A integração vai mesmo funcionar bem?
Eu disse antes que a integração implantada aqui é uma tentativa de melhorar o transporte porque só o tempo dirá se esse sistema dará mesmo certo. Ele funcionará bem se permitir que mais gente ande de ônibus e que se pague menos (na prática, isso vai ocorrer inicialmente para quem usa dois ônibus e passará a pagar uma passagem e meia em vez de duas passagens).

Porém, a impressão é que esse sistema foi implantado muito depressa, por pressão da prefeitura, mas sem estudos de impacto econômico e que apontem a melhor maneira de fazer a integração. Por exemplo: será que, na realidade de Santa Maria, fazer uma segunda passagem a 50% é o mais adequado? Será que se fosse só 20% ou 30% do valor não aumentaria muito mais o número de passageiros (o que, por outro lado, também exigiria mais ônibus nas ruas)? Ou, se a segunda passagem fosse de graça, não seria mais eficiente, atraindo mais usuários para compensar os gastos maiores? Essas são dúvidas que só seriam respondidas com um grande estudo e plano do transporte. Mas está sendo implantada a integração mais de forma intuitiva do que científica.

O temor é que, se não der certo, o tiro pode sair pela culatra. Sabe por quê? Porque há uma estimativa da prefeitura de que, hoje, 7 mil a 10 mil pessoas precisam pegar dois ônibus para ir trabalhar ou estudar na cidade. Com a integração, elas passarão a pagar o equivalente a uma passagem em meia, o que provocará uma redução inicial da receita das empresas de ônibus. Para compensar isso, será preciso que esse novo sistema seja mais atraente e consiga captar novos usuários – seja de pessoas que passarão a usar o transporte coletivo a partir de agora ou de usuários que já pegam um ônibus e começarão a pegar um segundo ônibus em vez de caminhar um trecho da viagem até o trabalho, à escola e a sua casa. Mas a própria ATU acredita que esse crescimento se dará a médio prazo. Se isso ocorrer, a receita das empresas irá se manter ou até crescer. Porém, se a receita das empresas de ônibus cair, como deve ocorrer inicialmente, daqui a alguns meses isso provocará uma pressão por novo aumento da tarifa, pois isso é levado em conta na hora de calcular o valor da passagem.

Apesar dessas preocupações, a torcida é para que a integração implantada dê mesmo certo, fazendo com que as pessoas possam andar mais de ônibus e pagar menos. Torço para que essas preocupações não se tornem realidade em breve, pois toda a cidade sairia perdendo.

Fonte: Click RBS

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